quinta-feira, 25 de junho de 2015

Que bela troca...

Os adultos, neste caso as educadoras e pais, dão-lhes todo o amor,  dedicação e tempo de que dispõem, em troca, elas dão-se-lhes inteiramente... Estou a falar de crianças, do seu crescimento, do seu desenvolvimento, da sua evolução, da sua doce inocência, do querer fazer bem e agradar.É como que uma flor a voltar-se para a luz no seu lindo e lento desabrochar!
Foi o que se viu ontem passar no centro de Angra, foi o que eu pensava enquanto assistia ao desfilar de muitas crianças que se esforçavam, que se divertiam, mas sobretudo que nos alegravam os olhos e nos aqueciam o coração com aquela ingenuidade, com aquela pureza, com aquela inocência que nos deixa tanta saudade...
Que bela troca!!!












O dedo de Deus:




Cada vez estou mais certa de que  a criatividade tem muito pouco a ver com a cultura académica e muito menos com o extracto social a que o individuo pertence. Defíno-a (de uma forma simbólica), como uma centelha que passa da vontade de Deus para a pessoa e com a vontade e trabalho desta, toma a sua forma definitiva, quer seja na pintura, música literatura, poesia na política, na informática e na vida de cada um, de modo geral.
Vem isto a propósito da homenagem prestada ontem, na Câmara Municipal de Angra  do Heroísmo, Terceira, Açores, a João Ângelo Vieira pelos seus oitenta anos, completados ontem e pela sua postura ao longo dos mesmos, como homem íntegro e vertical que sempre foi, o que não é pouco, nos tempos que correm, mas sobretudo pela figura de primeira que foi nas cantigas ao desafio, com um estilo muito próprio, com um sentido de humor apurado o seu sarcasmo acutilante mas  sempre atento aos outros, meigo, amigo e simples.
Quem não conhece ou nunca ouviu falar "Das Velhas" nas cantigas ao desafio, que quanto a mim se enquadram na lírica portuguesa como  uma forma de cantigas de escárnio e maldizer de sentido crítico e satírico, das quais ele foi um exímio cantador tendo como parceiros os cantadores Doninha, Plácido, Mota e José Eliseu
João Ângelo Vieira  tem no seu percurso de vida muitas homenagens as quais constam do livro biográfico ontem publicado em sua homenagem e como presente de anos, mas conta sobretudo com a maior homenagem que um ser humano pode granjear ao longo da vida; A admiração, a amizade e o respeito dos que privaram e privam com ele ao longo destes oitenta anos.  
Aqui vai uma quadra de João Ângelo, no seu melhor:

Todos estamos sujeitos
A ter dificuldades na vida
Porque todos temos defeitos
E também qualidades.

Parabéns pelas suas qualidades e que não venha a ter dificuldades nos longos anos que desejo, ainda tenha para viver.