sexta-feira, 11 de novembro de 2011

S. Martinho; castanhas e vinho




Este é um engraçado e artístico bolo que vi ontem exposto na montra da pastelaria "O FORNO", na rua de S. João em Angra do Heroísmo, Terceira, Açores, a lembrar o dia de S. Martinho que hoje celebramos. Como é tempo de castanhas lembramo-lo com castanhas e vinho que nesta altura do ano já está bom para se beber, assim inaugura-se o vinho novo, atestam-se as pipas e faz-se uma festa, porque tristezas não pagam dívidas, por isso os antigos tinham o ditado seguinte: no dia de S. Martinho. vai à adega e prova o vinho.
A igreja lembra este santo, não mártir, o 1º confessor a subir aos altares do Ocidente, no dia em que foi a enterrar em Tours, França, no ano de 397.
Ao longo da sua vida foi um exemplo de generosidade, humildade e partilha daí a lenda da capa que teria partilhado com um mendigo que encontrou quando ia a cavalo, que todos bem conhecemos.
Este santo é o patrono dos alfaiates, cavaleiros, pedintes, restauradores (hotéis, pensões, restaurantes), produtores de vinho, dos alcoólicos reformados, dos soldados, cavalos e gansos.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Apetecia-me que já fosse Natal!

 Embora seja um lugar comum dizer-se que o Natal é sempre que um homem quer, a verdade é que temos que esperar pela data pré  - estabelecida para o festejar. No entanto, a verdade é que neste momento, quase que me apetecia que já fosse o Natal, para alindar a minha casa com este trabalhinho que acabei agora mesmo e que se destina a ser usado nessa época que se aproxima a passos largos.
Mostro-te, à semelhança do que fiz com o trabalho anterior para que,  se te apetecer,  possas copiar a ideia e fazer uma toalhinha do género para a tua casa; Ainda tens tempo...
É um trabalho rústico que não sendo  dispendioso, fica muito vistoso e aparatoso , perdoem-me a aliteração ( repetição de sons consonânticos)
Para fazeres esta toalhinha de Natal necessitas de um quadrado de serapilheira fina com o tamanho que pretenderes, dois novelos de lã, muito fina, um vermelho e outro verde, fitas da cor que mais gostares verde ou vermelha, ou as duas e muita persistência paciência e engenho.
Tiram-se os fios para fazer a bainha aberta, fazem - se os cantos com muito cuidado para ficar perfeito, borda-se a barra com um motivo de ponto de cruz a gosto e depois tiram-se os fios para meter a fita. Nos cantos armam-se laços ou outros motivos de Natal.
Foi o que eu fiz, agora estou a pensar no arranjo que irei fazer para pôr na mesa, sobre a toalha...
Já o grande poeta António Gedeão no poema " Pedra Filosofal" , um hino à liberdade e ao sonho dizia:

"Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer"

Pois é, enquanto vou sonhando, vou vivendo e enquanto vou vivendo, vou sonhando e assim sinto-me feliz e realizada; Para mim não é preciso muito , basta-me uma rústica e simples toalhinha com motivos de Natal, feita por mim, com muito entusiasmo e amor! 
Experimenta...




quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Preparando o Natal...

Não, graças a Deus ainda não estou caduca, como naturalmente estás pensando a meu respeito, sei perfeitamente que ainda estamos a mais de um mês desse tempo mágico que é a época natalícia, o título tem a ver com um trabalhinho que ando a fazer e que te quero passar ainda a tempo de o poderes fazer para a época festiva que se aproxima.
 Esta história já tem barbas, como o pai natal e iniciou-se com um miminho de uma prendada amiga, a Marília Dutra que no Natal de 2010 me ofereceu, um pai natal, em crochet, para pôr na lapela do casaco ou na camisa.
Fiquei encantada com tamanha habilidade e doçura  e logo me propus seguir-lhe o exemplo para o Natal seguinte .
Estando próxima a data, comprei um novelo de lã branca, da mais barata e comecei , segundo as indicações da amiga Marília Dutra a fazer rosetas com um ponto a  vapor, a imitar as barbas do pai natal, fui fazendo até acabar a lã, deu 35 rosetas, como esta que podes podes ver:
Foi altura de rematar, com cuidado, as duas pontas, o que ainda leva o seu tempo e partir para a carapuça vermelha,com uma linha nº6 e uma farpa própria, cá está:
Posto isto, foi altura de fazer os pompons para a ponta do barrete e de bordar a boquinha a vermelho e pôr os olhinhos. Por acaso estes foram colados, são daqueles que mexem, mas podem ser feitos com linha.
Com habilidade e vontade tudo  se consegue, como podes ver ficou muito bonito!


