terça-feira, 21 de março de 2017

O que é a poesia:

A poesia lê o mundo
O homem e a alma a fundo,
A poesia vê  a dor
A fome, a tristeza e o amor,
A poesia  a paz canta
E a  bondade que encanta,
A poesia chora a guerra
Derramada sobre a terra,
A poesia é sentimento
Que expressa o sofrimento
Com arte, sentido, emoção,
Com alma ,  corpo e coração.
Poesia...
É  vida é saúde, é morte
É  falar da alegria e da sorte
Da inveja  e da maldade
Da amizade, do amor  e da saudade!

Clara Faria da Rosa


Primavera
Se eu fosse a Primavera:
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Ai, se eu fosse a Primavera
de verde, eu tudo pintava
um verde alegre e cintilante
e velhos e novos alegrava.
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Ai, se eu fosse a Primavera
numa pincelada, num instante
a maldade e a guerra eu mudava
em bondade e paz constante.
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Ai, se eu fosse a Primavera
convocaria o Sol a florir
todos os pássaros a chilrear
e os tristes e doentes a sorrir.
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Ai, eu sou a Primavera
há bancos e flores nos jardins
e a humanidade a delirar
com diálogos, namoros e afins...
Clara Faria da Rosa



segunda-feira, 20 de março de 2017

No Dia Mundial da Felicidade:
O que é a felicidade?
É um dom a felicidade
É um dom uma conquista
Que se baseia na verdade
Que de dentro de nós brota
É um dom que não se herda
Conquista que não se compra
É um saber aceitar
De forma harmoniosa
O que a vida nos promete
E o que afinal nos dá
É um saber compreender que:
A felicidade não tem cor
Não tem raça nem dinheiro
A felicidade não é rica
Mas também não é pobrezinha
A felicidade não é adjectivo
Também não é substantivo
A felicidade é um enorme querer
Que vive na nossa vontade
E que chegando ao nosso rosto
Desfolha num agradável sorriso
Numa gargalhada gostosa
Num maroto piscar de olho
E numa grande vontade
De bater palmas e dizer
- Ai que bom, estou e sou feliz!!!


domingo, 19 de março de 2017

O rádio do meu pai:

 Tenho, ao longo da minha vida lido muito, e tenho com isso aprendido alguma coisa, contudo o que vivi e o que retive na  minha memória é que me tornou forte, cristã, rica e erudita . Vem esta afirmação a propósito de me lembrar, embora já se tenham passado sessenta anos, como se fosse hoje, do dia em que o meu pai trouxe este rádio para casa.
O meu pai não tinha cultura musical, mas gostava muito de música, comovia-se e vi-o chorar várias vezes, ao ouvir determinadas peças de música, também gostava de ouvir notícias, o sonho dele era possuir um rádio  que tivesse um bom som e onde pudesse saber o que se passava por este mundo de Deus - como dizia. 
Como trabalhava para os americanos na Base aérea nº 4, nas  Lajes, ilha Terceira, depois de a minha mãe ter amealhado no canto da gaveta alguns dólares, pediu a um americano amigo que lhe comprasse um rádio, tinha que ser  Philips, não sei porquê tal exigência, talvez por ter ouvido falar da marca, e o amigo americano fez-lhe esse favor e ainda o veio trazer cá fora, porque tal compra era considerada contrabando e o meu pai não podia sair no Posto um com a mercadoria, ainda por cima uma compra tão grande, que dava imenso nas vistas, ainda se fossem uns chocolates americanos...
Vai daí que, quando o meu pai se apanhou na posse da dita compra, pernas para que te quero, não tardou em casa, foi um dia de alegria!
Foi esse dia e muitos outros que se seguiram, muitos serões passamos ao redor do rádio, e até quando o meu pai estava a sachar as batatas no quintal, ou sentado no muro a falar com os vizinhos e ou com os amigos, punha o rádio bem alto para que se pudesse ouvir bem.
saudosos tempos, saudosas recordações e saudoso pai que tanto rica de memórias me deixaste!
Deixaste muitas pegadas visíveis na tua caminhada pela vida fora e algumas invisíveis que só eu posso ler e sentir, enquanto viver, bem no fundo do meu  no meu coração...






