quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010


BRISA DO MAR...

- Se eu fosse a brisa do mar,
Murmurava bem baixinho,
À Lua, ao Sol e à Terra,
À paz, à calma e à guerra,
Aos montes, vales e cidades...
- Eu sou a brisa do mar,
E vejo o Mundo a Girar,
E os homens a sofrer,
As mulheres a gerar,
E as crianças a crescer...
- Eu sou a brisa do mar,
 E quero pedir ao Mundo,
Q'olhe bem à sua volta
E acabe com a revolta
E semeie o perdão,
O amor e a gratidão,
E ouça o meu murmurar
Que a todos quer recordar
Os valores do passado,
E que o Mundo está mudado
Com falta de uma flor
Que lhe traga nova cor!

Clara Faria da Rosa
25/2/2010






quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Uma coisa boa em excesso, é maravilhosa!

Lá se foi o Carnaval que para mim, foi um  período bom em excesso, portanto maravilhoso!
Desde criança que me habituei a apreciar esta manifestação tão rica e tão peculiar, por isso tudo para mim é um factor digno de apreço, de estudo, de admiração, de aplauso...
É que não é à toa que interagem tantas artes; A música, o teatro, a costura, o desenho,  a criatividade, a postura, a maquilhagem, os penteados,a dicção, o humor, a crítica ...isto tudo conjugado com uma paleta de alegria, camaradagem e vontade de agradar, por parte dos partecipantes, e de respeito, admiração e cumplicidade por parte dos que assistem ao desfile deste maravilhoso Carnaval Terceirense, ao longo de quatro noites consecutivas.
Agora é esperar pelo próximo ano, fico com pena e quase que me apetece dizer como dizia a minha falecida mãe quando recebia em nossa casa amigos ou familiares e se sentia feliz e depois com pena de se irem embora:
- Quase que me apetece dizer que antes não tivessem vindo, para agora não ter que me despedir de vocês!
Na altura, não percebia bem o que isto queria dizer, nem me apercebia de que era uma frase sentida e lisonjeira, mas agora percebo-o perfeitamente e sinto o mesmo, muitas vezes, senti-o na Terça-Feira gorda ao correr o pano após a exebição da última dança e ouvi o meu marido dizer:
-Para o ano que vem há mais!
Então pensei:
-Foi como quem comeu um doce muito bom e lhe apeteceu repetir sem ter essa possibilidade! Os meus sentidos ficaram viciados a apreciar tanta coisa maravilhosa, antes não tivesse visto nada!
Mas, pensando melhor, compreendo que a vida não é  só festa, que tem que haver um tempo de calma, repouso e de reflexão e para isso vem a Quarta Feira de Cinzas que inicia a Quaresma, época que antecede a maior festa do Cristianismo - a Páscoa que celebra a Ressurreição de Jesus Cristo.
Foi-se o Carnaval, virá a Páscoa e outras festividades que na voragem do tempo lembram as árvores que florescem na Primavera, dão frutos no Verão, deixam cair as folhas no Outono e ficam nuas no Inverno, isto tudo muito naturalmente, sem sobressaltos, atropelos, exaltações, orgulhos, medos ou vergonhas!

Quero sómente, após esta breve reflexão pós-carnavalesca, deixar aqui uns pequenos apontamentos fotográficos, para a posteridade:

1º- o decano dos dançarinos terceirenses:

2º- o dançarino júnior do Carnaval 2010, na ilha Terceira:


3º- a minha amiguinha Bárbara que , neste Carnaval de 2010, virou coelhinha:

Beijinhos...

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Danças de Carnaval no Teatro Angrense-Terceira Açores

Na Ilha Terceira, Açores, onde vivo alegre e contente, festeja-se o Carnaval com grande intensidade e participação; Tais manifestações começam a desenhar-se nas quatro quintas feiras que antecedem o Carnaval comemorando-se , como já aqui referi anteriormente, os compadres, as comadres, os amigos e amigas, em almoços, jantares, reuniões e alguns assaltos festivos em casas particulares. A estas festividades associam-se as escolas que se manifestam no interior das mesmas em actividades pedagógicas que visam incutir nas crianças a vontade de preservar esta salutar festividade e que culminam com o cortejo infantil de que falo no apontamenro anterior.
Contudo, o auge destas manifestaçõe, está guardado para  a exibição de danças e bailinhos de Carnaval que se apresentam em teatros e salões e que são uma manifestação cultural única que engloba muitas manifestações artísticas que passam pelo teatro, pela música, dança.designh, caracterização, pelo humor, pela critica, enfim, só assistindo...
Essa manifestação começa  semanas antes com as danças dos idosos que ensaiam nas suas casa do povo e centros de convívio e depois se exibem por toda a ilha e culminam no Sábado,Domingo, Segunda e Terça Feira gorda pela noite dentro, com a exibição de pessoal mais jovem e com mais fôlego.
Tenho estado no Teatro Angrense onde tirei umas fotos para poder recordar e também para que fiques com ideia do que por cá se passa,pois só assistindo se pode ter a noção exacta do que acontece  no Carnaval Terceirense .

