segunda-feira, 3 de maio de 2010

Dia da Mãe..


Cá estou, depois de uns dias de ausência, passados com o meu filho, em Lisboa, a apaparicá-lo, a mimá-lo e a acompanhá-lo no dia do seu aniversário a 29 de Abril passado.Tem sido norma nossa, desde que foi para fora, que  embora ausente de casa não passe o dia dos seus anos sozinho e então  eu ou o pai  lá estamos nesse dia. Não fazemos festas especiais mas estamos lá, para que ele através da nossa presença  não se esqueça e saiba sempre que pode contar  connosco, com o nosso apoio, a nossa força, a nossa amizade e a nossa compreensão.
Foi uma festa para o meu coração de mãe, este tempo  que passou muito depressa e hoje, lá teve que ser, bem cedo, o meu filho levou-me ao aeroporto para eu regressar à nossa querida Terceira.
No avião lá me acomodei e negligentemente comecei a folhear a revista de Domingo do Diário de Notícias até que fiquei "presa" a um artigo do jornalista João Miguel Tavares  no qual ele expressava a sua opinião acerca da efeméride que hoje se comemora: O DIA DA MÃE!


Que detesta este dia que é um pretexto para prendinhas e mais prendinhas, que a sua mulher é mãe todos os dias, todas as semanas, todos os meses e anos e que por isso não é necessário lembrar isso, que no dia da mãe quem se lixa é o pai , enfim isto e muito mais, dito, quer dizer, escrito, de uma forma muito engraçada mas que não deixa de ter o seu quê de verdade e que teve o condão de me pôr a pensar nesta temática.
Sabe-se que o Dia da Mãe era comemorado no dia 8 de Dezembro, dia de Nossa Senhora da Conceição e que depois transitou para o 1º Domingo de Maio o que para o caso pouca importância tem porque tenho a certeza que para o amor de uma mãe que se sacrifica abnegadamente pelos filhos uma data é de somenos importância o que importa é que venham os filhos; pese embora o facto de que as mulheres são mães cada vez mais tarde, segundo as estatísticas, em 1975 a idade média em que as mulheres tinham o 1º filho era de 24 anos e em 2008 era de 28 anos, uma sondagem feita a um universo de 829 mulheres em idade fértil revela que o número de filhos desejado pelas mesmas era francamente superior a 2,1 em todas as faixas etárias.
As mulheres querem filhos, preparam-se para os terem, actualmente, lutam para atingirem uma preparação e um patamar cognitivo e material que lhes permita receber os filhos com a dignidade que um ser humano merece o que é necessário é que lhes sejam dadas condições para que os possam ter, criar,educar e acompanhar sempre que eles precisem e mesmo quando não precisem, mãe é mãe...
Licenças de maternidade alargadas,creches condignas e a preços que se possam pagar e outras condições que apoiem a maternidade que deve ser um período de plena felicidade e realização da mulher como mãe.
É para se reflectir nestas questões que deve servir o DIA DA MÃE e também para se fazer um exame de consciência da nossa atitude enquanto personagens actuantes do papel de mães ou de filhos e se concluir do que há a limar, a mudar, a corrigir ou a implementar nessa relação.


Pensando nisso, lembro-me de um presente que o meu filho me ofereceu no dia da mãe, em Maio de  1996, tinha ele acabado de fazer 8 anos:


Um  bonito diploma que comprava ser eu a melhor mãe, visto coitadinho não ter tido possibilidade de escolha, e que me distinguia por ter prestado provas de AMOR, DEDICAÇÃO, AFECTO, CARINHO,SIMPATIA, PACIÊNCIA,COMPREENSÃO,AMIZADE e ATENÇÃO.
E lá acabava dizendo que autenticava o diploma com prazer e orgulho e o selo do seu amor.
Já lá vão 14 anos e neste 2 de Maio de 2010, voando bem alto, ponho-me a olhar para as nuvens e pergunto-me:
- terei conseguido mesmo ser a mãe que sempre quis ser?
-Todos estes substantivos como amizade,dedicação,carinho,amor,afecto,simpatia,paciência,compreensão,amizade atenção e outros inerentes à minha condição de mãe voluntária, terão sido concretizados ou não terão passado de substantivos abstractos só exercidos quando estava bem disposta, disponível ou com intenção de um reverso que me enchesse as medidas, isto é o coração?!
É  que isto de se ser mãe é um caso sério, pensemos bem nisso. vivemos hoje o dia próprio para isso, e os filhos também, pois as mães também são humanas também precisam que os filhos exerçam e pratiquem estes adjectivos para com elas, para bem de todos nós, da família e da sociedade em geral!