terça-feira, 26 de março de 2019

Tem cacau? Hum...que delícia!



Comemorou-se hoje o dia do cacau que é um fruto típico da América Central e do Sul mas que também se encontra em algumas regiões da Ásia e da África. Este fruto é a principal matéria prima para a produção do chocolate. Não sou especialista de nada, muito menos nesta matéria de culinária, contudo não resisto, neste dia,  a passar-te a minha receita de bolo de cacau. que também me foi passada por alguém, pois muito dificilmente inventamos algo, tudo o que fazemos é baseado em experiências e aprendizagens de outros.
Cá vai a dita receitinha que sai sempre bem:
- Sete ovos,
-Meia chávena de óleo,
-Duas chávenas de farinha peneirada,
-Duas chávenas de açúcar,
-Uma pitada de baunilha (facultativo)
- Três quartos de chávena de água quente,
- Meia chávena de cacau,
- Uma carteira de fermento,
Batem-se as gemas com o açúcar e o óleo, depois adiciona-se o cacau desfeito na água, vai-se misturando  a farinha aos poucos o fermento com cuidado e, por fim, as claras batidas em castelo. Vai ao forno em forma untada e polvilhada de farinha.
Facílimo, não é? receitas destas há-as aos montes, mas é a minha modesta contribuição, já que não te posso oferecer chocolates, para adoçar este dia!


domingo, 24 de março de 2019



Primavera
Se eu fosse a Primavera:
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Ai, se eu fosse a Primavera
de verde, eu tudo pintava
um verde alegre e cintilante
e velhos e novos alegrava.
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Ai, se eu fosse a Primavera
numa pincelada, num instante
a maldade e a guerra eu mudava
em bondade e paz constante.
____________________
Ai, se eu fosse a Primavera
convocaria o Sol a florir
todos os pássaros a chilrear
e os tristes e doentes a sorrir.
__________________
Ai, eu sou a Primavera
há bancos e flores nos jardins
e a humanidade a delirar
com diálogos, namoros e afins...
Clara Faria da Rosa


quinta-feira, 21 de março de 2019

Poesia:
A poesia lê o mundo
O homem e a alma a fundo,
A poesia vê a dor
A fome, a tristeza e o amor,
A poesia a paz canta
E a bondade que encanta,
A poesia chora a guerra
Derramada sobre a terra,
A poesia é sentimento
Que expressa o sofrimento
Com arte, sentido, emoção,
Com alma , corpo e coração.
Poesia...
É vida é saúde, é morte
É falar da alegria e da sorte
Da inveja e da maldade
Da amizade, do amor e da saudade!
Clara Faria da Rosa

quarta-feira, 20 de março de 2019

No Dia Mundial da Felicidade:
O que é a felicidade?
É um dom a felicidade
É um dom uma conquista
Que se baseia na verdade
Que de dentro de nós brota
É um dom que não se herda
Conquista que não se compra
É um saber aceitar
De forma harmoniosa
O que a vida nos promete
E o que afinal nos dá
É um saber compreender que:
A felicidade não tem cor
Não tem raça nem dinheiro
A felicidade não é rica
Mas também não é pobrezinha
A felicidade não é adjectivo
Também não é substantivo
A felicidade é um enorme querer
Que vive na nossa vontade
E que chegando ao nosso rosto
Desfolha num agradável sorriso
Numa gargalhada gostosa
Num maroto piscar de olho
E numa grande vontade
De bater palmas e dizer
- Ai que bom, estou e sou feliz!!!

terça-feira, 19 de março de 2019

Para ti pai,
Que muito soubeste amar
fazendo da terra brotar
plantas e flores a sorrir,
sem nunca desistir.
Para ti pai,
Que foste homem a valer
que não poderei esquecer,
fica aqui esta lembrança
repleta de grande esperança...
Tu pai,
Espero que aí me vejas
e que como sempre me protejas,
das agruras desta vida,
até à hora da partida.
Para ti pai,
Aqui fica esta flor,
com todo o meu amor,
e um obrigado enternecido,
por tal pai teres sido!
***************
A tua filha Clara,

segunda-feira, 18 de março de 2019

O rádio do meu pai:

