Este ano, bem cedo, começaram a aparecer as decorações de Natal, as janelas com as suas árvores de natal bem decoradas, fartavam-se de piscar, um encanto de cor e magia que faziam sonhar... Só em minha casa não havia árvore, uma tristeza!
Vai daí, pus-me a pensar, num período da minha infância em que a minha mãe me levava a reboque, de madrugada, para assistir à primeira missa, na igreja do Senhor Senhor Santo Cristo, na Praia da Vitória, para pagar uma promessa. E lá ia eu, com pouca vontade, mas não abria bico, naquele tempo era assim, se fosse hoje era violência doméstica... Aproveitava então para apreciar as janelas dos americanos, na estrada agora chamada 25 de Abril, que brilhavam como estrelas, um encanto! O pior é que ao chegar a casa, martirizava a minha mãe querendo também, uma árvore de Natal...
Como não era de muitas indecisões e, já farta de me ouvir, vai a minha mãe ao fundo do quintal, corta um galho de nespereira que espeta num vaso e toca de decorar a "árvore de natal" com figos passados, bolas de papel revestidas de pratas de chocolates que eu guardava religiosamente entre as páginas do meu livro de leitura e com bonecas recortadas de revistas. Ficou um encanto, passei o Natal sentada junto da árvore a apreciar aquela beleza...
Pois, penso eu, se a minha mãe foi capaz de resolver aquela lacuna como é que eu não copio o seu exemplo e e me desenrasco?
E foi assim que, num instante, apareceu na minha casa, uma árvore de natal, decorada com pequenas chávenas com desenhos alusivos à época.
Não é a melhor árvore que se encontra nos arredores mas, sinto-me contente quando me sento a olhar para ela com as suas luzinhas a piscar.
Podia terminar dizendo que qualquer coisa contenta uma criança mas, neste caso termino dizendo que qualquer coisa contenta uma idosa...
Continuação de boas festas de Natal.
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