sexta-feira, 18 de julho de 2008

Brandos costumes...


Nem de propósito!
Logo após ter aqui escrito sobre alguma permissividade que constatei ao longo da passagem da procissão da Senhora do Carmo, no passado dia 16, leio o suplemento de D.I.n.º391, Vento Norte uma crónica de Mário Machado Fraião com o título em epígrafe.
O cronista refere-se ao livro de Eça de Queirós Alves & C.ª, publicado postumamente por seu filho José Maria. Nesta novela Eça pondo em prática "o seu apurado realismo e singular observação sociológica" conta a história de Godofredo da Conceição Alves abastado comerciante lisboeta que em dia de aniversário de casamento, regressa a casa mais cedo para fazer uma surpresa à sua Lulu e encontra-a nos braços do seu sócio maioritário. Expulsando a mulher de casa Godofredo procura os amigos para que os mesmos lhe marquem um duelo que lhe limpe a honra.
No entanto estes, fizeram-no ver que afinal o caso não era assim tão grave e que ele devia acalmar pois um duelo seria a prova pública, do que realmente se passara e prejudicaria a sociedade comercial.
Aceitando o facto, o desgraçado chegou mesmo a procurar a mulher reconciliando-se, reconciliação que teve direito a namoro e segunda lua-de-mel.
Enfim, Eça que observou os hábitos do século XIX (1845/1900), já se tinha dado conta de que muitas vezes os brandos costumes caracterizam a sociedade e as pessoas acomodam-se ao jeito do mais fácil...
ALVES&C.ª DE Eça de Queirós edições ATENA , uma novela aliciante para férias.