Sábado Gordo:


















Domingo Gordo:





















Segunda- Feira Gorda:


















Terça-Feira Gorda:























domingo, 14 de fevereiro de 2010

Cortejo de Carnaval da criançada em Angra do Heroismo


No dia 12 de Fevereiro, Sexta-Feira passada, coube a vez à criançada do concelho de A. do Heroísmo, sair à rua para , dando aso à sua criatividade, festejar o Carnaval, aproveitando para, natutalmente orientados palas suas professoras e educadoras, enviarem algumas mensagens muito pertinentes e actuais.
Um acontecimento colorido e repleto de alegria que nos dá a certeza de que o Carnaval está aí para continuar!
Aqui deixo algumas imagens para os que não puderam assistir.




quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

É bom encontrar-te na minha página!




Dia de comadres.

Por cá, nos Açores é tradicional festejarem-se as quatro quintas-feiras que antecedem o Carnaval , as quais são conotadas com o dia das amigas, dos amigos dos compadres e das comadres,
Hoje, comemoram-se as comadres isto é a madrinha em relação  aos pais da criança ou a mãe da criança em relação aos padrinhos. Então, juntaram-se comadres, em almoços, jantares e lanches, fizeram-se telefonemas e trocaram-se mensagens e prendas para lembrar uma função tão importante, pois se pensarmos bem na palavra, concluímos que a mesma significa estar com a mãe ou no lugar desta para a ajudar, coadjuvar ou substituir nas suas funções. Que isto não seja necessário, mas se pensarmos a sério no assunto é isto mesmo que significa.
Quanto a mim pensei a sério nas minhas comadres quer nas madrinhas do meu filho, quer nas mães dos meus afilhados/as que no fundo acumulam essas funções fazendo o favor de serem minhas amigas...
Esta é a minha maneira singela de lembrar o dia, mandando a todas, à minha cunhada Nélia Faria da Rosa, à Srªenfermeira Gorette Mendes na Fonte do Bastardo, à minha prima Hercília Aguiar nas Lajes,à velha Amiga Guida Gomes na Ribeirinha, S. Miguel, à minha tia Juvolina Andrade na Califórnia um abraço desta comadre com votos de que vivam muitos dias de comadres !!!
Já agora, lembro alguns ditados populares usados em relação a este parentesco, acrescentando que o substantivo também se usa para classificar uma amizade por vezes associada à coscuvilhice ou malidicência.
-Comadres,comadres, segredos à parte...
-Brigam as comadres, descobrem-se as maldades...
-Comadre zangada o que viu e ouviu transmitiu...


Para as minhas comadres com muito carinho e amizade.

A força da Natureza...

É sabido que este Inverno tem sido rigoroso por todo o lado e por cá nos Açores, na minha Ilha Terceira, não fugiu à regra.Chuvas e ventos fortes, frio de "rachar" enfim diferente de Invernos anteriores em que mais nos parecia que estávamos no Outono. Contudo, ao abrir a minha porta espraio o olhar para uma vista magnífica que me mostra como pano de fundo o mar e o Monte Brasil e mais perto, na quinta, verdes das mais variadas tonalidades e as cameleiras como que pintalgadas de vários cor- de- rosa, são as camélias que brotam apesar  das intempéries e resistem às mesmas, para nos lembrar que nem tudo é mau e que podemos ter esperança pois a Natureza é prodígiosa e que" após a tempestade vem a bonança"!
Apanho algumas para alegrar a minha casa e mostro-tas para que te alegrem como me alegram a mim.
Beijinhos!!!

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Hospital e museu das bonecas : E tudo começou assim...

