sexta-feira, 15 de maio de 2015

Bullying



É um caso identificado como patológico que se caracteriza por manifestações de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, sem motivação aparente nem evidente, adoptadas por um ou mais estudantes contra outros.
Normalmente assenta na violência, intimidação, aplicação de apelidos ofensivos e ou humilhantes, na rejeição, exclusão ou ignorando o indivíduo visado, em amedrontar, roubar e estragar os pertences do mesmo.
Neste caso patológico são actores três tipos de indivíduos: O espectador, o agressor e a vítima. O 1º não fala com medo de se tornar alvo de agressões ou por ter sido ignorado por parte dos adultos a quem tentara manifestar-se e ou pedido ajuda, o 2º naturalmente aprendeu a ser agressivo e ou a desenrascar-se através da violência, com os adultos, o 3º, a vítima,entra numa situação demasiado problemática e frágil e por ser assediado demonstra medo e ou receio de ir para a escola e poucas vezes procura ajuda, sentindo-se indefeso e envergonhado por não conseguir resolver sozinho os seus problemas.
No fundo, todos apresentam dificuldades de relacionamento, insegurança e de descrença  e desatenção por parte dos adultos responsáveis. 
Vem tudo isto a propósito dos recentes casos noticiados  e que tiveram o condão de me pôr a pensar nestas coisas, nos meus deliciosos tempos de escola em que ia toda feliz e contente, para brincar com as minhas amigas, com quem ainda convivo e de quem me lembro sempre com um calorzinho especial no fundo do meu coração e no facto de estarmos todos nós a pagarmos alegremente os nossos impostos que no fundo custeiam o ensino, para alguns alunos se maltratarem e se sentirem infelizes num local que deveria ser o local por excelência que os marcaria positivamente para o futuro!
Isto é um caso muito sério, que tem que ser tratado pelos adultos, pais, professores, entidades governamentais competentes e comunidade em geral com seriedade e prontidão para que não se alastre como um polvo que com os seus tentáculos abafe a felicidade, o aproveitamento escolar e o futuro de muitos dos nossos jovens.

A gola antiga...

De uma velha mala guardada no canto do sótão surgiram velharias com cheiro a vivências e recordações do passado.Cada peça lembrava um momento, uma festa, um carinho, uma saudade!
No meio daquela panóplia dos tempos idos surge um velho vestido embelezado com uma gola preta bordada a palha que a minha mãe variava isto é usava em várias peças pois naquela altura as abundâncias não eram muitas!
Lembro-me de a minha mãe dizer que aquela beleza era feita no Faial e também me lembro de ela ter também um véu com a mesma origem com que cobria a cabeça para ir à igreja pois naquela altura as mulheres não entravam na igreja de cabeça descoberta, era considerado uma falta de respeito!


Senti uma vontade de aproveitar aquela relíquia e resolvi restaurá-la e adaptá-la a um fato qualquer, Foi como se tivesse um pouco da minha mãe de volta!
Eis o resultado...
Como ao restaurar o dito trabalho fiquei curiosa para saber mais sobre aquele tipo de artesanato, fui investigar e encontrei um trabalho de uma faialense, Maria Eduarda Fagundes, radicada no Brasil que vivênciou na sua infância a execução deste belo trabalho artesanal que para mim é uma arte a qual o descreve do seguinte modo:

"O tule, fina trama de fios de seda, algodão ou nylon, vinha enrolado em largas réguas de papelão da casa Santos & Lacerda na Horta, onde papai trabalhava.
Depois de cortado, era colocado e preso por alfinetes,a um molde de papel manteiga onde o desenho se mostrava para ser executado.
Os fios que preenchiam a trama, eram em geral, de seda ou de palha de trigo tratada em fumeiro de enxofre, para adquirir o brilho dourado. Após essa etapa, abria-se cada canutilho de palha em cinco fitas muito finas, passando-o num fuso pequeno e delicado de osso de cachalote ou de madeira. O miolo delas era retirado por um canivete, bem afiado, passando-as entre a lâmina e o dedo gordo, previamente protegido por uma dedeira de couro grosso, obtendo-se assim delgadas fitinhas douradas de uns 20cm., que cortadas em bísel numa das extremidades se transformavam ao mesmo tempo em linhas e agulhas do bordado!
Sentadas em redor, mamã e as senhoras que trabalhavam com ela executavam o minucioso bordado. Mãos hábeis e ágeis , com movimentos intrincados mas precisos, faziam surgir sobre o tule figuras delicadas que enchiam os olhos de admiração e beleza. Mantilhas, blusas, véus, depois de prontos, eram cuidadosamente arranjados artisticamente e embalados em papel de seda e enviados pelo correio, em caixas, do Faial para as outras ilhas do arquipélago açoriano
 (S. Miguel,Terceira,Graciosa, Pico ), Madeira, e até para Lisboa, Canadá e Estados Unidos".