domingo, 8 de janeiro de 2012

Sobre borboletas e outras considerações:

Hoje lembrei-me muito de uma frase que li há tempos, não sei onde e escrita não sei por quem, que me marcou e que dizia mais ou menos isto:
"A vida das borboletas não se conta em meses nem em anos mas em momentos, mas mesmo assim isso lhes basta..."
Lembrei-me, porque passada a época natalícia, aproveitei o bom tempo e ajudada pelo meu marido, desfizemos as decorações de Natal. De repente o que era cor, alegria e sinal de festa não passava de um amontoado desalinhado de coisas imprestáveis prestes a irem para o lixo e ou a serem guardadas para reciclagem no próximo natal:
 Tudo isto teve o seu momento de glória que durou mais do que a vida de uma borboleta, diga-se de passagem, deu-me alegria e gosto ao projectar e criar e ao ver aquele colorido que anunciava festa, a festa de um nascimento,  contagiando e alegrando  quem por cá passou e admirou todo aquele colorido, contudo , já não é nada!
Não pú-de deixar de relacionar esta situação com a nossa vida que passa num ápice, com vários momentos diferenciados, uns mais vitoriosos e felizes do que outros, mas que corre veloz...
É por isso, pensei eu com os meus botões, que temos que aproveitar bem todas as oportunidades que se renovam diariamente, aspirando a bondade, não a glória, porque se pensarmos bem não passamos de simples  borboletas  de passagem e em breve seremos levados nas asas do vento e isso nos bastará!

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

O meu tesouro.

Não, não são os presentes dos Reis Magos, não é ouro nem incenso nem mirra, no entanto para mim, o que te mostro é muito importante, é um conjunto de rolhas de vidro e cristal, de cores e modelos variados que tenho coleccionado ao longo dos tempos, com muita paciência e persistência .
Já há tempos, no início desta actividade, falei aqui deste meu interesse, quando esta ideia ainda era novata, agora já está muito alargada e, digo-te sinceramente, tenho aprendido muita coisa, coisas que nunca sonhara à conta deste meu hobbie e até tenho conhecido pessoas e ganho algumas amizades.
Não é um tesouro na verdadeira acepção da palavra, mas é muito importante para mim, porque me sinto muito entusiasmada e determinada nesta busca o que me afasta da velhice e da rabugice, pois é sabido que a perca do entusiasmo pelas coisas é um sinal de velhice...

Na lapinha, os reis estão a chegar...

Define-se "lapa" como:  pedra ou laje grande que sobressai de um rochedo formando um abrigo, uma gruta ou cavidade" claro, é uma  definição entre outras, que têm diferente sentido e significado, como sabemos.
Explicado o sentido de lapa, quero dizer-te que este ano fiz o meu presépio numa lapinha, que é como quem diz, numa pequena pedra. O meu marido fora a S. Miguel e havia trazido pequenas figuras de barro que se vendem lá e logo pús mãos à obra:
Procurei uma pedra que me pareceu apropriada, com um abrigo para fazer a gruta do nascimento e outros pequenos socalcos onde se colocassem as diferentes figuras e ficou com este aspecto:
Não é que hoje, ao ir mudar as camélias que costumo pôr às volta da lapinha , verifiquei estupefacta que os Reis Magos se encontravam muito próximos do Menino, estando mesmo  um deles já ajoelhado a reverenciá-Lo  e a oferecer-Lhe o seu presente!?
Corri logo a acender uma vela para iluminar este encontro,  desejando que ele se dê no coração de todos os homens... e que os presentes que estes magos, cuja palavra significa sabedoria,  trazem para o Menino, ouro, incuta realeza e fortaleza nas atitudes dos homens, o incenso, transmita fé e a mirra, a pureza necessária para se viver neste mundo, e neste momento histórico em que todos estes valores estão sendo muito menosprezados.



quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

E as poinsétias floriram!


A poinsétia é uma flor conhecida no Brasil pelos engraçados nomes de bico-de-papagaio, rabo-de-arara ou simplesmente papagaio é originária do México onde é conhecida por cardeal, flor de Natal ou estrela de Natal.
As suas folhas são semelhantes a pétalas e floresce no solestício de Inverno que coincide com o Natal.
Sendo originária do México corre por lá uma lenda que explica a sua relação com esta data festiva:
Pepita, uma pobre menina, andava triste porque não tinha nada para oferecer ao Menino Jesus na noite de Natal.
Muito desanimada, acompanhada pelo primo, a caminho da capela local, falava do seu desapontamento enquanto este  lhe explica que o mais humilde presente, dado com verdadeiro amor é valioso aos olhos de Jesus.
Pepita, ouvindo isto, colheu folhagens comuns que se encontravam na beira da estrada, formando um simples ramalhete que ao entrar na igreja depositou junto do presépio.Repentinamente, as folhagens verdes transformaram-se em flores de um vermelho vivo e todos os que ali estavam tiveram a certeza que assistiam a um verdadeiro milagre de natal. A partir daí, essa flor ficou associada ao Natal e floresce durante essa época!
Eu também, como Pepita, todos os anos espero ansiosamente que as minhas poinsétias floresçam para alegrar a nossa casa. Contudo este ano, com os ventos fortes, as plantas ficaram muito estragadas parecendo que não iam florir, mas por volta do dia de Natal deram, embora com menos pujança do que é habitual, um ar da sua graça e cumpriram o seu papel alegrando e colorindo o ambiente  circundante.
Foi um pequeno milagre, porque é sempre uma coisa maravilhosa e misteriosa o brotar de uma flor por mais simples que seja...

