sexta-feira, 11 de junho de 2010

Alfenim

Aqui na ilha Terceira, Açores, é hábito as pessoas oferecerem aos impérios peças de alfenim, em cumprimento de promessas feitas ao Divino Espírito Santo, em momentos de aflição e ou de dor. Estas peças depois são  arrematadas ( leiloadas ), normalmente à porta do império, momento que muitas vezes se reveste de imensa graça, atendendo ao clima de descontracção que se vive, porque normalmente todos se conhecem, e ao que o leiloeiro, diz para captar a atenção dos presentes para que  licitem e  entrem em despique para ver se o lance vai aumentando. 
Estas são algumas das peças que foram oferecidas ao império das Bicas, normalmente o formato tem a ver com o tipo de promessa que se faz e então tomam a forma de membros do corpo, de animais e ou outros.
O alfenim é um doce de tacho, feito com açúcar e água suficiente para o cobrir e vinagre. Após tomar o ponto ideal é trabalhado quente de modo a serem modeladas as peças pretendidas. Este doce como o nome indica é de origem árabe (al-fenid).Alfenim e significa "aquilo que é branco".
O alfenim era uma guloseima oriental muito popular, em Portugal, nos fins do séc. XV e inícios do séc, XVI. Esta receita veio para os Açores trazida por elementos mouriscos que cá se fixaram. Era prenda de luxo, servindo para presentear pessoas distintas, também era usada para ornamentar as mesas dos noivos,



Alfenim:

As mulheres da terceira
Linda ilha dos Açores
Em jeito de brincadeira
Fazem do açúcar flores.

 

Flores, frutos e animais
Tudo branquinho e doce
Finura vista jamais
E prometidas em prece.

 

São mãos de fada ágeis
Que com habilidade e gosto
Fazem estas peças frágeis
De requintado bom-gosto.

 

O calor suas mãos queima
Em tal artístico labor
Aquece o coração e teima
Fazer do trabalho louvor!



11/6/2010
Clara Faria da Rosa

Festas das Bicas de Cabo Verde / 2ª tourada


Integrada no programa das festas das Bicas de Cabo Verde, realizou-se ontem, 10 de Junho, a 2ª tourada. Voltei a fazer uns petisquinhos para o "5º touro, recebemos de novo amigos e conhecidos, as varandas encheram-se e os toiros correram, com menos bravura do que na tourada da 2ª feira mas ninguém teve culpa, a comissão das festas empenhou-se, os touros é que não quiseram! No entanto, um touro colheu o encarregado da firma Construtora, aqui nas Bicas, de nome Artur que ao que sei ficou bastante magoado e parece que ainda está internado no hospital.
Marradas, tapadas, tascas, petiscos, vendedores de salgados e gelados, fotógrafos empoleirados nos postes à espera das melhores imagens para serem captadas e algumas colchas e muitas pessoas nas varandas, numa agradável tarde em que o sol se mostrava com frequência, eis preparados todos os ingredientes para a típica tarde de touro da ilha Terceira!