quarta-feira, 31 de maio de 2017

 Eu Queria  Ter Um Irmão...

Um irmão não se escolhe,

Um irmão alegremente se acolhe,
Um irmão se abandona
Quando nova vida se abraça
quando novo mundo se alcança...  
Mas, mesmo assim...
Porque os olhos o mesmo viram, 
Porque os ouvidos o mesmo ouviram, 
Porque no mesmo berço se embalaram,
Porque do mesmo ventre saíram,
Quando os olhos se encontram...
Tristezas e mágoas se abandonam,
E a boca em flor se transforma
Quando meigamente se informa:
-É o meu irmão!
E é por saber tudo isto
Que desolada, não resisto
A dizer do fundo do coração,
Que dor por não ter um irmão,
Que dor por neste dia
Não ter para  te mostrar 
Do meu irmão, uma fotografia,
Da qual pudesse falar,
E ternamente, pudesse anunciar:
-É o meu irmão!

Clara Faria da Rosa
31 de Maio de 2017
Dia do Irmão

terça-feira, 30 de maio de 2017

À vizinha e vizinhança


 Já o meu falecido pai dizia que vizinhos, às vezes, são mais do que família, por isso mesmo, porque são vizinhos, isto é, estão próximos de nós, estão ali à mão, quando precisamos, habitam na vizinhança e vê-mo-los muitas vezes, com facilidade, basta querermos!
É por tudo isso, e por hoje ser dia dos vizinhos, que te falo da  Isolina Fialho, aqui à janela, toda vaidosa a mostrar um lindo trabalho que fez , foi minha colega na escola primária e agora é minha vizinha, basta chegar à varanda e vejo-a nas suas tarefas domésticas ou sentada à janela a fazer os seus trabalhos manuais tarefa em que  é exímia. Quando preciso, basta chamá-la e ela aparece logo e ajuda com prontidão, como é muito habilidosa tem-me incentivado e ensinado na execução de alguns trabalhos.
Tenho outros vizinhos e vizinhas de quem gosto muito e respeito, porque também me tratam bem e com muito carinho, não só no dia do vizinho mas ao longo de todo o ano.
A toda a vizinhança mais ou menos próxima um caloroso bem haja e que sejam felizes pois acredito que  a felicidade dos que nos são próximos reflecte-se na nossa própria felicidade




domingo, 28 de maio de 2017

Aqui estamos nós, na tradicional função da Santa Casa da Misericórdia de A. do Heroísmo, gostamos imenso deste acontecimento pelo que representa em termos de tradição e de espiritualidade mas também pelo convívio, pois neste dia encontramos muitos conhecidos e amigos que já há muito não víamos. 
Foi muito agradável, a comida estava boa, tudo muito bem organizado e decorado não faltando os confeitos para adoçarem o vinho de cheiro conforme é tradicional.
Um dos momentos altos
 foi o cortejo com o provedor e mesários a levarem as coroas seguidos pelas mordomas que tiveram a seu cargo a organização de uma semana de festas que culminou com este lauto e tradicional almoço.
O provedor, na igreja da Misericórdia, ao dirigir umas palavras aos presentes, não esqueceu os irmãos que ficaram retidos na casa, por doença prolongada ou por dificuldade de mobilidade o que me fez pensar que muitos dos presentes, incluindo nós, logo logo, estaremos lá. Entretanto, vamos vivendo e sorrindo, pois o sorriso é como que um brilho que ilumina as nossas vidas e as dos outros.









segunda-feira, 22 de maio de 2017

No dia do abraço:

Abraços...
Devemos saber abraçar
Com carinho, devagar...
E tudo e todos aceitar,
Por isso venho anunciar:
-Abraço-te a ti , meu amigo
e a ti meu inimigo,
Neste dia especial 
abraço a todos por igual,
Abraço a opulente riqueza 
e a miserável  pobreza,
Abraço tudo o que vier
tudo o que tiver que viver,
A saúde e a doença
a bem e a má-querença,
Tudo faz parte do mundo 
até a dor mais profunda,
Abraço as palavras elogiosas
e as criticas mais odiosas,
Abraço as alegrias da vida
e os dias tristes sem medida,
Abraço hoje e todos os dias
as novidades e mudanças,
Abraço o que me calhar na sorte
até a negra hora da morte!

Clara Faria da Rosa
22/Maio/2017

sábado, 20 de maio de 2017


Depois da Páscoa, nos Açores:

Logo depois da Páscoa,
Nos Açores,
O arquipélago é um altar
E cada ilha é uma mesa
Para o  Espírito Santo louvar,
São cortejos para a igreja
Onde o imperador vai coroar,
E depois a mesa posta
Numa fartura sem par...
Massa doce, carne 
E  esculturas de alfenim,
Muito pão
Em arrendados açafates,
Vinho a borbulhar
No canjirão,
E copos enfeitados
De alvos e doces confeitos.
É o povo ilhéu
Religioso e  profano
Na sua fé,
Crente e  festeiro,
O terço rezando,
Com  muito fervor,
Numa sentida prece, 
Num hino, num louvor  
Ao Divino Espírito Santo!
Então, no sétimo domingo,
No terreiro do local,
É o culminar
Da abundância e da partilha,
É a terceira pessoa louvar...
Em cada casa, em cada ilha!


