sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Festas da Praia da Vitória 2015

Ai nas nossas festas da Praia.
Houve, música, dança e fantasia,
Veludos, sedas e cambraia,
Descontracção cor e alegria.
Ai na Praia de Nemésio,
Muitos balões subiram no ar,
Para a tristeza foram remédio,
E trouxeram grande bem-estar,
Ai as Torres da nossa praia,
Do Hospital, Câmara e Matriz
Avistam a cidade  até à areia, 
E vêem o povo muito feliz ...

Clara Faria da Rosa
Festas da Praia da Vitória 2015

Nem quero acreditar!!!


A noite passada, fomos à Praia da Vitória, assistir ao desfilar das marchas.
Vim para casa feliz e orgulhosa por pertencer a uma comunidade que consegue tais feitos.
Era uma mar de gente, tudo feliz e bem-disposto, pois a festa são dois dias e este já vai na conta, não há lugar para tristezas nem desânimos, tudo muito ordeiro, marchas e marchantes lindos, muito colorido, música animada, roupas muito bem confeccionadas e adequadas ao tema das marchas enfim pensava eu:
-Só num local muito civilizado, em que a cultura tem predominância , em que se sabe viver e conviver é que se pode experienciar uma noite como esta!
Depois das marchas passarem fomos a uma tasca, e lá foi uma bifana à maneira e uma deliciosa sangria branca, com sabor a um licor, que só mais tarde deduzi ser amêndoa amarga, de novo muita gente num convívio sereno e bem-disposto que nos dispôs bem de tal maneira que, depois de estarmos um tempão a falar com amigos, só voltamos para casa depois das quatro da manhã.
Ao levantar,que como se compreende não pode ter sido muito cedo, pego no jornal diário e leio um artigo que refere a opinião de Paulo Santos candidato da CDU às eleições legislativas pelo circulo eleitoral dos Açores que diz que "os Açores são uma das regiões mais pobres da Europa...e que a realidade vivida nos Açores mostra que a posição austeritária não resultou ."Aqui penso que este termo austeritária" tem a ver com a austeridade que se tem vivido nestes últimos tempos.
Fiquei de rastos... E eu fascinada com tanta luz, cor e alegria, fui induzida a pensar precisamente o contrário!
Na verdade - concluí eu - se somos a região mais pobre da Europa, ontem camuflou-se a situação muito bem camuflada...


















Ao ritmo da música:


Muitas e lindas fotos e impressões se têm aqui divulgado sobre o cortejo de abertura das festas da Praia da Vitória, na ilha Terceira, Açores, pelo que pensei não publicar nenhuma das minhas pouco profissionais fotos. Contudo, pus-me a pensar que uma das coisas agradáveis da vida são os elogios de que dificilmente nos fartamos, os quais infelizmente são biodegradáveis , isto é, dissolvem-se no tempo com muita facilidade e é por isso, que embora todos os anos elogie este tradicional cortejo, pela sua originalidade, requinte, pormenor, policromia, postura dos seus participantes, guarda-roupa muito bem confeccionado, penteados e muito mais, isso já se diluiu no tempo e penso ser da mais elementar justiça voltar a elogiar o cortejo deste ano que nos trouxe música com a sua magia: música de orquestra, jazz, rock, música latino-americana e o nosso fado património imaterial da humanidade, realçando os instrumentos musicais apropriados a cada tipo, e os seus executantes, tudo prata da casa, mas que não desprimoram em relação aos de fora, e dança que com coreografias adequadas a cada tipo, também esteve presente.
É por tudo isto que a cidade da Praia da Vitória, ilha Terceira, Açores, deve estar pronta a receber de novo elogios, mais do que merecidos, os quais ao longo do ano se vão esvair no tempo, mas estou certa, de que no próximo ano a Praia da Vitória cá estará de novo para ser merecidamente elogiada, pois as gentes do "Ramo Grande" não costumam deixar os seus créditos por mãos alheias!
















Beber água do poço:

Beber água do poço:
Esta manhã faltou água , na minha zona, por curto espaço do tempo, talvez para trabalhos de manutenção da rede pública, não sei ao certo, o que sei é que fiquei nem uma barata tonta sem saber o que fazer...
Vai daí, que me veio à memória, os tempos em que eu ia com a minha mãe ao poço tirar água, que depois transportávamos para casa em grandes baldes, cada uma do seu lado, numa agradável cumplicidade a ver se não derramávamos nada porque, naquela altura, água era ouro e ao chegar a casa era muito poupada, não era como agora que se deixa a torneira a correr e se gasta imensa só para lavar os dentes!
Também me lembrei do Senhor Teotónio Meneses, um Senhor que tinha uma casa com loja por baixo na praça em frente ao lar D. Pedro V, na Praia da Vitória onde a minha mãe ia fazer compras e do diálogo que se travou entre os dois:
- Então como vai a pequena nos estudos?- já se sabe que a pequena era eu!
-Vai indo devagarinho- respondeu a minha mãe que não era de muitos superlativos, nem de fazer grandes alardes dos resultados que eu porventura obtivesse, porque ela considerava que eu não fazia mais do que a minha obrigação...
-Ela vai conseguir- dizia o Senhor- E sabe Porquê? perguntava ele para a minha mãe ,de olhos curiosos, postos nele:
-Porque bebeu água do poço!!!
Agora era a minha vez de comentar, com os meus botões, porque na minha insignificância, não me atrevia a fazer parte daquela filosófica conversa de adultos:
-O que tem a água do poço a ver com os meus êxitos escolares???!!!!
Passaram-se os anos já não estão entre nós os interlocutores deste curioso diálogo e hoje, porque faltou água em casa dei por mim a pensar nisto tudo e a concluir que temos que saber tirar partido da situação que vivemos, até mesmo da escassez, e temos que parar e pensar que os nossos problemas não são assim tão terríveis como parecem e tornam-se mais fáceis se os encararmos de uma forma aceitável .
A arte de saber viver está no facto de nos concentrarmos nas nossa dificuldades, aceitando-as e resolvendo-as da melhor maneira possível e assim nos tornamos auto-confiantes, fortes e serenos perante a vida.
Agora é que eu percebo como foi bom para mim, acartar e beber água do poço!