sexta-feira, 15 de outubro de 2010

No dia mundial do pão

Pela televisão, fiquei sabendo que se comemora amanhã, 16, o Dia Mundial do Pão; Curiosamente, nem sabia da existência desta efeméride, mas afinal , nada é  mais justo pois o pão é a base da alimentação de muita gente e tanto é verdade e tão grande a sua importância que quando rezamos a oração do pai nosso pedimos  a  Deus: " o pão nosso de cada dia nos dai hoje"
Por coincidência, recebi de presente, da minha vizinha Fátima Silveira , que é uma padeira muito afamada, aqui na ilha Terceira, um  pão ainda quentinho, delicioso!

Naturalmente, não encontraria maneira melhor de celebrar este dia,  dedicado ao pão, do que  a saborear uma boa fatia do mesmo, com um pouco de manteiga, pensava eu, enquanto me deliciava e em simultâneo ouvia algumas crianças que ao serem questionadas, por um programa de televisão, sobre a origem do pão diziam que o mesmo vinha do Pingo Doce, do padeiro, da pastelaria etc. Claro que falavam das suas vivências do que vêem do que é a vida actual...
Então, divagando, o meu pensamento leva-me à minha infância, vejo o meu pai a semear o trigo e o milho,vejo estes cereais crescerem, o dia de ceifar o trigo e as desfolhadas que se faziam no nosso quintal, ouço o chiar do carro de bois carregadinho de molhos de trigo a caminho da debulhadora  e vejo  sacos de trigo, como os da foto, empilhados a um canto donde a minha mãe ia tirando o suficiente, que media nas "rasoiras " cuja foto mostro,


 para o moleiro levar e transformar em farinha, ficando o sobejante para a sementeira do ano seguinte.



Lembro a minha mãe toda empoada peneirando a farinha

para fazer o pão que amassava, de mangas arregaçadas, em alguidares de barro sobre rodelas de trabalho louco, que fazia aos domingos , sentada no canto do estrado da avó e lembro o cheiro do pão quentinho ao sair do forno, que a minha mãe abafava  com os abafadores, também feitos por ela, para que o pão ficasse muito maciinho, como  dizia .
Então dou por mim a pensar:
- que infância feliz eu tive!
Não sabia o que era pão de forma, nem pão bimbo , nem padeiros nem padarias, nem pastelarias mas sabia que podia contar com o trabalho e o amor dos meus pais que não estavam preocupados com a inflacção nem com a descida dos ordenados  nem com os impostos, mas sim com o seu trabalho pois sabiam que se tivessem saúde, pão não nos faltaria na nossa mesa...
Eu era rica e não sabia!