terça-feira, 11 de agosto de 2015

1948-O ano em que nasci


 Lembro aqui   um pequeno livro, que recebi em dia de aniversário transacto, enviado pela minha amiga Maria José Azevedo, publicado pela editora "7 Dias e 6 Noites- Editores Unipessoal, Lda.2007"  com o título em epígrafe o qual  numa pequena resenha se refere aos  feitos e aspectos mais relevantes desse ano.
Fiquei então sabendo que nasci numa quinta- feira e que nesse ano a moda Dior alcançou o seu lugar cimeiro com o seu "new style" que se caracterizou pelos fatos de cinturas muito justas, que o Sporting conquistou o título de vencedor do campeonato nacional da primeira divisão  e que era
então presidente da república o general  Óscar Carmona, Portugal tinha à época, uma população de oito milhões e trezentas e cinquenta e nove mil pessoas  e que  a União Nacional de então organizou iniciativas públicas para comemorar os vinte anos de exercício do presidente da república e da nomeação de Salazar como membro do Governo e que Lisboa assinou com os EUA um acordo que concedeu facilidades militares nos Açores às forças armadas norte-americanas.
 A Califórnia revelou-se uma das zonas mais importantes de produção de petróleo, em Nova Deli foi assassinado Gandi, defensor dos métodos não violentos de contestação e da tolerância religiosa, na África do Sul iniciou-se o regime de apartheid, não foi, nesse ano, atribuído prémio Nobel da paz, o fast food mudou a história da alimentação com a inauguração de uma hamburgueria McDonald, em Londres houve a primeira reunião dos alcoólicos anónimos, foi criado, na Grã-Bretanha, o serviço de segurança social , o melhor filme do ano foi Hamlet e o melhor actor Lawrence Olivier, a Polaroid apresentou a 1ª máquina fotográfica para fotos instantâneas, foi criado o 1º relógio de precisão... Enfim tudo isto e muitos mais  feitos de grande importância e valor para a sociedade e para o Mundo, mas o que não se pode negar é que o feito mais importante desse ano foi o do meu nascimento! ( Presunção e água benta, cada um toma a que quer...), Não fora isso, eu não estaria aqui a desejar-te, sinceramente, muitas felicidades !
Um agradecimento especial a todos os que se lembraram ou lembrarão de mim neste dia.

Reflectindo...

No dia do meu aniversário:
Hoje é meu 67º aniversário, digo-o não para me parabeneares, embora não me importe que o faças e, se o fizeres agradeço, pois fico sempre muito contente com cada novo ano da minha vida, e não me queixo por envelhecer, pois considero um privilégio viver, muitos amigos e conhecidos não tiveram a oportunidade de chegar à minha idade, mas, ia dizendo, falo do meu aniversário porque gosto, neste dia, de fazer uma pequena reflexão sobre o que representa para mim viver e do modo como o faço.
É bem verdade que a vida não tem explicação, ela simplesmente acontece, contudo,ela carece de entusiasmo porque ele ajuda-nos a transformar os problemas e os obstáculos com que nos deparamos.
É o entusiasmo e a capacidade de nos maravilharmos perante a vida, que torna as pessoas jovens, qualquer que seja a sua idade.
Li algures, a frase de um poeta de que não me lembro o nome, que dizia o seguinte:
-"Os anos enrugam a pele, mas a falta de entusiasmo enruga a alma".
Claro que com 67 anos, a capacidade de nos entusiasmarmos e o motivo de entusiasmo, não podem ser os mesmos que tínhamos aos 15 anos, mas, curiosa com o assunto, fui pesquisar e fiquei a saber que a palavra entusiasmo, vem do grego e quer dizer "Deus dentro, inspiração divina, excitação da alma" e , quanto a mim, isso só pode significar um sentimento de amor por nós mesmos, um sentimento tal de aceitação que se repercutirá nos que nos rodeiam, fazendo-nos e fazendo os outros felizes.
Verifico que nesta fase da minha vida, o que faço, faço-o com entusiasmo, mas um entusiasmo desprendido e que não me ponho a chorar pelos anos passados, que foram bons, sem dúvida, mas já passaram, agora o que interessa é o presente e o futuro...
Viverei, portanto, o futuro em cada momento, com entusiasmo, tentando que as rugas não se apossem da minha alma, já que as do rosto são difíceis, "e caras", de ultrapassar...
O entusiasmo, a  simplicidade e a dignidade são valores fundamentais que uma vida plena e séria nos mostra e oferece fazendo com que aprendamos, cada ano que  ultrapassamos,  a respeitar mais a vida e todo o ser vivo.
É isso aí, é por isso que os velhos são, na maior parte dos casos, sábios, calmos, indulgentes, tolerantes, clementes, condescendentes, sendo muitos optimistas e bastante enérgicos e activos.  Tornar-me-ei , com o tempo, uma velhota entusiasmada, calma , condescendente ou uma velha rabugenta e má? só o futuro o dirá!
Que Deus me ajude, por agora, os 67 não me pesam, sinto-me completamente à vontade, tenho cumprido as minhas responsabilidade, não estou aborrecida com a vida e espero ainda viver muitos momentos e dias felizes num equilíbrio perfeito entre o corpo e a alma aceitando o inevitável: Que estou a envelhecer!