terça-feira, 26 de abril de 2011

No 37º aniversário da revolução de Abril

Neste dia e atendendo à conjuntura económica que o nosso país está a atravessar quero citar um célebre economista norte-americano Arthur F. Burns :
"Aquele que se diz capaz de endireitar a economia de um país, não sabe do que está a falar!"
Só peço a Deus que nos ajude a sair desta situação em que vivemos para  que o nosso país continue suficientemente livre de modo a que os nossos governantes possam examinar tanquilamente a sua consciência e nós tenhamos um país onde vale a pena continuar a viver, e futuramente uma nação a invejar! 

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Sábado de Aleluia no Império de Bicas de Cabo Verde



 É tradicional, a comissão de festas deste império juntar-se pela meia - noite do Sábado de Aleluia para atirarem morteiros festejando e lembrando a todos  a ressurreição de Jesus e o triunfo da vida sobre a morte. Este ano não foi excepção juntaram-se todos alegremente para cumprir esse ritual e também para hastearem a bandeira no mastro-real  que anuncia festivamente este facto e que entramos na primeira semana  do Espírito Santo.
A bandeira este ano foi nova, mandada fazer no Porto Judeu de Baixo, quem a fez foi a Senhora Nilza Rocha que é uma artesã de primeira  e que fez outras peças para este império que te mostrarei a seu tempo.
Para já fica com este pequeno vídeo que te mostra que de todas as ciências que o homem pode aprender, a principal é a ciência de viver de maneira a praticar o mínimo de mal e o máximo de bem possível integrado na comunidade em que vive e numa perspectiva de cidadania por mais simples ou rudimentar  que seja o modo como que isso se faça.

domingo, 24 de abril de 2011

A toalhinha azul



Ontem, acabei um trabalhinho que andava fazendo nas horas vagas, uma pequena toalha de linho azul , bordada a ponto de grilhão e com aplicações de crochet. Fiquei contente com o resultado e embora ela tenha sido feita para ser usada numa mesa quadrada ou rectangular, para os bordados e aplicações ficarem nos cantos, resolvi usá-la numa mesa redonda, no dia de Páscoa. Eu sou assim, não existem atalhos quando me apetece fazer qualquer coisa, por isso, como queria usar a dita toalha e também porque tinha gosto em mostrar-ta toca de a usar mesmo não sendo na mesa para que estava destinada.
Sobre ela o meu bolo "ninho de Páscoa" para te alegrar os olhos já que não te posso adoçar a boca com amêndoas, a desejar-te uma boa, santa e feliz Páscoa de 2011
Boa Páscoa

sábado, 23 de abril de 2011

Sexta Feira Santa


Na paixão de Nosso Senhor Jesus Christo, S. João relata-nos que tendo Pilatos dito aos Judeus:
-Eis aqui o vosso rei. 
Porem eles clamavam: Tira, tira lá: crucifica-o.
Pilatos replicou: Hei-de crucificar o vosso rei?
 E responderam os pontífices : não temos rei, senão César!
Então pois Lho entregou para ser crucificado e, com effeito recebendo a Jesus o conduziram e Elle levando a sua Cruz, se encaminhou para o logar denominado Calvário, em Hebreo Golgõtha, onde o crucificaram e com Elle outros dous, de uma e outra parte, ficando Jesus no meio...................................................
Junto à Cruz de Jesus estavam sua Mãe  e a irmã d'ella Maria de Cléofas e Maria Magdalena. Jesus pois vendo a Mãe e o Discípulo por Elle amado, que também ali estava, disse a sua Mãe:
Mulher, eis-ahi o teu filho e depois disse ao Discípulo: Eis ahi a tua Mãe e d'aquella hora o Discipulo a levou consigo. Depois sabendo Jesus que tudo estava completo, para se cumprir a Escriptura, disse: Tenho sede.
Havia-se ali posto um vaso cheio de vinagre, donde aquelles ensopando uma esponja e envolvendo com o bisope lh'a apresentaram á bocca. E Jesus, provando o vinagre, disse:
Está consummado e enclinando a cabeça, entregou o espírito.


