sábado, 31 de outubro de 2015



Pão- por -Deus, uma esmolinha por alma dos seus!!!
Embora se diga que a tradição já não é o que era, neste 1 de Novembro,que assinala o dia de Todos os Santos e antecede o dia que a igreja católica estabeleceu ser o dia dos Fieis Defuntos, logo pela manhã, começarão a bater às portas bandos de crianças e algumas sozinhas ou acompanhadas por familiares, as mais pequenas, de saca colorida na mão, pedindo o Pão- por- Deus.
É uma alegria ver que ainda se repetem hábitos antigos, com raízes profundas, nas nossas crenças, maneiras de ser e de sentir os quais estão lentamente a serem substituídos pelo halloween, abóboras chapéus de bruxas, aranhas e outros.
Penso ser importante conhecer as tradições de outros povos, o que não podemos é pôr de parte o que é nosso, e o que os nossos avós nos deixaram foi a linda e colorida saca de retalhos onde cabem as esmolas, frutos secos, escaldadas, guloseimas ou algumas moedas que alegram o coração da criançada e o dos adultos que as vêem à sua porta como um sinal de que nem tudo está perdido!

No dia mundial da poupança:

No dia mundial da poupança:
Poupa a nobreza e o povo
Poupa o velho e o novo,
Poupa o adulto e a criança
Ai Jesus, tanta Poupança!
Poupa o pobre e o remediado.
Poupa o rico e o abastado
Poupa quem pode poupar
Poupa quem tem para poupar!
Há quem poupe na comida,
Na roupa ou na bebida
Há quem poupe no vestir
E saiba ao consumo resistir.
Saber poupar é uma arte
Nos Açores e em qualquer parte,
Há quem toda a vida poupou
E da miséria não passou!
Não poupes é no amor
Mas poupa o próximo à dor,
Gasta amizade à vontade
E esbanja sorrisos e bondade!
Clara Faria da Rosa

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Dia de Todos os Santos, Dia de Pão- Por-Deus


A igreja católica presta homenagem e venera no dia 1 de Novembro os seus santos e mártires que através das suas vidas e dos seus abnegados exemplos deram testemunho da fé cristã. Também neste dia as crianças saem à rua , em grupo,a pedir pão-por-Deus, de sacola colorida na mão, vão recebendo guloseimas e moedas.
Esta tradição , começa a misturar-se, especialmente nas cidades, com  o halloween que é uma expressão abreviada de all hallows day que significa dia de todos os santos, em inglês.
Em muitos países a noite anterior a este dia é muito importante porque se baseia na antiga  crença de que as bruxas e os fantasmas voltavam à terra para procurarem alimento e para levarem companhia para o outro mundo. Por isso, as pessoas usavam máscaras, quando saíam à noite, para não serem reconhecidas e se confundirem com os espíritos e levavam lanternas porque se acreditava que a luz e os fantasmas não se dão bem. É interessante saber estas coisas, contudo, isso não faz parte das nossas tradições, nem dos nossos usos e costumes,
Por cá temos o pão-por-Deus , as saquinhas coloridas a lengalenga __ Soca vermelha, soca rajada, tranca no c- a quem não dá nada!, a ida ao cemitério para lembrar os nossos mortos e o dia de finados ou dos fieis defuntos no qual nós rezamos pelos que estiveram junto de nós mas já partiram e esperam as nossas orações, acredito.




Antigamente havia muita pobreza e os pobres iam pedir de porta em porta e os que tinham mais um pouco expressavam a sua solidariedade dando em especial os produtos próprios da época, que a terra dava, como abóboras, milho, castanhas, pão e escaldadas que são uns bolos próprios desta época, dando origem a este costume de pedir pão- por- Deus.


Mas que belo par de jarras!!!

