quinta-feira, 12 de novembro de 2020

 

              Em dia de São Martinho:

Ontem foi dia São Martinho, mas não teve a graça dos outros anos em que geralmente festejávamos com amigos , pois é sabido que os terceirenses não perdem oportunidade de festejar seja o que for. Sentados  à mesa, nostálgicos, nem as castanhas tiveram aquele sabor dos anos anteriores e então, para animar, falámos, neste dia dedicado a este santo tão popular  que, segundo a lenda, se privou da sua capa para a dar a um mendigo, e  da igreja matriz de Pombal, a igreja de São Martinho que visitámos em tempos. Um  templo de características simples, no seu exterior, mas que ao entrarmos nos causa surpresa pela sua talha e belos altares mas sobretudo pelos seus retábulos de pedra policromada que apresentam, entre outros episódios, a história da vida de São Martinho. 
Aqui vão algumas fotografias:

                         




                                        

                 
                                                



















                      


segunda-feira, 2 de novembro de 2020

 

Em dia de finados. . .


Todos os anos, neste dia, duas ideias povoam a minha cabeça, num dilema, tentando concluir se estou praticando regras de bom viver:
- Por um lado o meu hábito de fazer planos a longo prazo, como se fosse viver para sempre, por outro lado, a certeza de que não vale a pena porque, como os turistas, estou de passagem,  à semelhança dos nossos antepassados; Sei que devo conduzir-me todos os dias, como se fosse morrer amanhã, não precisando de grandes coisas ; É o que tenho de mais certo!!!
Contudo, a arte e a civilização, fizeram dos homens algo mais do que  simples habitantes deste absurdo universo, daí o nosso apego às coisas, às pessoas e aos bens materiais e imateriais.
É um bem imaterial a recordação dos nossos pais, sogros, familiares, amigos e vizinhos que já partiram e tenho a certeza, de que eles sentem a nossa saudade e as nossas orações, em especial neste dia que lhes é dedicado.
Se as rádios e televisões, conseguem espalhar as melodias das notas de um violino sobre montanhas, mares, desertos, aldeias e cidades barulhentas, as quais  são captadas como pétalas de rosas brancas, no rarefeito éter azul, então porque não ter a certeza de que eles nos  verão, ouvirão e estarão felizes, por saberem que não os esquecemos e que em especial neste dia, endereçamos a nossa saudade, o nosso preito, a nossa homenagem, as nossas orações, até eles.

domingo, 1 de novembro de 2020

 

Tipicidade e simbolismo

Conhecem algo mais típico, mais simbólico mais característico na Vila das Lajes ilha Terceira Açores do que um panelão de ferro ao lume a cozer milho para o dia de Pão-por-Deus, abóboras  ao sol em cima do cu do forno, ou no chiqueiro do porco feito de cantarias e a antiga pia de lavar roupa, escavada numa só pedra, vinda das Bugias das Lajes, hoje transformada em linda floreira!?
Foi esta tipicidade toda, esta simplicidade dos que souberam aprender com o passado este pôr em prática costumes ancestrais bem enraizados  na nossa cultura que presenciei em véspera de Dia-de- Todos-os-Santos:
Os meus primos  à volta do panelão, imaginem, revezavam-se para  deitar lenha, e mexer o milho, que vai ser repartido por várias famílias, levaram um dia inteiro,  e à mistura iam conversando, descansando, recebendo visitas, como eu, que iam dando palpites. Foi uma festa, foi tempo bem passado, tempo de qualidade,  e de entusiasmo, acredito, que me fez pensar que o entusiasmo é que liga o interruptor da vida...





 

Escaldadas



Aqui estão as escaldadas que se costumam fazer por cá pelo Pão-Por-Deus, em tempos idos, de fabrico caseiro, são cada vez mais produto de fabrico industrial. Gosto muito, mas sou mais especialista no comer do que no fazer, contudo, sei que são uns bolos que levam farinha de trigo e de milho em proporções que desconheço, ovos, leite, manteiga, açúcar e erva doce, o que lhes dá um sabor muito especial. O nome de escaldadas vem do facto de esta mistura ser escaldada com água a ferver com a erva doce, há quem lhes junte também algumas sementes desta planta.
Erva doce ou funcho, é uma planta que é utilizada com fins medicinais no combate à má digestão, aos gases, dores de barriga, inchaços, resfriados e também na confecção de confeitos e no fabrico de licores.