A lanterna estava abandonada na casa onde os meus pais viveram, e ajudada pelo meu marido, restaurei -a; Foi o cabo dos trabalhos porque quando comecei a limpá-la ela desmoronou-se, e quando pregávamos de um lado despregava-se do outro. Não foi uma tarefa fácil, mas no fim ficámos contentes porque ouvimos que com a crise a iluminação pública vai rarear e escassear e então, quem sabe, nas noites escuras, sairemos à rua, de lanterna na mão, como o filósofo grego Diógenes que andava de lanterna na mão, mesmo durante o dia, à procura da sabedoria..
Era do meu pai, foi usada em tempos também difíceis em que não havia electricidade e os caminhos eram muito irregulares e cheios de obstáculos imprevisiveis, para se sair à noite , nos dias de matanças, para os ranchos, para se fazerem visitas aos familiares e vizinhos, pelo Natal, à mijinha do Menino, para se ir às novenas preparatórias para o Natal, pelo Carnaval e para ir aos ensaios das danças ou para ir muito cedo para os trabalhos da terra e tratar do gado, o combustível usado penso que era óleo de peixe gato ou de baleia contudo, não tenho a certeza.
A luz era fraca mas a vontade forte e fazia-se da fraqueza força, penso que este novo ano será a altura certa de pisar as pegadas dos nossos antepassados que não viravam a cara às adversidades...
Feliz Ano Novo!
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