terça-feira, 25 de julho de 2017

Sonhos e lembranças...

Minha avó paterna vivia connosco. Era uma velhinha desprovida de carnes, que usava saia comprida e uma casaquinha curta com uma aba em viés ao jeito da anca e com muitos botões que não deixavam ver um pouco de pele, mesmo no pino do Verão, tinha cabelo branco que usava preso num pelo no cocuruto, e nunca saía de casa de cabeça descoberta pois era viúva e naquela altura as viúvas enlutavam-se para o resto da vida. Dizia-se, à boca pequena, que o meu avô tinha morrido de desgosto por ter sido desalojado da sua casa e despojado das suas terras que foram ocupadas pela Base Aérea das Lajes. Mas, adiante, como vivia na nossa casa eu adorava estar com ela, e sorrateiramente, encruzava-me, junto dela, no estrado,coisa que as raparigas de hoje não sabem fazer, enquanto fiava e dobava  as meadas neste interessante aparelho giratório que me fazia sonhar com contos de fadas, tão imaginativos e interessantes como as histórias que ela me contava.
É que os nossos avós enchem-nos de sonhos enquanto somos crianças e de belas e doces lembranças quando somos adultos.
E a dobadoira girava e eu sonhava, sonhava,sonhava... Sonhos que realizei e outros que ainda estão por realizar, quem sabe um dia, quando eu viajar para além da estratosfera  ?!!!


domingo, 23 de julho de 2017

Homens das Lajes!


Numa velha caixa de fotografias, na casa dos meus falecidos pais, encontrei esta relíquia da filarmónica  da Sociedade Progresso Lajense tirada,  penso que em  1973 do século passado, embora não tenha a certeza, alguém fará o favor de corrigir ou confirmar, tendo como pano de fundo, parece-me, a casa do Sr. João João Cardoso e da Srª Vielmina, na Aldeia Nova. Ainda me afirmei bastante para confirmar se ela estava à janela  a apreciar este reboliço, mas não, agora está a ver-nos noutro lugar, espero que em paz!
Pois esta genuína  fotografia teve o condão de me pôr a pensar no grupo de homens valentes, entre os quais esteve o meu pai que em 1947, abnegadamente trabalharam para pôr de pé uma obra de cariz cultural e físico que tem marcado presença até hoje.
Quase todas as freguesias açorianas têm a sua filarmónica, que são o espelho da sua cultura, pois a Vila das Lajes possui duas filarmónicas  a Recreio Lajense fundada em 1931 conhecida por Sociedade Velha em oposição à Sociedade Progresso Lajense - a  Sociedade Nova.
Quando eu era criança ouvia falar muito do afastamento e mau relacionamento entre os sócios e famílias das duas sociedades culturais, o que felizmente foi ultrapassado, e os sócios de uma colectividade não frequentavam a outra, conheci até, bem de perto,  um pai que se zangou com o filho por este  namorar uma rapariga cujos familiares eram da outra, como se dizia... Outras gentes, outros tempos!
O que interessa é que as tradições se mantenham e que os jovens continuem a  juntar-se com os mais velhos   e "bebam" dos seus ensinamentos e do seu exemplo.
 E viva a Vila das Lajes e as suas Sociedades Recreativas!  




sábado, 22 de julho de 2017

Gente simpática e gentil.

Fui à farmácia, comprar medicamentos, já se sabe, que é o lugar onde eles se vendem, uma farmácia que tem como norma fazer descontos aos clientes com mais de sessenta anos. Sou lestamente aviada após o que a funcionária com um ar simpático e gentil me pergunta:
-Dª Clara, já tem mais de sessenta anos - perguntou de sorriso rasgado? E rimos as duas numa cumplicidade despretensiosa. 
Claro que ela sabe que já ultrapassei há muito essa etapa, e eu sei que ela sabe e, também é claro, que isso não me preocupa, tendo eu saúde! Contudo, fiquei feliz por perceber que aquela funcionária tinha a intenção de me agradar e de me fazer, por uns instantes, esquecer que os melhores anos já lá vão...
Resultou! 


sexta-feira, 21 de julho de 2017

Meu filho, meu amigo!

No dia do amigo:

Meu filho, meu amigo,
Meu sonho, meu tesouro,
Para mim és prata e ouro,
Meu presente e meu futuro...
Conto sempre contigo
Para  teus erros admitires
E para a verdade seguires.
Amo-te pelo que és
E pelo que virás a ser
Um amor de lés-a-lés
Sem fronteiras, podes crer,
Conto sempre contigo
Para na vida seguires
De forma paciente e racional
Que prefiras o amor ao mal
E saibas ser indulgente
Com os amigos e toda a gente...
Meu filho, meu amigo
Conta sempre comigo
Que conto sempre contigo
Meu  calmo porto de abrigo!


Clara Faria da Rosa
20/07/2017
DIA DO AMIGO

domingo, 16 de julho de 2017

Para a Virgínia.

 Da Terceira emigraste
Criança de tenra idade,
Mas no meu coração ficaste
Que te lembra com saudade
**********
Nesta ilha dos Açores
Nasceste, correste, brincaste,
Por cá bebeste valores
Que nunca mais esqueceste!
**********
Nesta ilha dos Açores
Deixaste tuas raízes.
Lembranças a preto e a cores
De muitos momentos felizes...
***********
Desta ilha dos Açores
Aqui vai o nosso abraço
Com um braçado de flores
Para guardares no regaço.
***********
Desta ilha dos amores
Os parabéns te mandamos
Para jamais esqueceres
Que muito, muito te amamos!
***********
Um beijinho de: Clara, Ivo e Carlos Francisco;

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Momentos de magia:


Não sendo velhas nem novas
Não sendo bonitas nem feias,
Somos um grupo de mulheres
Qual bouquet de malmequeres...
Cada flor tem seu odor
Cada flor tem sua cor,
Nos tivemos um passado
Que neste dia foi lembrado...
Foi um momento de magia
De pura e simples alegria,
Que estas lajenses viveram
E sua juventude lembraram...
Que venham mais momentos assim
que venham muitos anos pela frente...
Para podermos nossas taças erguer
E alegremente à alegria brindar
E este momento mágico lembrar!

Clara Faria da Rosa,
Julho de 2017

Na Coroação das Sanjoaninas 2017






Na coroação participámos
E o Divino Louvámos
Que sempre seja lembrado
Que sempre seja louvado,
A nossa fé celebrámos
E o Espírito Santo adorámos
Que seja sempre celebrado 
Que seja sempre adorado,
Por este povo da Terceira 
Que reza à sua maneira 
Que sabe sempre enaltecer
Que sabe sempre agradecer ... 
E enquanto a coroa transportava
Meu coração recolhido implorava:
-Divino Espírito Santo 
Alva pomba de encanto 
Espalha tuas bênçãos e graças
Sobre nossas famílias e casas,
Divino Espírito Santo
Que da Trindade és o encanto
Não esqueças os Açores
Com suas alegrias e dores
Não esqueças Portugal
Livrai-nos a todos do mal
Nãp te esqueças de ninguém
Do velho, do novo e do jovem
Agora e para sempre ámen!

Clara Faria da Rosa
Julho de 2017