Agora está tudo guardadinho numa caixa ate ao Natal. Antevejo a alegria e satisfação que terei a prender, este meu trabalhinho, com um alfinete, na roupa das minhas amigas.
Põe tu, mãos à obra, ainda vais a tempo, estou certa, tenta a tua sorte, desafia a tua habilidade, como eu fiz...
A vida é feita de experiências e aquele que vai mais longe é o que tem coragem de arriscar!
Estou certa do teu sucesso e que me surpreenderás com a tua engenhosidade...
Não esqueças que:
Numa altura de contenção, como a que estamos a atravessar não são precisos grandes gastos para manifestarmos a nossa amizade e para dar alegria aos que estão próximos de nós

sexta-feira, 4 de novembro de 2011


O conforto de umas sapatilhas

Todos os dias, pela manhã, se o tempo e a vida me permitem, gosto de fazer a minha caminhada. Visto uma roupa confortável, calço umas sapatilhas e lá vou eu!
Ao calçar as sapatilhas sinto-me muito bem, preparada para enfrentar uns quilómetros e penso sempre no tempo em que não havia calçado tão confortável e nas senhoras que fazem imensos sacrifícios sobre as suas "quedíssimas altíssimas" em nome da elegância.
Embora as minhas sapatilhas não sejam de marca especial, são bastante confortáveis e coloridas pois eu sou uma sessentona que gosta de cores alegres, e servem perfeitamente para uma marcha a sério.
 Pensando no assunto, resolvi então, fazer uma ligeira pesquisa sobre este tipo de calçado e o seu aparecimento:
Fiquei sabendo que os ténis estão na moda, toda a gente os usa para além dos atletas, há ténis líndíssimos e "chiquérrimos" e alguns com solas amortecedoras  de preços astronómicos.
Pensa-se que Henrique IV de Inglaterra ( 1366/1413), irmão de D. Filipa de Lencastre, rainha de Portugal, da dinastia de Avis, foi o primeiro a encomendar ténis, seis pares de sapatos de feltro, para jogar, pois tinha problemas de pele.
Mick jagger, vocalista dos "the Rolling Stons", uma das bandas inglesas mais famosas do século passado, casou-se de ténis

e Woody Allen, comediante, humorista e cineasta norte americano, usava ténis de lona quando acompanhou ao balé a primeira dama dos estados Unidos, Betty Ford.

Como referi acima não me "amarro" em marcas, mas muitos jovens com quem conversei disseram-me que as all star e adidas são as melhores sapatilhas e ficam sempre bem e que as da echo também são muito giras.
A maioria deste calçado é feito na Formosa e na Coreia  do Sul e mais recentemente na China.
Os estilos e finalidades destes sapatos são infindos, há sapatilhas para marcha, para jogar ténis, para jogging e com solas revolucionárias e artifícios ortopédicos, havendo até modelos com um computador em miniatura incorporado que trabalha a bateria e que regista a distância percorrida, o tempo dispendido, o passo em quilómetros por hora e até, pasme-se, o número de calorias queimadas!
Mas isto são produtos de alta tecnologia para quem ganha um ordenado de futebolista! As minhas sapatilhas, são básicas, servem para todos os fins, não contam as calorias, custaram , em saldo, uma modesta quantia, mas andar com elas é como voltar à juventude e na rua , sinto-me leve, bem-disposta e com vontade de avançar que é o que interessa...