Meu pai, que de história só conhecia a da sua vida e da sua família, usava muitas vezes esta expressão," Mas que belo par de jarras!" de forma sarcástica, quando se referia a duas pessoas, dois homens ou duas mulheres ou um casal, quando se desviavam dos padrões e dos valores morais da altura. Depois de muito pesquisar, ler e pensar, concluí que esta frase vem dos meados do século XIX mais precisamente do período ou da época Vitoriana.
Mas, dirás tu, com os teus botões:
- O que é que um homem que viveu na freguesia das Lajes, Terceira, uma ilha no meio do Atlântico, que foi agricultor e trabalhou para os americanos na Base Aérea das Lajes, nascido em 1915 isto é no princípio do século, XX e que viveu até ao  século XXI, tem a ver com a época Vitoriana???
Antes de mais temos que saber que este período se caracterizou com o reinado da rainha Vitória, neta do rei Jorge III e filha do príncipe Eduardo, casou com seu primo o príncipe Alberto de Saxe-Coburgota, foi um dos ícones do século XIX, e reinou em Inglaterra de 1837 a 1901. Foi o  período da revolução industrial, em que a densidade populacional duplicou e em que se vivia o conforto e a abundância, paz e prosperidade enfim, um período  de progresso pacífico para o povo britânico, se comparado com épocas anteriores.
E é aqui que entra a história do par de jarras:
 A rainha gostava de tudo o que era belo e em abundância, daí serem da época as lindíssima jarras vitorianas de opalina da Boémia, de espessura finíssima, em forma de mãos com punho arrendado, segurando uma cornucópia,  símbolo da abundância, e com um elegante "plissé", palavra francesa que deu o nosso plissado, mas sempre aos pares. Daí que actualmente,  nos antiquários sejam muito valorizadas as peças que tenham par.
Depois, no início do século XX,  apareceram estas peças em vidro coalhado, fenton, e a partir dos anos  20/30 também se produziram em Portugal, na Marinha Grande.
Pois eu, há muito tempo, tenho um desses exemplares de cor caramelo escuro e agora na minha deslocação a Lisboa, encontrei o par que embora "carote" não resisti a comprar, pena serem as duas da mão direita, pois fizeram-se poucos exemplares da mão esquerda, são muito raras e valem uma pequena fortuna, de qualquer modo é caso para dizer que me sinto "uma rainha", isto é, sinto-me muito  contente com esta aquisição .
E agora:
-Vitória, Vitória, acabou-se a história!!!




terça-feira, 27 de outubro de 2015

Reflexões de Outono


Pondo a vida em pratos limpos:

Sentada, naquele banco do parque, a mulher de olhos tristes e ar desalentado, olhava alguns ramos ainda viçosos,  e tufos de folhas verde-garrafa amontoadas à sua volta, e sentia as folhas que restolhando e dançando caíam lentamente, para repousarem  até morrer. Triste, pensou que o Outono é um confronto com a morte da Natureza, meditando na analogia que havia entre aquela estação e a sua vida.
Era verdade que a juventude já não fazia parte da sua vida, já se fora, como as folhas que caíam das árvores, naquela estação, mas também se sentia suficientemente nova para viver afincadamente, e para desfrutar da beleza e do inesperado do seu percurso, para acreditar em si própria, para se assumir com os seus defeitos e virtudes, com as suas alegrias e tristezas, com os seus gostos e preferências por mais individuais e ou bizarros que fossem, de aceitar as suas transformações e  mudanças...Porque afinal,  o Outono dá lugar a outras estações, a novas transformações, a nova vida...
Às vezes acontecem momentos especiais que nos fazem alterar as nossas prioridades, foi assim, num destes momentos, no meio destes pensamentos, num parque repleto de folhas caídas,  que a mulher de olhos tristes  decidiu pôr a sua vida em " Pratos Limpos", alterar os seus objectivos, pensar mais em si, fazer as viagens com que sempre sonhara, experimentar e aprender o que lhe agradasse, conviver com os seus amigos com quem vinha sucessivamente adiando um reencontro, viver cada dia como se fosse o último, viver a vida! Compreendendo ser  depositária de um mistério que ia  muito para além da sua compreensão, um mistério que lhe dava  a possibilidade de ser feliz, de  fazer da sua vida um jardim tendo para isso  de , simplesmente, plantar e regar a sua própria realização pessoal!

segunda-feira, 26 de outubro de 2015



Era uma vez...