As poinsétias floriram|!

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

O Menino Mija?


O menino Mija? -

Nos Açores, após a consoada, as mesa continuam postas com doces caseiros e uma variedade de salgadinhos uns mais tradicionais, outros de características mais recentes, assim como uma variedade de licores e bebidas de várias qualidades para se  receberem familiares e amigos para a chamada mijinha do menino.É uma antiga tradição, pois os nossos antepassados aproveitavam esta época para visitar os presépios, iam a pé e descalços, alegremente acompanhados por instrumentos musicais. Apreciavam o presépio de figuras de barro e leivas, uns mais elaborados do que outros e bebiam o que havia, na Terceira licores de leite e tangerina assim como aguardente e angelica enquanto conversavam enxugando a bebida com figos passados. Longe vão esses dias agora as mesas são mais recheadas com produtos que vêm de fora, mas o espírito continua o mesmo, confraternizar celebrar um nascimento. O nascimento de um Menino cuja mijinha todos querem saborear...
Se vieres aos Açores, por esta altura do ano, e ouvires a expressão: " O menino Mija", não te admires a pergunta tem a ver com qualquer coisa que se coma e beba para aquecer . É uma expressão que para mim é bonit, significativa e singela  e que envolve  e caracteriza muito do que é o povo da minha terra e dos Açores de um modo geral ...
E por aí, o Menino mija?

Concurso de montras

Pela altura do Natal, penso que organizado pela Câmara do Comércio, houve em Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores, um concurso de montras cujo vencedor foi a pastelaria " O Forno", com uma decoração  adequada à época e com bolos demonstrativos da arte, habilidade e bom gosto da sua proprietária Ana Maria Costa que confecciona, no seu estabelecimento, muitas delícias de sabor tradicional cujas receitas foram ao que sei, herança de família.
Séneca, um dos mais célebres escritores e intelectuais do Império Romano disse que "nunca nenhum homem foi sábio por acaso" o que se aplica a este caso concreto em que Ana Maria reproduz ao milímetro as receitas típicas bebidas no seu ambiente familiar que empregavam  somente os produtos existentes no mercado local, apenas com uma ligeira variante na apresentação.
 Deste modo deu-se um caso de sucesso, porque uma mulher teve a inteligência voluntariosa e a sabedoria de aproveitar os sabores, cheiros e sabedorias da sua infãncia  que, por acaso, poder-se iam ter perdido não fora o seu querer, e ainda bem que isso não aconteceu!

domingo, 1 de janeiro de 2012

A luz que ilumina


Um novo ano começou! Muitos obstáculos encontraremos ao longo destes doze meses que temos pela frente, teremos que lutar, trabalhar e saltar obstáculos difíceis mas, não desanimêmos, apoiêmo-nos na nossa experiência, na nossa família, enfim, naquilo que temos e encontraremos o caminho. É o que te quero dizer com o  slide que  acima insiro.
 A lanterna estava abandonada na casa onde os meus pais viveram, e ajudada pelo meu marido,  restaurei -a; Foi o cabo dos trabalhos porque quando comecei a limpá-la ela desmoronou-se, e quando pregávamos de um lado despregava-se do outro. Não foi uma tarefa fácil, mas no fim ficámos contentes porque ouvimos que com a crise a iluminação pública vai rarear e escassear e então, quem sabe, nas noites escuras, sairemos à rua, de lanterna na mão, como  o filósofo grego Diógenes que andava de lanterna na mão, mesmo durante o dia, à procura da sabedoria..
Era do meu pai,  foi usada em tempos também difíceis em que não havia electricidade  e os caminhos eram muito irregulares e cheios de obstáculos imprevisiveis, para se sair à noite , nos dias de matanças, para os ranchos, para se fazerem visitas aos familiares e vizinhos, pelo Natal, à mijinha do Menino, para se ir às novenas preparatórias para o Natal, pelo Carnaval e para ir aos ensaios das danças ou para ir muito cedo para os trabalhos da terra e tratar do gado, o combustível usado penso que era óleo de peixe gato ou de baleia contudo, não tenho a certeza.
A luz era fraca mas a vontade forte e fazia-se da fraqueza força, penso que este novo ano será a altura certa de pisar as pegadas dos nossos antepassados que não viravam a cara às adversidades...
Feliz Ano Novo!