 Ilustrando o que acima transcrevo, do evangelista São João, mostro-te  acima, estas  imagens, muito antigas do Senhor dos Passos e de sua Mãe Nossa Senhora das Dores e também a capa de um missal do início do séc, XIX, feito em Pariz, na antiga casa Morizot, Laplace, Sanchez e Cª. Editores. É um Exemplar belíssimo com folhas douradas, capa dura com relevos, dois fechos trabalhados, estando em muito bom estado, para uma peça com   200 anos,  que me foi oferecido pela minha amiga Marília Dutra e que te mostro abaixo com mais pormenor:

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Oferta de páscoa

Não há altura do ano em que o ovo seja mais honrado do que na Páscoa, marmoreado, salpicado ou pintado de cores luminosas e apelativas a verdade é que em cada ano que passa continuamos a alimentar esta graciosa e encantadora tradição. Isto porque o ovo sempre foi visto como  símbolo de vida e os primeiros ovos de Páscoa eram tingidos de vermelho, cor que simboliza a vida.
 Segundo breve pesquisa que fiz, em quase todas as culturas, o ovo tem um conteúdo simbólico, como nascente de vida,  desempenhando importante papel nos ritos de fertilidade e na magia curativa, soube ainda que  segundo a mitologia chinesa o céu e a terra foram criados a partir do Ovo Universal e que as Escrituras egípcias antigas descrevem como o Deus-Sol, Rá, quebra a casca de um ovo e na mitologia grega, o Deus Eros saía de um ovo Universal, prateado e o cristianismo vê o ovo como símbolo da ressurreição.
Os camponeses do séc, IX pagavam tradicionalmente uma renda em ovos à igreja e aos senhores, por altura da Páscoa, obrigação que deriva no hábito de se trocarem e oferecerem ovos pintados e decorados entre familiares, amigos e namorados.
É por tudo isto que por cá nos Açores previlegiamos  os ovos aninhando-os no centro dos saborosos folares de massa doce que fazemos por esta altura da Páscoa, conforme podes ver neste exemplo abaixo que me foi oferecido pela nossa amiga Maria de Lurdes Melo que os fez e veio, com o seu marido, João Melo, do Porto Judeu a nossa casa , visitar-nos e  oferecer-nos estas delícias que nós agradecemos, pois mesmo antes de os provarmos temos  a certeza de que estão delíciosos porque  ela é mestra na arte de culinária

E agora, muito a propósito, votos de boa Páscoa e que o espírito pascal permaneça em todos nós ao longo do ano que nos separa da próxima páscoa.

domingo, 17 de abril de 2011

Domingo de ramos/ dia de grãos


Fui à Missa à igreja de S. Pedro de Angra, esta estava cheia de ramos verdes que lembravam o simbolismo do dia...
O sacerdote, padre José Júlio, chegou em procissão com muitos fieis que transportavam ramos e cestas repletas de ramos abençoados, que no fim da missa foram distribuídos pelos fieis para os levarem para casa e os guardarem durante o ano.


Isto tudo numa clara alusão à entrada de Jesus Cristo em Jerusalém, para celebrar a Páscoa Judaica, montado num jumento e aclamado pela população como o Messias.
Esta festa litúrgica  abre a Semana Santa que termina com o Domingo de Páscoa que celebra a ressurreição de Jesus Cristo, depois de ter sido crucificado.
Também trouxe um ramo para casa e lembrei-me da minha mãe que guardava o ramo, depois de seco, detrás de um quadro, para manter a casa abençoada, como ela dizia e lembrei-me também que dizia que este dia é dia de grãos, não se comem ramos, isto é folhas de hortaliça e por isso no domingo de ramos comíamos :  canja com arroz, sopa de grão que o meu pai, chamava gravanço e eu pensava que ele por ser iletrado estava a dizer mal e só mais tarde fiquei a saber que a palavra que ele usava era um aportuguesamento de grabanzo da vizinha Espanha, afinal ele sabia muito mais do que eu que passava os dias na escola, enquanto ele labutava de sol a sol, feijão, papas grossas e papas de arroz, que eram primas do arroz- doce, como dizia a minha mãe, porque eram feitas com menos ingredientes.
Ainda mantenho esses hábitos porque enfim, há tantos dias para comermos as outras coisas que não custa nada cultivar esta tradição que não sei se é só familiar ou se mais alguém tinha  este hábito, mas que para mim tem um sabor e um sentido muito peculiar!