Para ti pai,
Que muito soubeste amar
fazendo da terra brotar
plantas e flores a sorrir,
sem nunca desistir.
Para ti pai,
Que foste homem a valer
que não poderei esquecer,
fica aqui esta lembrança
repleta de grande esperança...
Tu pai,
Espero que aí me vejas
e que como sempre me protejas,
das agruras desta vida,
até à hora da partida.
Para ti pai,
Aqui fica esta flor,
com todo o meu amor,
e um obrigado enternecido,
por tal pai teres sido!
***************
A tua filha Clara,

quinta-feira, 16 de março de 2017

Texturas e grupos.





Sempre associei o termo "Textura" ao acto ou efeito de tecer isto é o modo como é feita  a urdidura dos fios num determinado tecido, e o termo grupo a um conjunto de pessoas ou objectos que formam um determinado todo. Nunca, nem que vivesse cem anos, sem que viesse a formadora  Cristina Campos, dar essa dica, me lembraria de aplicar tais termos em arte floral... Pois foi o que aprendemos hoje, duas técnicas de colocação de flores, texturada em caminhos de flores com e sem movimento que podem ser suaves e ondulantes, e agrupadas em formato geométrico, grupos descontínuos, tendo cada um o seu próprio movimento. Analisando bem até que faz sentido mas é como o ovo de Colombo era preciso que nos tivéssemos lembrado disso.
É caso para dizer como o Fernando Pessa . - E esta hein?!

















Quando a vontade é maior do que o talento:


Aqui estou eu, toda "pimpolha",  a frequentar um curso de arte floral, muito orgulhosa porque tive a capacidade de assumir, numa atitude de humildade, a minha falta de engenho e de conhecimentos neste ramo. Na verdade, nunca tinha tido oportunidade de desenvolver um pouco este valor, e foi agora, graças à Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, que de mãos dadas com a Cooperativa de Arte Floral com sede em Vila Nova de Gaia , cujo objectivo primordial é o ensino, a promoção e a divulgação da arte floral que me foi dado esse ensejo.
Da  formação constam parte teórica e prática e fico deveras intrigada e extasiada com os conhecimentos dos formadores  Cristina Campos e Paulo Crispim que me têm iniciado em campos teóricos e práticos com os quais  nem sonhava...
As formas das flores, suas características , proporções e cores , têm sido abordadas nas suas várias vertentes assim como muitas e interessantes técnicas de trabalho de tal forma que no mesmo arranjo aprendemos muito. Neste momento tenho presente a voz da formadora Cristina Campos que nos adverte quando dizemos:
- está muito bonito.
-Aqui e agora o que nos interessa são as técnicas ... 
Tal é a vontade que tem de transmitir os seus saberes !
Na verdade, mais importante do que a obra propriamente dita é o que ela vai gerar, o que conta é a semente, e as sementes que ficam desta formação, vão germinar e florir à roda desta ilha, disso tenho a certeza!   















   

segunda-feira, 13 de março de 2017

Procissão de Passos em Angra do Heroísmo



A procissão do Senhor dos Passos, percorreu hoje a nossa cidade, tendo o cortejo saído da igreja da Conceição, descido a rua do Galo até à Praça Velha onde se deu o encontro das imagens do Senhor dos Passos e Nossa Senhora das Dores, duas imagens barrocas do século XVIII classificadas como imagens de roca porque o seu interior é vazio, só tem uma estrutura  que aguenta as roupas.
Em Todos os passos, que se abrem neste dia, tiveram lugar meditações e cânticos que ressoaram de um modo encantador e místico pela tarde calma e serena que se vivia. No encontro pregou o diácono Martins do Carmo que a certa altura lembrou que a Quaresma, que estamos a atravessar, é a Primavera da igreja, porque através dela chegamos à Pascoa e à ressurreição de Cristo .
Enfim, foi um acto de fé e em simultâneo o reviver de um acontecimento histórico o que se viveu hoje na nossa cidade  pois este  é um cortejo que se vem realizando  anualmente há séculos.