O título sugere que te vou contar uma história dos irmãos Grimm, esses irmãos e escritores maravilhosos de contos infantis como Rapunzel, Cinderela, Os Sete Corvos, Capuchinho Vermelho, Branca de Neve... para citar os mais conhecidos entre nós, que têm povoado o imaginário de miúdos e graúdos ao longo dos tempos; Mas não é, ou talvez seja, história do género, porque é de uma atitude de persistência e de muito querer, de respeito, de sensibilidade e imaginação que te vou falar, apoiada nos valores em que fui criada e educada e do crer  muito ( isto é acreditar) que se formos persistentes e se acreditarmos que somos capazes conseguimos atingir os objectivos que perseguimos.
Mas deixe-mo-nos de teorias e vamos lá à história:
Era uma vez uma tampa de louça abandonada!
 Singular, não é?
Pois é verdade, certo dia há uns dois ou três anos atrás fui a uma feira de antiguidades e os meus olhos deram com uma linda tampa de louça, para ali abandonada em que ninguém reparava; Tive pena daquele abandono, e resolvi trazê-la para casa.
Tempos depois encontrei outra que pensei ser digna de fazer companhia à primeira e lá as juntei...
E depois uma e mais outra e lá as fui juntando lembrando-me sempre que cada uma delas tinha a sua história: - já fora presente de aniversário e ou, de casamento ou prenda de namorado ou de amigo, e que já tinha sido acarinhada, acariciada e apreciada por alguém;
 Por estes dias decidi que estava na altura de as reunir e de as expor para que os outros as pudessem também apreciar e assim procedi, arranjei uma moldura que se adaptasse ao fim em vista , forrei o fundo de tecido rústico, pus um galão à volta e com uma cola própria para porcelana, lá as dispus e fiquei contente com o resultado obtido.
Conto-te isto numa vertente pedagógica para que se conclua que nem só o que há nas lojas a vender é que é bom, também podemos criar muita coisa  com a vantagem de gozarmos de muita satisfação enquanto criamos e executamos a nossa "obra de arte"
E, posto isto, só me resta lembrar o que o meu pai dizia:
- Quem quer bom ervilhal semeia-o antes do Natal, ou então - quem porfia mata caça. Quer isto dizer que as coisas não se fazem num dia mas têm que se fazer com persistência, atempadamente e dar tempo até se atingirem os objetivos pretendidos.
Tenho, na minha cozinha, um lugar que está mesmo à espera 
desta criação, agora só me resta esperar que "Mister Ivo" prenda o camarão que vá suportar a moldura, prevendo contudo, alguma "Turbulência", pois ele detesta furar as paredes, para ele isso é pior do que arrancar um dente! Espero calmamente para ver no que isto dá...


















sábado, 24 de outubro de 2015

Serapilheira tecido para fins artísticos e decorativos

Serapilheira é um pano de estopa grossa  que normalmente é usado na embalagem de fardos, na confecção de sacos para guardar produtos hortícolas e com o qual , em tempos idos, os camponeses confeccionavam os seus trajes de trabalho.
Particularmente, considero este tecido muito interessante para ser utilizado com fins artísticos e decorativos especialmente para a época de Natal, por ser grosseiro mas maleável, barato e sobretudo rústico pois não há nada mais rústico do que a gruta onde, segundo reza a tradição, nasceu o Deus Menino.
 Gosto muito de o trabalhar e, este ano, à semelhança dos anos anteriores, fiz uma pequena toalha que irá embelezar a minha casa na época festiva que se aproxima e que te quero mostrar para o caso de quereres fazer uma para ti.É muito fácil, compras o tecido com o tamanho da largura, para ficar quadrado, fazes a bainha com um ajour e agora é só pores a imaginação a funcionar; podes tirar fios e usar fitas   e fazer  ponto de cruz e fitas nos lados ou como eu fiz este ano, bordei no meio pequenas árvores de natal, ladeadas por laçarotes vermelhos e uma pequena e simples barra nos cantos, depois, abaixo, tirei fios e enfiei uma linda e acetinada fita verde que rematou nos cantos com festivos laçarotes , fica lindo...
Mãos à  obra porque enquanto trabalhas já estás a viver o espírito de Natal!





terça-feira, 20 de outubro de 2015

17 de Outubro

Dia Mundial da luta Contra a Pobreza



Diz-se que  há fome no Mundo,
Diz-se que no Mundo há pobreza,
E que há homens imundos
Sem carácter, sem nobreza...

 A corrupção e falsidade,
A fraude e opressão,
A ganância e a maldade
Fazem com que falte o pão.

Falta o pão ao mendigo,
A escola à criança,
A casa ao sem abrigo
E falta também a poupança!

Há os que sabem poupar,
Outros que enchem a pança
Outros é um tal estragar...
E a maioria sem esperança!

Os homens têm  o dever
De  gerir a vida  com regra
Para com dignidade se viver
Sem pobreza, fome ou guerra

Este dia lembra a pobreza
E o dever que  temos todos
De com vontade e firmeza
Sermos conscientes, e parcos!
 
Clara Faria da Rosa
19/ Outubro