 Clara Faria da Rosa 

sábado, 13 de maio de 2017

O braço do Papa:

Papa Francisco:
Tu que estendeste o teu braço
a uma inocente criança
Inundando-lhe a vida de esperança,
Tu que estendes o teu braço
aos pobres e diferentes
aos tristes e aos doentes,
Tu que envolves com teu braço 
o próximo e o mundo inteiro
num amor puro e verdadeiro,
Peço-te, 
Dirige o teu santo braço
para esta humilde serva
que perante ti se curva,
perdoa meus pecados e faltas, 
pondera minhas falhas humanas,
faz com que eu viva em harmonia,
com fé, humildade e alegria
e aceita-me no teu regaço,
num quente e apertado abraço,
alegria, exaltação e sorte
hoje, amanhã e sempre, 
até à hora da minha morte...
ámen!

Clara Faria da Rosa.
13 de Maio de 2017
Visita do Papa Francisco 
a Fátima-Portugal

Foto-LUSA




domingo, 7 de maio de 2017

Dia da Mãe..



Acabei de receber um telefonema do meu filho que me deixou com o coração quente e a exultar de alegria, o meu filho não se esqueceu deste dia nem de ser gentil e atencioso para com a sua mãe!
Sei, que em muitos casos, este dia  é um pretexto para prendinhas e mais prendinhas, também sei que uma mulher é mãe todos os dias, todas as semanas, todos os meses e anos pelo que não é necessário lembrar isso, o que não deixa de ter o seu quê de verdade, contudo, o dito telefonema  teve o condão de me pôr a pensar nesta temática.
Sabe-se que o Dia da Mãe era comemorado, em Portugal, no dia 8 de Dezembro, dia de Nossa Senhora da Conceição e que depois transitou para o 1º Domingo de Maio o que para o caso pouca importância tem porque, tenho a certeza, que para  uma mãe que se sacrifica abnegadamente pelos filhos, uma data é de somenos importância, o que importa é que venham os filhos; pese embora o facto de que as mulheres são mães cada vez mais tarde, segundo as estatísticas, em 1975 a idade média em que as mulheres tinham o 1º filho era de 24 anos , em 2008 era de 28 anos,e actualmente ronda os 30 anos, uma sondagem feita a um universo de 829 mulheres em idade fértil revela que o número de filhos desejado pelas mesmas era francamente superior a 2,1 em todas as faixas etárias.
As mulheres querem filhos, preparam-se para os terem, actualmente, lutam para atingirem uma preparação e um patamar cognitivo e material que lhes permita receber os filhos com a dignidade que um ser humano merece o que é necessário é que lhes sejam dadas condições para que os possam ter, criar,educar e acompanhar sempre que eles precisem e mesmo quando não precisem, mãe é mãe...
Licenças de maternidade alargadas,creches condignas e a preços que se possam pagar e outras condições que apoiem a maternidade que deve ser um período de plena felicidade e realização da mulher como mãe.
É para se reflectir nestas questões que deve servir, isto é, deveria servir, o DIA DA MÃE e também para se fazer um exame de consciência da nossa atitude enquanto personagens actuantes do papel de mães ou de filhos e se concluir do que há a limar, a mudar, a corrigir ou a implementar nessa relação.
Pensando nisso, fui  à pasta das recordações procurar um presente que o meu filho me ofereceu no dia da mãe, em Maio de  1996, tinha ele acabado de fazer 8 anos, já lá vão portanto, 21 anos:

Um  bonito diploma que comprovava ser eu a melhor mãe, visto coitadinho, não ter tido possibilidade de escolha, e que me distinguia por ter prestado provas de AMOR, DEDICAÇÃO, AFECTO, CARINHO,SIMPATIA, PACIÊNCIA,COMPREENSÃO, AMIZADE e ATENÇÃO.
E lá acabava dizendo que autenticava o diploma com prazer , orgulho e o selo do seu amor.
Já lá vão muitos anos e neste dia 7 de Maio de 2017,   pergunto-me:
- terei conseguido mesmo ser a mãe que sempre quis ser?
-Todos estes substantivos como amizade,dedicação,carinho,amor,afecto,simpatia,paciência,compreensão, atenção e outros inerentes à minha condição de mãe voluntária, terão sido concretizados ou não terão passado de substantivos abstractos só exercidos quando estava bem disposta, disponível ou com intenção de um reverso que me enchesse as medidas, isto é o coração?!
É  que isto de se ser mãe é um caso sério, pensemos bem nisso. temos hoje o dia próprio para isso, e os filhos também, pois as mães também são humanas também precisam que os filhos exerçam e pratiquem estes adjectivos para com elas, para bem de todos nós, da família e da sociedade em geral!