Como te disse a minha boneca esteve no hospital, mas isso são coisas tristes, não gosto de falar em doenças, tanto mais que ela agora está fresca que nem uma alface. O que te quero dizer é como gosto daquele espaço mágico que me faz sonhar e esquecer que já sou uma respeitável senhora sessentona.
À entrada deparamo-nos com um poético cartaz que nos põe a par do historial daquele espaço e que reza assim:
"Era um vez  uma senhora velhinha que há muitos anos ( ainda nem havia automóveis), se sentava a fazer bonecas de trapo à porta da sua pequena loja de ervas secas . A loja ficava situada junto a um mercado e nesse tempo, as crianças andavam sempre com os pais ou com os avós e a ida ao mercado era tão divertida como agora ir ao centro comercial, ou talvez mais! Havia patos,coelhos, galinhas, pombos, peixes de muitas cores, frutas e flores que juntamente com grandes molhos de cenouras, rabanetes e couves formavam uma mistura única de sons e cheiros.
As crianças não tinham medo de se perder. Toda a gente se conhecia e tinha nome. Lisboa parecia mais pequena!
Assim, de vez em quando, a manhã era passada junto à D.ª Carlota, ( era assim que se chamava a velha senhora) a espreitar as bonecas que ela ia fazendo. Depois, conversando sempre se iam contando os males das respectivas bonecas e ela a pouco e pouco lá as ias consertando (tratando).
Acho que foi assim que começou o hospital das bonecas!
Os anos passaram e o mercado acabou mas as crianças de então, já mães e avós, foram contando aos filhos e netos que havia uma pequena loja onde o tempo passava um pouco mais devegar e onde, sem pressas, se podia brincar ao faz de contas...
Ainda hoje é isso que fazemos!!!"


No rés -do -chão recebem-se os doentes que podem ser bonecas mas também se restauram imagens e outras peças antigas. No slide inserido acima podeamos ver a dona do hospital com uma cliente que restaurou um Menino Jesus que parecia ser do séc.XIX e que teve a oportunidade de aí comprar a roupinha para o mesmo em cambraia fina pois lá encontramos de tudo: roupas, sapatos e cabeleiras para as bonecas, móveis dos mais variados estilos para as casas das bonecas assim como candeeiros e objectos decorativos para as mesmas e brinquedos incluindo brinquedos de lata que estão a ser muito procurados por coleccionadores .

Do 1º andar nem te falo, só presenciando! Entramos num mundo de sonho e fantasia do qual não nos apetece sair!
São bonecas de vários locais do país e do Mundo, e de várias épocas, acessórios adequados às  mesmas, roupas, brinquedos enfim paira no ar um clima de sensibilidade e de um saber fazer e preservar o passado que nos impressiona e faz sonhar...

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

A minha boneca teve alta do hospital.

Como te disse estive ausente uns dias, em Lisboa e aproveitei , para ir ver a minha boneca que estava no hospital das bonecas, na Praça da Figueira nº 7.
Embora já muito antiga, fez no Natal passado cinquenta e sete anos, resolvi investir nela porque me traz muitas felizes e gratas recordações... Ainda sinto o coração aos pulos quando me lembro do momento em que os meus pais ma ofereceram nesse longínquo Natal de sessenta e três, tinha eu cinco anos.
Ponho-me a pensar que se nós perguntarmos a um jovem ou a uma criança que presente teve neste  ou no Natal passado provavelmente não se lembrarão tal é a abundância que muitas vezes banaliza momentos que deveriam ser eternos; Mas para mim, foi um momento mágico que me massajou o coração de tal forma que ainda me alegra.
Como te disse acima a minha boneca esteve no hospital na cama sessenta e sete, já lá havia estado mas teve uma recaída e voltou a ser internada. Quando lá cheguei fui informada que iria ter alta pois o tratamento estava completo e já tinha recuperado.
Foi um tratamento complicado porque teve que fazer " terapia da fala" porque tinha perdido a voz, também teve que tratar duma perna porque atendendo à idade tinha arteroses e um "pelling" completo, como a Lili Caneças. Está boa, graças a Deus mas isto nunca se sabe, atendendo à idade, qualquer dia está com incontinência urinária...
Fiquei contente, com a notícia da alta e trouxe-a para casa, já muito bonita com o seu vestido cor-de-rosa, que a minha mãe tinha feito de um vestido meu e ao pescoço uma renda de bilros, muito antiga. Vê se não está pimpolha a minha amiga de infância!
Agora está resguardade numa vitrine, como me recomendaram no hospital porque é uma peça de muito valor estimativo e considerada uma antiguidade.
As coisas que a clara te conta!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Estive ausente...

É verdade, estive ausente, por uns dias, mas sempre presente, na vontade de me abeirar desta página para, através dela, comunicar contigo, dando-te conta das minhas alegrias e tristezas, experiências e aprendizagens. Espero sinceramente que te tenhas  apercebido
 da minha ausência pois isso será a prova  que me procuras e que aprecias o sinal de amizade e de boa-vontade com que te aceno deste cantinho.
Retomo este contacto no dia da Senhora das Candeias pedindo que estenda os seus raios de luz até nós que bem precisamos.