Em dia da criança:
Hoje celebra-se o dia da criança, está mais do que assente que todos os dia são dias da criança, da mulher, do pai, da mãe, do irmão e outros que tais....Contudo , embora concorde com esta corrente, por outro lado, também defendo que estes dias são uma chamada de atenção para certas problemáticas e para reflectirmos sobre elas e em, em certos casos, corrigirmos certas posturas e atitudes. Vai daí que hoje, enquanto tratava dos meus afazeres domésticos, pensei muito e com imensas saudades, em todas as crianças que passaram na minha vida profissional, concluindo com pesar que talvez não tenha feito por elas o suficiente ou que nao tenha atingido em pleno os objectivos pedagógicos propostos, enfim, fiz o que soube e pude sempre com muito carinho, vontade e respeito por aquelas crianças que me tinham sido confiadas.
Acontece que entre todas as crianças de que te falo, num certo ano lectivo, na escola de Ladeira Grande na freguesia de Ribeirinha, na ilha Terceira tive um aluno chamado William Lopes Pires, os pais do William, imigrantes, na Califórnia, tinham decidido regressar à terra natal com os seus filhos para que estes crescessem e se fizessem homens e mulheres num ambiente mais calmo, mais de acordo com os seus valores.
Vai o William para a escola, uma criança encantadora, com um vocabulário português um pouco deficiente em relação aos colegas da mesma idade. Certo dia , muito irrequieto, não parava... Falava para os companheiros, levantava-se, enfim estava a ser-lhe difícil aquele dia!
Então eu, talvez também cansada e sem pensar abro a boca e...
- William, não paras, não te calas, não tens educação?!!!
Ainda bem não tinha pronunciado estas palavras, já me tinha arrependido e então quando vejo aquele palmo de gente, de cara muito redondinha e cabelos pretos encaracolados olhar para mim com uns olhos muito pretinhos, brilhantes inocente e meigos responder-me : Não, a minha mãe diz que agora estamos pobres... Fiquei de tal maneira triste, arrependida e envergonhada que ainda hoje passados que são tantos anos ainda me lembro disso!
Aquela criança estava habituada a outro meio a outras coisas que pedia à mãe que não podendo satisfazer o pedido do filho dizia : - Não pode ser, agora estamos pobres!
E lá andava o William no meio daquela grande mudança na sua vida sem ter o que queria, conhecendo poucas palavras e com uma professora empertigada que se esquecia disso tudo!
Afinal uma criança é um mistério que tem que ser alimentado mas sobretudo acarinhado, respeitado e compreendido, Neste dia da criança, peço desculpa a todos os meus alunos que não compreendi ou não amparei no momento certo e apresento-te o William com os seus colegas de turma, de quem tenho muitas saudades, aqui na foto, sentado, à direita.
Hoje celebra-se o dia da criança, está mais do que assente que todos os dia são dias da criança, da mulher, do pai, da mãe, do irmão e outros que tais....Contudo , embora concorde com esta corrente, por outro lado, também defendo que estes dias são uma chamada de atenção para certas problemáticas e para reflectirmos sobre elas e em, em certos casos, corrigirmos certas posturas e atitudes. Vai daí que hoje, enquanto tratava dos meus afazeres domésticos, pensei muito e com imensas saudades, em todas as crianças que passaram na minha vida profissional, concluindo com pesar que talvez não tenha feito por elas o suficiente ou que nao tenha atingido em pleno os objectivos pedagógicos propostos, enfim, fiz o que soube e pude sempre com muito carinho, vontade e respeito por aquelas crianças que me tinham sido confiadas.
Acontece que entre todas as crianças de que te falo, num certo ano lectivo, na escola de Ladeira Grande na freguesia de Ribeirinha, na ilha Terceira tive um aluno chamado William Lopes Pires, os pais do William, imigrantes, na Califórnia, tinham decidido regressar à terra natal com os seus filhos para que estes crescessem e se fizessem homens e mulheres num ambiente mais calmo, mais de acordo com os seus valores.
Vai o William para a escola, uma criança encantadora, com um vocabulário português um pouco deficiente em relação aos colegas da mesma idade. Certo dia , muito irrequieto, não parava... Falava para os companheiros, levantava-se, enfim estava a ser-lhe difícil aquele dia!
Então eu, talvez também cansada e sem pensar abro a boca e...
- William, não paras, não te calas, não tens educação?!!!
Ainda bem não tinha pronunciado estas palavras, já me tinha arrependido e então quando vejo aquele palmo de gente, de cara muito redondinha e cabelos pretos encaracolados olhar para mim com uns olhos muito pretinhos, brilhantes inocente e meigos responder-me : Não, a minha mãe diz que agora estamos pobres... Fiquei de tal maneira triste, arrependida e envergonhada que ainda hoje passados que são tantos anos ainda me lembro disso!
Aquela criança estava habituada a outro meio a outras coisas que pedia à mãe que não podendo satisfazer o pedido do filho dizia : - Não pode ser, agora estamos pobres!
E lá andava o William no meio daquela grande mudança na sua vida sem ter o que queria, conhecendo poucas palavras e com uma professora empertigada que se esquecia disso tudo!
Afinal uma criança é um mistério que tem que ser alimentado mas sobretudo acarinhado, respeitado e compreendido, Neste dia da criança, peço desculpa a todos os meus alunos que não compreendi ou não amparei no momento certo e apresento-te o William com os seus colegas de turma, de quem tenho muitas saudades, aqui na foto, sentado, à direita.
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