quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Mas que belo par de jarras!!!

Meu pai, que de história só conhecia a da sua vida e da sua família, usava muitas vezes esta expressão," Mas que belo par de jarras!" de forma sarcástica, quando se referia a duas pessoas, dois homens ou duas mulheres ou um casal, quando se desviavam dos padrões e dos valores morais da altura. Depois de muito pesquisar, ler e pensar, concluí que esta frase vem dos meados do século XIX mais precisamente do período ou da época Vitoriana.
Mas, dirás tu, com os teus botões:
- O que é que um homem que viveu na freguesia das Lajes, Terceira, uma ilha no meio do Atlântico, que foi agricultor e trabalhou para os americanos na Base Aérea das Lajes, nascido em 1915 isto é no princípio do século, XX e que viveu até ao  século XXI, tem a ver com a época Vitoriana???
Antes de mais temos que saber que este período se caracterizou com o reinado da rainha Vitória, neta do rei Jorge III e filha do príncipe Eduardo, casou com seu primo o príncipe Alberto de Saxe-Coburgota, foi um dos ícones do século XIX, e reinou em Inglaterra de 1837 a 1901. Foi o  período da revolução industrial, em que a densidade populacional duplicou e em que se vivia o conforto e a abundância, paz e prosperidade enfim, um período  de progresso pacífico para o povo britânico, se comparado com épocas anteriores.
E é aqui que entra a história do par de jarras:
 A rainha gostava de tudo o que era belo e em abundância, daí serem da época as lindíssima jarras vitorianas de opalina da Boémia, de espessura finíssima, em forma de mãos com punho arrendado, segurando uma cornucópia,  símbolo da abundância, e com um elegante "plissé", palavra francesa que deu o nosso plissado, mas sempre aos pares. Daí que actualmente,  nos antiquários sejam muito valorizadas as peças que tenham par.
Depois, no início do século XX,  apareceram estas peças em vidro coalhado, fenton, e a partir dos anos  20/30 também se produziram em Portugal, na Marinha Grande.
Pois eu, há muito tempo, tenho um desses exemplares de cor caramelo escuro e agora na minha deslocação a Lisboa, encontrei o par que embora "carote" não resisti a comprar, pena serem as duas da mão direita, pois fizeram-se poucos exemplares da mão esquerda, são muito raras e valem uma pequena fortuna, de qualquer modo é caso para dizer que me sinto "uma rainha", isto é, sinto-me muito  contente com esta aquisição .
E agora:
-Vitória, Vitória, acabou-se a história!!!




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