Também trouxe, da igreja o meu ramo abençoado, fica agora a secar. Depois como em muitos actos da minha vida, vou seguir o exemplo de minha mãe e guardá-lo até ao ano que vem, acredito que ele abençoará a minha casa e a minha família.


sexta-feira, 15 de abril de 2011

Enfrentando um desafio:


Nunca na vida pensei que iria fazer tal coisa! Mas a verdade é que tentei, tentei porque sei que só aprendendo com as nossas falhas é que nos tornamos melhores. E como poderia eu adquirir esta nova competência se não tentasse, com medo de errar? Claro que não fracassaria se ficasse parada sem experimentar, mas arrisquei...Falo do  restauro de um pequenino, lindo e antigo e maltratado Menino, embrulhado em velhos papeis, arrumado a um canto de uma gaveta, com os braços e pernas partidos e colados e com falta de um pezinho, do vestido nem se fala, a antiga e arrendada cambraia quase que se desfazia e estava tão sujinho que só se sabia a cor por intuição.
Uma obra adiada ao longo dos dias, dos meses, dos anos! Ganhei coragem e com as indicações da minha amiga Luísa Garcia que é perita em artes decorativas, lá me aventurei...
A primeira tarefa foi tirar com muito cuidado o vestido, colado ao corpo com colas antigas que seguravam os braços partidos, lavei-o, e fi-lo de novo pois a parte  de cima estava toda estragada , depois colei, emassei, fiz o pequeno pé e pintei-o. Mandei à ourivesaria o pequeno resplendor de prata para limpar e pôr um espigão,  para se segurar na cabecinha. Depois de vestido ficou lindo e eu fiquei feliz porque enfrentei este pequeno e adiado desafio e consegui. Claro que poderia ficar mais perfeito se eu tivesse mais prática e se eu fosse profissional, mas mesmo assim estou contente com o resultado deste pequeno  desafio que eu tive a coragem de enfrentar sem medo de fracassar. Para a próxima será melhor!
É preciso enfrentar o fracasso se queremos evitar que ele se repita...

domingo, 10 de abril de 2011

Os colchões da nossa memória



Parece incrível mas a verdade é que os colchões nem sempre foram o que são hoje, no tempo da minha avó e da minha mãe e quando eu era criança eram de folha, da folha do milho, escolhida da mais fina e branquinha que no Verão era lavada, posta ao sol e renovada, então estes ficavam altos e cheirosos e quando nós nos deitávamos, faziam um barulhinho que chamava o sono, ficávamos muito aconchegadinhos e dormíamos que nem justos. Ainda me lembro da trabalheira que era todos os dias ter que remexer a folha para os colchões ficarem fofos e até me lembro que a minha mãe tinha uma cana da largura da cama, preparada para os nivelar e assim ficar tudo muito direitinho. Enfim, outros tempos...
A folha era metida em colchões feitos de linho cultivado, tratado e fiado por essas mãos ancestrais e esse tecido cá na Terceira era quadriculado em tons de azul .
Pois é disso que te quero falar, no fundo de uma arca que herdei da casa dos meus pais, havia um desses colchões, sem a folha, claro, que nunca fora usado e eu sempre que o olhava lembrava-me com uma certa nostalgia destas coisas que te estou a contar. Receosa que mais tarde alguém se desfaça dele por não  estar ligado a estas recordações e por isso não compreender o seu valor, resolvi aplicá-lo, quer dizer fazer uma reciclagem e o colchão virou toalha rústica, uma toalha bastante grande para usar numa mesa no terraço onde comemos nos dias agradáveis de Verão.
Fiz um entremeio e uma renda para pôr à volta e ficou com este aspecto:


 Esta tem cerca de 3 m, agora estou a fazer, com o resto do tecido uma mais pequena, quadrada, para usar numa mesa de apoio. Depois darei conta deste meu trabalho. Afinal não estou assim tão indolente, isto é,  tão preguiçosa como isso!!!

sábado, 9 de abril de 2011

Indolência:


Gosto desta palavra indolência, é engraçada e sofisticada e dá classe a um defeito que ataca as pessoas e a que normalmente se chama preguiça.
Pois é, tenho andado um pouco indolente para não dizer com uma certa preguiça que me tem afastado deste blogue; Contudo, tenho feito outras coisas engraçadas que te quero contar.
Primeiro quero falar de uma amiga  Maria Margarida de Meneses Gomes com quem me costumo reunir às terças feiras de tarde e que tem andado doente, desejando-lhe aqui rápido restabelicimento . A Margarida é uma senhora que sabe muitos pontos antigos, daqueles que as nossas mães e as nossas avós faziam e que eu não tive tempo de aprender pois vim bastante nova para Angra estudar e depois o trabalho não me deixou dedicar a estas coisas de que muito gosto.
Pois aprendi o ponto Maria Antónia e bordei  nos cantos de um pano,  com restos de linha e um tecido reciclado, penso que ficou  um trabalho engraçado, para principiante.






 Que tal um cházinho?

Só me resta dizer:
- Obrigada Margarida por teres transmitido este saber e muita força!