quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

Se não ficar bolo fica pudim!





Pudim Conde da Praia:

 Estes dias festivos são muito propícios a lembranças dos que já não estão entre nós e das experiências que vivemos com eles. vai daí que me lembrei muito da minha falecida mãe que era um mulher despachada e que  quando queria fazer uma coisa fazia, testava, experimentava e  por fim , conseguia! De tal modo que quando fazia um bolo ao metê-lo no forno, costumava dizer
- Já está! Agora se não ficar bolo, fica pudim... 
Normalmente ficava bom, mas se não ficava, não caía o Carmo nem a Trindade, comía-se e pronto. E,  se eu como criança,  franzia o nariz, o meu pai  dizia:
- Até está bom, a tua mãe esforçou-se tanto... E a conversa ficava por aqui!
Acontece que eu tinha vontade de fazer o pudim Conde da Praia, o tal que, segundo reza a história, foi criado pelas religiosas  do convento de São Gonçalo em Angra do Heroísmo, no séc.XVIII e que ficou chamado por Conde da Praia por ter sido muito apreciado por Teotónio de Ornelas Bruges, 1º conde da Praia da Vitória .Vai daí, falei com uma amiga da Praia da Vitória, conhecedora da matéria que, gentilmente me disponibilizou a receita.
Mas eu, leiga na matéria, tive um certo receio e, sendo a 1ª vez resolvi fazer só metade da dita, pensando um pouco à maneira da minha mãe:
-Não vai ser pudim, vai sair tarte!
E não  querem crer que ficou delicioso e foi apreciado e aplaudido?!
Sendo noite de Natal e de reflexão pus-me então a pensar que, esta história tem muito a ver com a nossa vida e com a importância de nos contentarmos com o que ela nos reserva, com o que ela nos dá, se assim o fizermos , saíremos airosamente, de muitos dissabores, de muitos desgostos, de muitas tristezas... podes crer, sou perita no assunto, sou perita em fazer do bolo pudim e do pudim tarte!
BOAS FESTAS DE NATAL!


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