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Dia de Pão-por-Deus/ Um dia de Outono


Ontem foi dia de Pão-por-Deus, mas não teve a graça que costuma ter, pois o Outono resolveu mostrar-se na sua plenitude e as crianças não saíram à rua com as suas saquinhas coloridas a bater de porta em porta.
Tiveram receio da chuva e do vento forte intercalados com uma húmida e persistente neblina que inibe até os mais fortes, de saírem de casa.
Também a ida ao cemitério para visitar as campas dos entes queridos foi rápida, sob persistentes bátegas de chuva e ventos fortes que estragavam os arranjos que os familiares tinham feito para homenagear a lembrança dos que já partiram.
Tinha preparado, como habitualmente, moedas para receber a criançada mas, como não apareceram, pus-me a pensar na coicidência do dia em que celebramos os Santos e que antecede o dia dos fieis defuntos que partiram para uma nova vida, conforme os católicos acreditam,  parecer ser um dia de viragem no ciclo anual,  com ventos, chuva e frio com vista a um outro ciclo, uma outra vida, uma nova estação verde e efervescente.
O Outono, como a vida das pessoas é uma época de viragem, a natureza torna-se acastanhada e se observamos com atenção, deparamos-nos com cores surpreendentes como o amarelo que nos traz à memória tarte de limão, os dourados do sol, rubis e carmesins e todos os castanhos quentes que lembram o couro usado. Segundo li há muito tempo,essas cores devem-se ao facto de as árvores cansadas, não permitirem uma correcta circulação da seiva e as folhas deixarem de produzir clorofila, aparecendo assim pigmentos amarelos; Deste modo, as folhas acabam por cair e restolham pelo chão como um tapete bordado por mãos de fada, a fada natureza, os ouriços arreganham as bocas deixando cair as castanhas  que estalam sob os nossos pés, se as pisamos.
Esta é uma altura do ano mágica em que a natureza, numa terra como a nossa que tem a vantagem de viver quatro estações, hiberna, descansa, suspira e sonha  um pouco, esperando pelo mês de Maio.
Os prenuncios do Inverno já se escrevem à nossa volta, vem aí o S. Martinho, o vento arrasta as sementes das plantas, as folhas caem cobrem o solo e as sementes espalham -se pelo meio delas a fim de ganharem raízes para o ano seguinte; foi a morte que origina a vida!
Afinal o dia que celebrou os Santos seguido do dia que lembra os nossos defuntos celebra a vida, uma vida, uma lembrança que permanece nos nossos corações e nas nossas memórias... 

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Dia de Todos-os-Santos


Todos os anos, neste dia, duas ideias povoam a minha cabeça, num dilema, tentando concluir se estou praticando regras de bom viver:
- Por um lado o meu hábito de fazer planos a longo prazo, como se fosse viver para sempre, por outro lado, a certeza de que não vale a pena porque, como os turistas, estou de passagem,  à semelhança dos nossos antepassados; Sei que devo conduzir-me todos os dias, como se fosse morrer amanhã, não precisando de grandes coisas ; É o que tenho de mais certo!!!
Contudo, a arte e a civilização, fizeram dos homens algo mais do que  simples habitantes deste absurdo universo, daí o nosso apego às coisas, às pessoas e aos bens materiais e imateriais.
É um bem imaterial a recordação dos nossos pais, sogros, familiares, amigos e vizinhos que já partiram e tenho a certeza, de que eles sentem a nossa saudade e as nossas orações, em especial neste dia que lhes é dedicado.
Se as rádios e televisões, conseguem espalhar as melodias das notas de um violino sobre montanhas, mares, desertos, aldeias e cidades barulhentas, as quais  são captadas como pétalas de rosas brancas, no rarefeito éter azul, então porque não ter a certeza de que eles nos  verão, ouvirão e estarão felizes, por saberem que não os esquecemos e que em especial neste dia, endereçamos a nossa saudade, o nosso preito, a nossa homenagem, as nossas orações, até eles.