domingo, 11 de junho de 2017


Confeitos terceirenses em dia de bodo:

Nos domingos de Pentecostes e da Trindade, ditos dias de bodo,na despensa e no império situados junto à igreja, as raparigas casadoiras acotovelavam-se  nas janelas a ver os namorados que sorrateiramente lhes ofereciam embrulhos de papel de seda, com deliciosos confeitos,  guloseimas feitas de sementes ou pevides cobertas de açúcar, preparado em charope e seco ao fogo, a palavra é um substantivo que vem do latim ( confectu ) e o adjectivo "confeitado" significa coberto de açúcar.
Fazendo uma pequena pesquisa concluí  que há por esse mundo fora muitas receitas desta guloseima, de todas as cores, feitios, formas e sabores...






Mas, que que Deus me perdoe, para mim não há confeitos melhores do que os da ilha Terceira, Açores, fabricados pela firma Basílio Simões e filhos em Angra do Heroísmo.
Macios, branquinhos como véu de noiva e aromatizados com sementes de funcho, deixam na boca um sabor a tradição, a Domingos de Bodo, quando era hábito os rapazes oferecerem às raparigas grandes pacotes desta guloseima e a mesas de função, salpicadas do branco dos confeitos que os convidados metiam nos copos para adoçar o tradicional vinho de cheiro dos Biscoitos.

Quem me dera ter recebido, neste domingo da Trindade, um pacote de confeitos que me dariam a sensação de ter voltado aos meus tempos de juventude em que os sonhos se embrulhavam em papel de seda e tinham o sabor dos nossos tradicionais confeitos.