segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Hughie & Antes do Pequeno Almoço

Faz hoje, precisamente um mês que fui, a convite de um casal amigo, assistir à representação destes dois textos de Eugene O'Neill, nos "Recreios da Amadora":
Com a encenação de J. Benite e representados pelo Teatro Municipal de Almada.
Hughie, foi apresentado como  um concerto a cinco vozes; as vozes presentes de Charlie e Erie, a do narrador, a da consciência de Charlie e a voz em diferido de Hughie. Aquela polifonia de vozes manteve os espectadores atentos e expectantes ao ponto de se analisar a sociedade e se atingir a  conclusão principal, " que as vítimas também se exploram e enganam entre si". Foi a alma humana e a sua complexidade que pudemos aprofundar através das palavras de O'Neill , assim como a dificuldade das relações humanas e a relação entre a poesia e o realismo, tão bem proferidas e interpretadas pelos excelentes actores Anabela Teixeira,  Paulo Matos e os seus coadjuvantes.Valeu a pena sair de casa numa noite fria de Inverno para se assistir a uma manifestação cultural deste gabarito. 
Estas duas peças marcam o início e o fim da carreira do dramaturgo O'Neill.
Muito obrigada aos meus amigos Abel e Elisa Borba, pelo amável convite!

 

Coisas da nossa terra.

Este fim-de semana fui, com a  Zélia Carreiro,  a casa de uma amiga a Nilza Rocha que é uma artesã  de primeira, para ela fazer uma bandeira para o mastro do império das Bicas.
A Nilza mora mesmo em frente ao império do Porto Judeu de Baixo, cuja foto  podes ver aqui ao lado e como já havia feito bandeiras para este império, pediu ao encarregado para irmos lá ver. Nunca havia lá entrado e fiquei encantada com o altar do dito império que é lindo como podes ver:
 Quero aqui destacar as pinturas de José João Dutra que o decoram e que reproduzem usos e costumes da nossa terra, ligados às celebrações do Divino Espírito Santo: A Coroação e os bezerros enfeitados


Se passares neste império, na ilha Terceira Açores, não te esqueças de o visitares e de admirar a sua beleza singela.
É que às vezes ficamos tão obcecados com os nossos problemas e com vontade de visitar locais que ficam muito distantes de nós que perdemos oportunidades de apreciar o que está bem diante do nosso nariz! O que me aconteceu, pois já lá tinha passado dezenas de vezes e nunca tive a sensatez de lá entrar para conhecer o que estava mesmo no meu caminho...

"A coisa mais indispensável a um homem é reconhecer o uso que deve fazer da sua própria vontade e do seu próprio conhecimento", Platão

Usemos então as nossas oportunidades e a nossa vontade, para alargarmos o nosso conhecimento!