sábado, 22 de fevereiro de 2014

Garrafas antigas, de grés

 Estas garrafas são de  uma cerâmica vidrada  chamada grés que é uma pasta de quartzo, feldspatos potássicos, argila e areia e  serviam para genebra e aguardentes vínicas. Em tempos idos, depois de consumida a bebida, eram usadas como botijas para aquecer as camas, agora são garrafas de colecção!
A genebra é uma bebida que remonta ao início dos destilados,  produzida nos Países Baixos,  a partir da destilação  de diferentes tipos de grãos como o trigo, centeio e milho e outras variantes de bagas de zimbro, ervas e especiarias.
Esta bebida surgiu depois da II Guerra , conflito militar global que durou de 1932 a 1945 e segundo julgo saber, é um tipo de gim, é uma bebida incolor ( por vezes com uma coloração amarelo palha, devido à adição de caramelo ) .
Não sou conhecedora,  nem apreciadora de bebidas alcoólicas o que quis, foi mostrar-te as minhas garrafas que acho muito bonitas e elegantes e compartilhar contigo a minha admiração por elas terem vindo de tão longe, algumas foram fabricadas na Holanda, há tanto tempo, algumas são anteriores ao meu nascimento e ainda se conservarem intactas. Se elas não se queixam com a idade e estão ali tão saudáveis e aprumadas porque é que eu me hei-de queixar que sou mais nova do que elas!!!
 Também quero  meditar contigo no facto de umas simples garrafas antigas poderem ser mote para nós nos debruçarmos sobre assuntos tão importantes, envolventes e aliciantes  como história, geografia, bebidas, coquetelaria, rochas, cerâmica, etc.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

O espelho antigo( à minha amiga Liana Pimentel)


Adquiri há pouco este  espelho antigo  de que gostei muito, claro que não é de material nobre como o mármore ou a prata ou ouro, nem de  limoges ou vista alegre, mas a sua moldura, de plástico, é tão delicada e requintadamente trabalhada  e fez-me transportar a uma certa época, anos cinquenta do século passado que não resisti e lá o comprei, pois  dou muito valor às coisas e à sua história.
 Por curiosidade, consultei a Wikipédia para saber mais um pouco sobre este material e, muito resumidamente, fiquei sabendo que plásticos são matérias orgânicas, poliméricos ( Compostos químicos de elevada massa molecular ), sintéticos e maleáveis que se adaptam a diferentes formas mediante o emprego de calor e pressão.
A matéria prima do plástico é o petróleo e a palavra plástico deriva do grego "plassein".
Na origem do plástico esteve em 1839 Charles Goodyear quando adicionou enxofre à borracha bruta e ela se tornou mais resistente ao calor.
Em 1846 Christian Schonbein criou a nitroceluloide e em 1909 Leo Baekland criou a baquelite.
Na década de 30 foi criado um novo tipo de plástico o nylon, após o que apareceram outros tipos de plásticos como o drácon, o isopor, o poliesterino, o polietileno e o vinil.
Este material integrou-se de tal modo no mundo actual que não se pode imaginar o mundo sem ele.
Os plásticos são usados em diversas aplicações como na moda, no trabalho, agricultura, odontologia, decoração entre outros.
No princípio da década de 70 do século passado fui leccionar para a escola de porto Judeu de Baixo, na ilha Terceira, Açores onde privei com a colega Liana Pimentel, encontrávamo-nos ao almoço e eu gostava da falar com ela porque era muito engraçada e ainda é, graças a Deus, mais experiente e eu mais nova, com muito para aprender. Nunca me esqueci o que me contou certo dia:
- Quando me casei - Dizia ela - estava no auge a moda dos plásticos e eu decorei a minha cozinha com os mais modernos e brilhantes artigos, eram os electrodomésticos da altura! Certo dia, não sei como, o lume saltou a um objecto  e ardeu tudo, tudinho! Isto marcou-me muito, porque havia casado há pouco tempo e apetrechado a minha casa e nem queria pensar num acidente semelhante!
Pois é, este material arde com facilidade e levanta o problema do descarte, embora haja sempre a possibilidade da reciclagem o que felizmente não aconteceu ao meu lindo espelho de mão que conseguiu resistir intacto e sem qualquer " beliscadura" a várias décadas, mais de meio século, espelhando tanta coisa que se falasse não conseguiria revelar ao mundo todas as transformações  que presenciou ao longo da sua vida...

Tenho os olhos aos cubinhos!



Para lembrar o dia de  amigos/as, recebemos de um casal muito amigo, um cabaz com produtos do seu quintal, entre os quais vinha uma abóbora de tal maneiram grande que  para a cortar tive que contar com o homem da casa  o qual depois de tanto esforço teve que se sentar um pouco, como vês na foto, a descansar!
 Aproveitei a pausa para tirar a supra referida fotografia para mandar aos nossos amigos, em jeito de agradecimento, o que estou fazendo por esta via. Muito obrigada amigos, bendito seja o vosso quintal que tais abóboras produz!
Acompanhando o dito cabaz vinha um cartão que dizia o seguinte:
- Goza a vida e os bons amigos. A vida porque é curta e os bons amigos porque são poucos...
Nada mais certo. Contudo, enquanto tivermos amigos como estes penso que estamos garantidos , sobretudo se tiverem abóboras deste calibre.  
Estou, como certamente compreenderás, a brincar,  sei muito bem que a amizade é uma estrada de dois sentidos, que resiste à distância e é o que acontece com as nossas famílias.
Agora tenho abóbora por uns tempos,  para sopa, para fazer filhós de abóbora de que gostamos muito, tartes e tudo o que me apetecer mas, pobre de mim, tenho os olhos a ver cubinhos amarelos, de tanta abóbora picar!





