segunda-feira, 7 de março de 2016

Tesouros:
Para mim, o termo tesouro, não se identifica com riquezas, dinheiro, jóias e ou ouro ,mas sim, com coisas de que gosto, que considero belas e que me alegram o dia a dia,os olhos e o coração. Ora se há coisa de que gosto muito é de louça da fábrica Raul da Bernarda, a mais antiga fábrica de louça de Alcobaça cuja fundação ronda o ano de 1875 a qual tem um espaço museológico com peças representativas dos estilos desenvolvidos, na mesma, ao longo da sua laboração.
Tenho várias peças Raul da Bernarda e embora tendo plena noção de que "as coisas mais importantes na vida não são as coisas mas as pessoas" preservo-as com cuidado e carinho porque me dão alegria e contam uma história. Acontece que recentemente tive a sorte de encontrar mais uma peça destas a um preço razoável e lá a adquiri .Muitíssimo original, com carimbo e número, com um pé de um castanho escuro que vai clareando para dar lugar a um desenho, pintura e policromia lindos! Aqui está ela , e não penses mal de mim, por gostar destas coisas, porque eu sou como o tempo já não me importo com as criticas e tenho um lema de vida que é tentar passar o tempo sem ficar velha e esta atitude ajuda-me a passar o tempo de forma tranquila e entusiasmada sem pensar muito no que vem por aí... 



Catorze anos se passaram...


Faz hoje catorze anos que faleceu o meu pai.
Dei por mim a pensar muito, muito nele, na sua vida, que no fundo foi também a minha,  e em tudo o que se passou, e concluo que foi um grande homem. Mesmo nos longos  anos da sua doença terminal foi um homem corajoso, enfrentando a situação com dignidade, mostrando sempre um sorriso alegre a quem o visitava, não sendo exigente, mostrando-se compreensivo e cooperante comigo que tinha uma vida  muito preenchida com os cuidados e acompanhamento que lhe prestava e com a minha vida familiar e profissional.
Ele, como todos os homens, chegou a esta vida com os punhos fechados prontos para a agressividade e para a luta da vida, trabalhou e lutou de forma digna e exemplar e partiu de mãos abertas porque a luta acabara, já não precisava de nada, mas tinha desempenhado bem o seu papel de pai, marido e cidadão consciente, deixando o seu exemplo de homem bom, honesto e trabalhador e sobretudo  muita saudade, uma saudade que ainda doí muito!
Descansa em paz, meu pai, não estás esquecido!