 Tenho, ao longo da minha vida lido muito, e tenho com isso aprendido alguma coisa, contudo o que vivi e o que retive na  minha memória é que me tornou forte, cristã, rica e erudita . Vem esta afirmação a propósito de me lembrar, embora já se tenham passado sessenta anos, como se fosse hoje, do dia em que o meu pai trouxe este rádio para casa.
O meu pai não tinha cultura musical, mas gostava muito de música, comovia-se e vi-o chorar várias vezes, ao ouvir determinadas peças de música, também gostava de ouvir notícias, o sonho dele era possuir um rádio  que tivesse um bom som e onde pudesse saber o que se passava por este mundo de Deus - como dizia. 
Como trabalhava para os americanos na Base aérea nº 4, nas  Lajes, ilha Terceira, depois de a minha mãe ter amealhado no canto da gaveta alguns dólares, pediu a um americano amigo que lhe comprasse um rádio, tinha que ser  Philips, não sei porquê tal exigência, talvez por ter ouvido falar da marca, e o amigo americano fez-lhe esse favor e ainda o veio trazer cá fora, porque tal compra era considerada contrabando e o meu pai não podia sair no Posto um com a mercadoria, ainda por cima uma compra tão grande, que dava imenso nas vistas, ainda se fossem uns chocolates americanos...
Vai daí que, quando o meu pai se apanhou na posse da dita compra, pernas para que te quero, não tardou em casa, foi um dia de alegria!
Foi esse dia e muitos outros que se seguiram, muitos serões passámos ao redor do rádio, e até quando o meu pai estava a sachar as batatas no quintal, ou sentado no muro a falar com os vizinhos e ou com os amigos, punha o rádio bem alto para que se pudesse ouvir bem.
Saudosos tempos, saudosas recordações e saudoso pai que tanto rica de memórias me deixaste!
Deixaste muitas pegadas visíveis na tua caminhada pela vida fora e algumas invisíveis que só eu posso ler e sentir, enquanto viver, bem no fundo do meu  no meu coração...


Sou a Clara, mulher madura,
Ai, vivo alegre e contente,
Tentando espalhar ternura
E sorrisos a toda a gente...

Sou a Clara,  afugento a tristeza
Ai,  ao que tenho dou valor,
Tento apreciar a beleza
A bondade, a amizade e o amor...

Sou a Clara, a saúde valorizo
Ai, o maior bem que posso ter,
Peço sempre a Deus  meu juízo
Para o fim da caminhada  viver...

Sou a Clara, quando a saúde faltar
Ai, alegria  e sorrisos perderei
Mudarei completamente o meu pensar
Mas, com teu carinho, sempre contarei...

Clara Faria da Rosa

sexta-feira, 15 de março de 2019

Mulheres das Lajes
As mulheres da vila das Lajes
São sorridentes e bem dispostas,
Discretas e coerentes
Amigas, e bem jeitosas!
São fortes estes valores
Que herdaram de seus pais,
Que os encontraram nas Bugias
E nas suas negras cantarias .
Ai linda vila das Lajes
Que me trazes tantas recordações...
Onde guardo minhas raízes,
Grandes amizades e afeições.
Na tua igreja me baptizei
E também aí me casei
O cemitério tu abrigas
E dos meus pais suas cinzas...
E mais não posso dizer
Já sangra meu coração,
De ti nunca me vou esquecer
Tenho-te carinho e devoção!
Clara Faria da Rosa,
Março de 2019

quinta-feira, 14 de março de 2019

Miguel Torga e a minha ida à Feira da Ladra...

Num Sábado já distante, fui até ao Martim Moniz onde apanhei o eléctrico 28 para ir até à Feira da Ladra. Ao apear-me deparei-me com a fachada simples e simétrica mas sumptuosa, da igreja ou mosteiro de São Vicente de Fora, com as suas torres aos lados e sobre a entrada as estátuas de São Vicente, Santo Agostinho e São Sebastião, fica à entrada para a Feira da Ladra na freguesia de São Vicente, concelho de Lisboa, no bairro de Alfama.
Em 1173  São Vicente foi proclamado padroeiro de Lisboa quando as suas relíquias foram transferidas do Algarve.
Este mosteiro começou a ser construído em 1582 no local onde D. Afonso Henriques havia mandado construir um primeiro templo em honra deste santo.





Embora o dia estivesse chuvoso e frio e com pouca afluência, lá fui deambulando por entre as várias bancas e barracas até que, numa banca de alfarrabista, encontrei um livro de Miguel Torga, um escritor de quem gosto muito, a 12ª edição de Contos da Montanha, lá regateei o preço e acabei por comprar. O que é engraçado é que o mesmo incluía o prefácio à segunda edição, escrito em 1945, um prefácio à terceira edição feito em 1952, e um à quinta edição de 1966.
O que me chamou a atenção foi o prefácio à segunda edição quando Torga dizia:
"Escrevo-te da Montanha, do sítio onde medraram as raízes deste livro, encontrei tudo como deixei quando escrevi a primeira edição. Apenas vi mais fome, mais ignorância e mais desespero.Corre por estes montes um vento desolador de miséria que não deixa florir as urzes nem pastar os rebanhos"Isto em 1945! palavras proféticas...
Pensando bem, em 20019 poder-se- ia reescrever Torga fazendo umas ligeiras substituições:
Corre neste país um vento desolador de miséria que não deixa florir os cravos de Abril, nem viver com dignidade.