sábado, 15 de fevereiro de 2014

O restauro da jarra verde


Era uma vez, uma bonita jarra verde muito antiga, mas bastante estragada. Já alindara bonitas salas, de várias gerações  e passara por mãos carinhosas de cuidadosas donas de casa. Contudo, parece que o seu fim estava à vista, a pintura, feita à mão, apresentava-se muito apagada e desmaiada, o seu rebordo, requintadamente trabalhado, mostrava sinais de muito uso e a sua  base partida  não lhe permitia que se  aguentasse de pé, o que a  deixava  triste e acabrunhada  prevendo  um triste fim que não se adequava ao  seu estatuto.
Foi aí que dei por ela prestes a ser rejeitada como jarra e talvez destinada a ser reciclada e transformada num objecto qualquer que ela , uma jarra daquela classe social, dificilmente previra.
 Foi então que percebi a "tragédia" prestes a acontecer e  apercebendo-me da importância do seu passado e da nobreza do seu material, lancei mão da dita, pensando em recuperá-la.
Do pensamento à acção foi um ápice. Pincéis, tintas, recuperadores, colas e um pouco de  galão dourado e aí está ela toda airosa com o seu amor próprio em alta !   
Ao olhar para a minha obra pensei numa frase que já ouvi muitas vezes:
- " Até prova em contrário todas as coisas  são possíveis" e muitas vezes, acrescento eu,  o que parece impossível não o é,  se para isso contribuirmos com  determinação, vontade, firmeza ,  gosto, sensibilidade e inteligência.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Milagres de S. Valentim???

Somos um casal normal, vivemos uma vida normal e ao longo dos anos,quarenta e dois, fomos lutando como os outros casais, para vivermos uma vida digna e podermos dar ao nosso filho o que julgávamos ser o melhor para ele. Também como todos os outros casais normais  temos tido, ao longo dos anos, os nossos dissabores as nossas querelas e desentendimentos e quando falamos sobre isso pensamos sempre que a culpa é do outro...
Por vezes, fico zangada, quando não me é dado o valor "que eu julgo ter", quando estou sobrecarregada, com os afazeres domésticos e o meu marido numa " boa vai ela " sem dar bola e a minimizar a situação. Gostava tanto naquele momento de uma palavra de conforto e de compreensão!!!
Gostava tanto que alguém percebesse que a roupa lavada e passada e as gavetas arrumadas não são efeito de magia, que sentados à mesa compreendessem que aquela refeição por mais simples , me deu uma trabalheira e que se apercebessem de que ao longo destes anos todos já preparei milhares e milhares de refeições, de sopas, guisados, bolos tartes pudins e quejandos, mas não... por cá é tudo à moda antiga!
Fico triste mesmo muito triste! Até fico com o coração partido, meio amuada, sentada no meu canto,  decidida a fazer greve e a que alguém sinta na pele, isto é, no estômago, o que é ter fome, ter a casa suja e desarrumada enfim tú que és mulher e que valorizas estas coisas compreendes-me ...
De repente ouço:
- Comprei hoje duas garrafas de gás. Gás? nem sei onde se compra, só sei rodar o botão do fogão. -Também paguei a água e a luz  e fui ao banco e  falei com os homens para virem retelhar a casa que estava a precisar e com os pintores e vou comprar tinta que está em promoção e aquela árvore que caiu, lá atrás, tem de ser serrada e aquela fechadura precisa de ser oleada e o carro tem de ir à revisão e isto e mais aquilo... 
Meu Deus e eu a pensar em greve! Cheia de "vento" e presunção a pensar que só eu trabalho, que sou eu roda que tem feito girar este lar!
 Uma relação de mais de quarenta anos é um mistério que muitos jovens não compreendem, eu diria mesmo, um mistério ou um milagre de São Valentim,  que  apesar de tudo,me tem permitido sentir-me feliz e grata por tudo o que o meu marido faz, bem ou mal, mas tenta e sei que ele também  me valoriza e dou graças por isso.
Só te posso dizer que quando as coisas não correrem bem no teu casamento, valoriza o que tens, minimiza os problemas e dificuldades, lembra-te de São Valentim  e ele misteriosamente fará um milagre  que permitirá que o teu  casamento ou relacionamento dure até às bodas de prata e quiçá às bodas de ouro! Afinal é para isso que o santo existe para valorizar o amor, o respeito, a interajuda  e a tolerância entre os casais
Feliz dia de São Valentim!!! 

Dia das amigas / 2014




 A tua amizade:

Sinto-me rica com tua amizade
Confiante, eufórica e segura
Cheia de orgulho e de ventura
Alegria, amor e felicidade!
Sinto-me rica com tua amizade
Que é para mim um presente
Onde não encontro maldade
E me deixa muito contente|!
Quero que também te sintas rica
Com minha sincera amizade,
Por isso, este diploma aqui fica
A comprovar a verdade...
E a verdade é que :
- Se não estendermos a mão,
Reinará a solidão,
A tristeza e a dor
Da falta dessa linda flor
Que se chama AMIZADE!


Clara Faria da Rosa 
12 de Fevereiro de 2014 / Dia das Amigas