domingo, 23 de agosto de 2015

Chapéu à zamparina

Estou a assistir à estreia do programa PEQUENOS GIGANTES, na TVI, no qual a actriz Rita Pereira desempenha o papel de jurada, linda como sempre , com um lindíssimo chapéu vermelho que lhe assenta no bronzeado da pele, na exuberância da sua juventude e no colorido do modelo que usa, como uma luva!

Como todos os que me conhecem bem sabem, adoro chapéus, de Inverno de Verão de palha ou de feltro, não interessa é um chapéu...Aqui é que entra a história de que te quero falar:
Num dia  invernoso  saí de chapéu, um lindo e elegante chapéu de feltro de um verde garrafa muito escuro e fui visitar uns amigos, ao chegar disseram-me:
-Estás muito bonita, com o teu chapéu à zamparina!
Fique admirada sem saber se o comentário era elogioso ou depreciativo. Então, decidi investigar o significado e a origem da expressão, pois hão-de chamar-me nomes mas eu ao menos hei-de saber o que querem dizer! Sou assim, curiosa...

À zamparina quer então dizer:

De forma atabalhoada, coisa mal feita, mal amanhada, mas também correspondia, em tempos idos e em linguagem de moda à forma como se usava o chapéu ligeiramente inclinado para a frente, cobrindo um pouco a orelha direita, uma forma inusitada de usar o chapéu nos séculos XVIII e XIX.

E a responsável de tudo isto, quer dizer, desta expressão, é a senhora cuja gravura mostro  que  foi uma muito  famosa cantora de ópera que veio de Veneza para Portugal em 1772, no tempo do Marquês de Pombal Chamada ANNA ZAMPERINI, uma figura muito controversa  que ficou famosa pelos seus dotes artísticos, teatrais e musicais, pela sua irreverência, inusitada à época, e pelo seu poder de sedução  que incluía o uso do chapéu inclinado. Parece que Anna Zamperini se enamorou do filho do Marquês de Pombal o qual desagradado com  este romance a mandou atabalhoadamente de volta para a Itália e interrompeu a contratação de mulheres estrangeiras, para dançar e ou cantar nos palcos portugueses.
Assim,  e concluindo, passou a chamar-se a forma como se usa o chapéu mas também uma coisa feita de forma atabalhoada isto é a forma como foi feita a expulsão da cantora Anna Zamperini de Portugal.
E cá estou eu numa tarde soalheira, mas fria, do final de Janeiro,passeando pela baixa de Lisboa com o meu chapéu à zamparina , que agora já sabemos que é à "Zamperini" 
Enquanto isso ia pensando, também,  se  Anna Zamperini teria passeado com o seu amado, o filho do marquês de Pombal, por aquelas ruas o que terá sido pouco provável devido ao caos que se vivia na altura com a reconstrução de Lisboa após o terramoto de 1755

Santa Clara a minha patrona:

Santa Clara a protectora dos viajantes, dos aviadores e dos que têm problemas de visão.

Nasci no dia 12 de Agosto de 48, nessa altura a igreja festejava Santa Clara nesse dia, segundo dizia minha falecida e saudosa mãe, parece que agora passou para o dia anterior, o que não tem relevância para o caso, o que interessa aqui referir é que em homenagem à referida santa nascida em Assis, no ano de 1193, no seio de uma família rica e que fugiu de casa para se consagrar a Deus, herdei o seu nome que muito prezo, e de quem fiquei devota, e a quem peço protecção quando me vejo muito aflita visto que é considerada a protectora dos viajantes e aviadores, dos que têm problemas de vista, e em situações de provações e dificuldades da vida.
 Certo dia, viajando de Lisboa para a Terceira, com uma amiga esta disse-me ter uma oração a Santa Clara dando-ma posteriormente a qual registo abaixo a qual me acompanha sempre quando viajo, pois nunca temos protecção demais!
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ORAÇÃO PARA OS AVIADORES E VIAJANTES:
Santa Clara clareai estes ares.
Dai-nos ventos regulares de feição, 
estes ares, estes mares clareai!
Santa Clara dai-nos Sol,
se baixar a cerração alumiai meus olhos.
Estes montes e horizontes clareai!
Santa Clara, no mau tempo sustentai nossas asas,
a salvo de árvores casas e penedos,
nossas asas governai!
Santa Clara, clareai e afastai todo o perigo...
Por amor de S. Francisco, vosso mestre, nosso pai.
Santa Clara, todo o risco dissipai.
Santa Clara, clareai!

O que é a meia- idade...

Fazer-se o que se entende:

Não é segredo para ninguém que fiz anos no passado dia 12, pois fiz questão de o apregoar bem alto e fui parabaneada por amigos, conhecidos e familiares, recebi alguns presentes, enfim, passou-se o dia. Contudo,  com esta história dos meus anos tenho meditado mais no assunto e para me consolar penso  que a idade é como o whisky, quanto mais velho melhor e que os móveis antigos são os mais valiosos.
Tretas! A verdade verdadinha é que segundo várias cabeças pensantes meia-idade é:
"Quando tudo começa a estalar: cotovelos, joelhos e pescoço".
"Quando percebemos que nunca viveremos o suficiente para experimentarmos todas as receitas que passámos os últimos 30 anos a compilar".
" Quando é não só mais tarde do que pensamos, mas mais cedo do que imaginamos".
"Quando estamos perante duas tentações e escolhemos a que nos leva para casa mais cedo".
E pronto, está tudo dito, resta viver conforme se puder !
O que eu te posso dizer, por experiência própria, é que nunca atingimos a idade de fazermos o que bem entendermos, há sempre algo que nos condiciona!!!: