Ontem o tempo esteve chuvoso, ventoso e frio, um verdadeiro dia de Outono! Fiquei por casa, e resolvi limpar e arrumar umas gavetas e armários, tarefa morosa e, por vezes aborrecida. Estive entretida e ao encontrar as minhas torteiras, recipientes rectangulares para apresentar tortas, como que por magia o tempo recuou aos meus primeiros anos de professora em que se costumava lembrar o Natal, o Carnaval e outras datas dignas de relevo com actividades adequadas ao tema e com um pequeno lanche em que as famílias participavam; as mães faziam bolos e outras guloseimas que faziam a alegria da criançada. Adorava perguntar a um dos alunos, embora já adivinhasse a resposta:
- O que vai fazer a tua mãe para o lanche?
- A minha mãe vai fazer uma "trota"!
E eu que como professora devia corrigir o aluno, olhava para a simplicidade e beleza daqueles olhos azuis e daqueles cabelos loiros e dizia :
- Deus permita que fique tão boa como a última que ela fez...
- Vai ficar - dizia ele - porque a minha mãe é muito boa a fazer "trotas"!
E tinha razão porque a mãe punha carinho em tudo o que fazia e dizia,o carinho brincava-lhe no sorriso e na doçura das palavras.
E vai daí, que por causa das minhas torteiras e de um agradecimento publicado no facebook, pelo seu irmão, quando do internamento do seu pai no hospital de de Angra do Heroísmo, me lembrei desta história e destes pais que souberam incutir o valor da gratidão nos seus filhos que
têm presente a lembrança do que foram para eles e para a comunidade.
Não tenho "Trotas" para te oferecer, mas tenho as minhas torteiras para te mostrar e, do meu velho caderno, uma receita manuscrita e meio apagada que diz o seguinte:
Receita de torta Viana da mãe dos manos Francisco Alberto e Rui Nogueira :
70 gramas de farinha, 100 gramas de açúcar, 2 ovos.
Batem-se os ovos com o açúcar até ficar um creme grosso, depois junta-se a farinha peneirada e as claras batidas em castelo.Vai ao forno em tabuleiro bem untado.
Recheia-se com marmelada misturada com um pouquinho de vinho do Porto.
Nota: Para ficar uma torta grande dobra-se a receita.
Quanto a mim ela, na sua boa vontade, triplicava ou quadruplicava a receita pois as ditas "trotas" eram tão abundantes que saciavam toda a classe e ainda sobejava!
E então eu, para entrar com o aluno dizia-lhe:
-Mas que rica "trota" fez a tua mãe!
E ele ria, ria, todo contente, sabendo que pela vida fora, podia contar com o carinho da sua mãe.
- O que vai fazer a tua mãe para o lanche?
- A minha mãe vai fazer uma "trota"!
E eu que como professora devia corrigir o aluno, olhava para a simplicidade e beleza daqueles olhos azuis e daqueles cabelos loiros e dizia :
- Deus permita que fique tão boa como a última que ela fez...
- Vai ficar - dizia ele - porque a minha mãe é muito boa a fazer "trotas"!
E tinha razão porque a mãe punha carinho em tudo o que fazia e dizia,o carinho brincava-lhe no sorriso e na doçura das palavras.
E vai daí, que por causa das minhas torteiras e de um agradecimento publicado no facebook, pelo seu irmão, quando do internamento do seu pai no hospital de de Angra do Heroísmo, me lembrei desta história e destes pais que souberam incutir o valor da gratidão nos seus filhos que
têm presente a lembrança do que foram para eles e para a comunidade.
Não tenho "Trotas" para te oferecer, mas tenho as minhas torteiras para te mostrar e, do meu velho caderno, uma receita manuscrita e meio apagada que diz o seguinte:
Receita de torta Viana da mãe dos manos Francisco Alberto e Rui Nogueira :
70 gramas de farinha, 100 gramas de açúcar, 2 ovos.
Batem-se os ovos com o açúcar até ficar um creme grosso, depois junta-se a farinha peneirada e as claras batidas em castelo.Vai ao forno em tabuleiro bem untado.
Recheia-se com marmelada misturada com um pouquinho de vinho do Porto.
Nota: Para ficar uma torta grande dobra-se a receita.
Quanto a mim ela, na sua boa vontade, triplicava ou quadruplicava a receita pois as ditas "trotas" eram tão abundantes que saciavam toda a classe e ainda sobejava!
E então eu, para entrar com o aluno dizia-lhe:
-Mas que rica "trota" fez a tua mãe!
E ele ria, ria, todo contente, sabendo que pela vida fora, podia contar com o carinho da sua mãe.
Sem comentários:
Enviar um comentário