quinta-feira, 27 de maio de 2010

O conforto de uma cama

Caro computador, que saudades eu tenho sentido de ti! Não, não estás esquecido, o problema é que tenho tido tantos afazeres que não me tem sido possível abeirar-me de ti, outros valores mais altos se levantam, como se diz habitualmente... 
À noite, de tão cansada, só me apetece cair na cama e adormecer. É isso, além de andar  cansada sou muito dorminhoca, facto de que não costumo fazer segredo . É verdade, gosto de dormir e habitualmente, acordo retemperada das fadigas do dia anterior e com energia para enfrentar novas tarefas e ultrapassar novos obstáculos.
Ontem deitei-me tarde, por volta da meia-noite e  bastante cansada, tenho andado a fazer limpezas profundas em casa, afastar móveis, limpar tectos, janelas e paredes, veio cá a  casa um pintor, o que causa sempre um certo reboliço, embora no fim fique tudo fresco e agradável. Enfim, cansadinha mas deitada confortavelmente com o peso distribuído por uma maior superfície e com o gosto de um bom livro na mão, dei por mim a pensar na importância de uma cama e a interrogar-me sobre a bendita alma que teve a feliz ideia de fazer a primeira cama .
Decidi então  fazer uma breve pesquisa sobre tão importante assunto e fiquei a saber que  Decartes passava diariamente 16 horas na cama porque era o lugar onde pensava melhor que Goethe, por sua vez, ditava os seus poemas deitado e que até Matisse, por vezes, pintava deitado, com os pincéis amarrados a bastões para alcançar as telas.
Embora o sono ocupe cerca de um terço da nossa vida, as camas não servem apenas para dormir, como se vê pelos exemplos anteriores, mas deitar-se simplesmente para descansar, é uma das melhores coisas que se pode fazer.
Contudo, os nossos antepassados primitivos, não se podiam dar as esse luxos porque andavam de um lado para o outro à procura de  caça e de outros produtos para se alimentarem, encolhiam-se para dormir sobre folhas secas ou peles de animais, em posição fetal, para conservarem o calor e para ficarem menos vulneráveis aos ataques dos animais.
Na idade média, mesmo as famílias ricas possuíam apenas uma cama larga onde se deitava a família inteira e até os animais que serviam de aquecedor.
As camas da realeza tinham balautradas ou biombos que as transformavam em pequenas fortalezas e os reis recebiam os amigos e os ministros na cama, pois no período renascentista a posição deitada era uma posição de prestígio!
E muito mais haveria a dizer sobre estas tão úteis peças do mobiliário onde se nasce, morre, ama ,descansa,  pensa e dorme, contudo, as minhas forças e a minha inspiração a mais não mo permitem, ficando só a possibilidade de aqui  registar um louvor às nossas e em especial à minha, benditas caminhas, pelo que atrás ficou dito...