quarta-feira, 13 de março de 2019

No dia em que a minha mãe chorou:
Em criança era muito tagarela, depois tive um período de maior timidez e reflexão e agora é o que se sabe, já não há remédio...
Como dizia então, em criança, era uma grande tagarela e a minha mãe, coitada, tendo sempre muito trabalho, pois era costureira, aproveitava-se dessa minha característica, punha-me à janela do quarto de cama e eu ia falando com a vizinhança que passava a tratar da sua vida, e eles também se metiam comigo, pois naturalmente, achavam-me graça!
Aconteceu certo dia, que eu não satisfeita com a conversa, ou porque não passasse ninguém para eu falar, não tive mais que fazer se não descer da cadeira onde me encontrava à janela, e pegar num menino de louça que estava sobre a mesa de cabeceira, e lá subi a cadeira, pondo-me de novo à janela com aquela imagem, à laia de boneca.
Foi então, que a minha mãe, ouvindo um barulho muito peculiar, se apressou a saber o que se passava. Tudo eram cacos na varanda, e eu lá ia dizendo que o menino tinha caído.
No inicio do séc. passado, na fábrica de louça de Coimbra fabricavam-se uns meninos de mãos postas, em terracota, com uma policromia muito suave, de olhos de vidro e com um cabelo muito encaracolado e uma inscrição na base que dizia ORAÇÃO. Eram lindos!
Tendo a minha mãe casado no segundo quartel desse século, os padrinhos de casamento haviam oferecido duas dessas imagens -uma de roupa azul e outra cor- de - rosa que a minha mãe usava nas mesas de cabeceira. Era o luxo de decoração na altura, e agora são peças de colecção, visto serem muito raros.
Ainda hoje me lembro, do rosto triste de minha mãe, onde corriam lágrimas que ela não conseguia controlar, tal foi a desolação...
Passaram-se muitos anos, e embora eu fosse muito criança quando isto aconteceu, nunca me esqueci desse dia e desse acontecimento, e foi por isso que, tendo encontrado num antiquário uma imagem semelhante, me apressei a comprá-la. Sinto que isto atenuou, um pouco, o pesar que senti, por muito tempo, por ter feito a minha mãe chorar!


sexta-feira, 1 de março de 2019

Museu do Carnaval
Em 2010, por esta altura, fui com um casal amigo, de autocarro turístico a Badajoz. Visitei uma pastelaria artesanal datada de 1890, onde se podem comprar rebuçados, caramelos e pastelaria tradicional tudo manufacturado!
Visitei também a catedral de São João Baptista cuja construção foi iniciada no séc. XIII sendo concluída somente no séc.XVI, devido às inúmeras batalhas ocorridas nesta cidade.
Contudo, o que me agradou mais foi a visita que fiz ao Museu do Carnaval de Badajoz , um museu vivo e dinâmico que mostra como se vive o Carnaval em Badajoz. No referido museu exibem-se os bonitos disfarces, as composições musicais, letras engenhosas e os artefactos usados ao longo dos anos.
Os efeitos de luz, som e o ambiente realçavam o património carnavalesco que lá se tem vivido ao longo dos tempos. Este espaço moderno e atractivo está situado num edifício histórico da cidade de Badajoz: A POTERNA.
Gostei imenso, aliás para mim, como terceirense, foi o ponto alto deste passeio, no entanto fique com um certo desconsolo, uma certa tristeza ao pensar no que se tem perdido ao longo dos tempos, na nossa terra, da riqueza do nosso Carnaval.
Fiquei estupefacta com o modo entusiasmado e com o tom orgulhoso como o guia apresentava aquele seu Carnaval como se não houvesse no Mundo nada semelhante ou melhor. Na verdade fiquei deveras surpreendida com toda aquela riqueza etnográfica e sobretudo com o cuidado e amor com que são aproveitados e valorizados todos os pormenores que se relacionam com aquela festa tradicional, mas com uma grande vontade de gritar bem alto que o Carnaval Terceirense é tão rico e
diferente que daria um museu digno de grande referência a nível Nacional e Europeu e não digo mundial porque não sou assim tão conhecedora do que se passa no planeta a este nível, assim os homens quisessem!
Já lá vão vários anos mas não esqueci esta experiência e, o que pensei e senti na altura é o que penso e sinto hoje,  porque o nosso património carnavalesco terceirense está a ser aumentado...

Bom Carnaval|