O espelho antigo
Adquiri há pouco este espelho antigo de que gostei muito, claro que não é de material nobre como o mármore ou a prata ou ouro, nem de limoges ou vista alegre, mas a sua moldura, de plástico, é tão delicada e requintadamente trabalhada e fez-me transportar a uma certa época, anos cinquenta do século passado que não resisti e lá o comprei, pois dou muito valor às coisas e à sua história.
Por curiosidade, consultei a Wikipédia para saber mais um pouco sobre este material e, muito resumidamente, fiquei sabendo que plásticos são matérias orgânicas, poliméricos ( Compostos químicos de elevada massa molecular ), sintéticos e maleáveis que se adaptam a diferentes formas mediante o emprego de calor e pressão.
A matéria prima do plástico é o petróleo e a palavra plástico deriva do grego "plassein".
Na origem do plástico esteve em 1839 Charles Goodyear quando adicionou enxofre à borracha bruta e ela se tornou mais resistente ao calor.
Em 1846 Christian Schonbein criou a nitroceluloide e em 1909 Leo Baekland criou a baquelite.
Na década de 30 foi criado um novo tipo de plástico o nylon, após o que apareceram outros tipos de plásticos como o drácon, o isopor, o poliesterino, o polietileno e o vinil.
Este material integrou-se de tal modo no mundo actual que não se pode imaginar o mundo sem ele.
Os plásticos são usados em diversas aplicações como na moda, no trabalho, agricultura, odontologia, decoração entre outros.
No princípio da década de 70 do século passado fui leccionar para a escola de porto Judeu de Baixo, na ilha Terceira, Açores onde privei com a colega Liana Pimentel, encontrávamo-nos ao almoço e eu gostava da falar com ela porque era muito engraçada e ainda é, graças a Deus, mais experiente e eu mais nova, com muito para aprender. Nunca me esqueci o que me contou certo dia:
- Quando me casei - Dizia ela - estava no auge a moda dos plásticos e eu decorei a minha cozinha com os mais modernos e brilhantes artigos, eram os electrodomésticos da altura! Certo dia, não sei como, o lume saltou a um objecto e ardeu tudo, tudinho! Isto marcou-me muito, porque havia casado há pouco tempo e apetrechado a minha casa e nem queria pensar num acidente semelhante!
Pois é, este material arde com facilidade e levanta o problema do descarte, embora haja sempre a possibilidade da reciclagem o que felizmente não aconteceu ao meu lindo espelho de mão que conseguiu resistir intacto e sem qualquer " beliscadura" a várias décadas, mais de meio século, espelhando tanta coisa que se falasse não conseguiria revelar ao mundo todas as transformações que presenciou ao longo da sua vida...
É caso para concluir, parafraseando a malvada da madrasta da Branca de Neve, no conto infantil que todos nós conhecemos, deste modo:
-Espelho meu, espelho meu, não há nenhum mais bonito do que tu!!!
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