domingo, 17 de abril de 2011

Domingo de ramos/ dia de grãos


Fui à Missa à igreja de S. Pedro de Angra, esta estava cheia de ramos verdes que lembravam o simbolismo do dia...
O sacerdote, padre José Júlio, chegou em procissão com muitos fieis que transportavam ramos e cestas repletas de ramos abençoados, que no fim da missa foram distribuídos pelos fieis para os levarem para casa e os guardarem durante o ano.


Isto tudo numa clara alusão à entrada de Jesus Cristo em Jerusalém, para celebrar a Páscoa Judaica, montado num jumento e aclamado pela população como o Messias.
Esta festa litúrgica  abre a Semana Santa que termina com o Domingo de Páscoa que celebra a ressurreição de Jesus Cristo, depois de ter sido crucificado.
Também trouxe um ramo para casa e lembrei-me da minha mãe que guardava o ramo, depois de seco, detrás de um quadro, para manter a casa abençoada, como ela dizia e lembrei-me também que dizia que este dia é dia de grãos, não se comem ramos, isto é folhas de hortaliça e por isso no domingo de ramos comíamos :  canja com arroz, sopa de grão que o meu pai, chamava gravanço e eu pensava que ele por ser iletrado estava a dizer mal e só mais tarde fiquei a saber que a palavra que ele usava era um aportuguesamento de grabanzo da vizinha Espanha, afinal ele sabia muito mais do que eu que passava os dias na escola, enquanto ele labutava de sol a sol, feijão, papas grossas e papas de arroz, que eram primas do arroz- doce, como dizia a minha mãe, porque eram feitas com menos ingredientes.
Ainda mantenho esses hábitos porque enfim, há tantos dias para comermos as outras coisas que não custa nada cultivar esta tradição que não sei se é só familiar ou se mais alguém tinha  este hábito, mas que para mim tem um sabor e um sentido muito peculiar!

Também trouxe, da igreja o meu ramo abençoado, fica agora a secar. Depois como em muitos actos da minha vida, vou seguir o exemplo de minha mãe e guardá-lo até ao ano que vem, acredito que ele abençoará a minha casa e a minha família.