sexta-feira, 11 de setembro de 2015

"DIÁLOGO COM A MORTE"

Aqui está Marie de Hennezel, nascida em 1946, formada em psicologia clínica e psicanálise que trabalhou no hospital psiquiátrico de Villejuif na década de 70, tratando de graves casos psicóticos.

Em 1986 o presidente francês Mitterrand propôs-lhe integrar e dirigir uma unidade piloto de cuidados paliativos, em Paris, a 1ª do género da Europa.
Pois é esta senhora, a autora do livro "Diálogo Com a Morte ", livro que é fruto da respectiva experiência,  junto de pessoas próximas da morte, que terminaram as suas vidas, no já referido hospital, que estou a treler ou a quatreler, não sei se o termo existe, e que sempre me fascina pelo relato profundo, sentido e real que faz da sua experiência clínica, assim como pelas suas observações tão caridosas, carinhosas e humanas que transmitem ensinamentos, e uma nova visão da maneira como os doentes terminais vivem a situação, e também do modo como quem os rodeia deve encarar aquele momento, não como um tempo absurdo ou desprovido de sentido, mas como um período de realização da pessoa que muitas vezes encara a morte, segundo Hennezel, com um espírito de curiosidade e de alívio, e da transformação do que a rodeia.
O próprio prefácio de F. Mitterrand, é um apelo à meditação e à descoberta do que se passa " no momento de maior solidão, em que o corpo debruçado à beira do infinito, estabelece um outro tempo, fora das medidas habituais", sendo então a altura em que os doentes "Graças à ajuda de uma presença, permitem que o desespero e a dor se exprimam, entendem a sua própria vida, apropriam-se dela, manifestam a sua verdade e descobrem a liberdade de aderirem a si próprios".
Um livro interessantíssimo, que nos ajuda a pensar, a crescer e a perceber o que se passa no momento em que a pessoa se torna naquilo para que foi chamada a ser, no pleno sentido da palavra, o momento da realização!
Além deste livro Hennezel também escreveu " Morrer de Olhos Fechados", " A Arte de Morrer" e " Nós não nos Despedimos".
Este não pretende ser um trabalho triste, não, nem os livros desta escritora o são, o que pretendo é lembrar-me e lembrar-vos que devemos aproveitar  ao máximo desta experiência maravilhosa que é a vida para sabermos partir em paz, quando chegar a nossa altura,