quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

O presépio da minha infância

Penso que se pode definir este conceito de presépio, como  a representação, na tradição do Natal, do estábulo de Belém e das figuras que participaram do nascimento de Cristo, representação esta que, muitas vezes, se estende a outras cenas da vida de Cristo seguintes e a cenas características do meio envolvente.
Há presépios lindos, uns mais ricos do que outros, uns muito originais, de materiais variados, conforme o local onde são fabricados mas....embora tenha a plena convicção de que devemos respeitar o passado mas não viver nele, não resisto a dizer que do presépio que eu gosto mais é do presépio da minha infância. Já tem cerca de sessenta anos, e sei que foi comprado por três vezes, no primeiro ano a minha mãe comprou o Menino, Maria e José, no segundo ano  os Três Reis Magos e no ano seguinte mais umas figurinhas; E ainda dizem que agora  é que não há dinheiro!
Foi comprado, como é óbvio, em escudos, o Menino, com a manjedoura, custou 6 escudos e cinquenta centavos, Maria , assim como São José cinco escudos cada, os Reis Magos custaram quatro escudos cada, o burro e a vaca, foram mais baratos, dois escudos e cinquenta centavos, talvez porque se previsse que não iam permanecer no presépio infinitamente  e as outras figuras não têm registo.
  Este presépio estava em casa dos meus pais , arrumado com muita dedicação, pelas mãos de minha mãe, dentro desta caixa em forma de coração, como se fosse um tesouro! Trouxe-o para minha casa e todos os natais costumo põ-lo sobre um móvel dentro da caixa, com a tampa aberta, pelo simbolismo que isso representa. Para mim, o Natal deve estar nos nossos corações, nas nossas acções, na nossa educação, no nosso espírito.

Terá minha mãe pensado nisso quando guardou estas figuras nesta caixinha, que veio dos Estados Unidos da América, com umas guloseimas? Pois, na altura, não havia por cá, coisas tão sofisticadas... Isso não sei, mas o que sei é que nós é que construímos o nosso Natal...
Bom Natal!!!