sábado, 13 de agosto de 2016

Até ao quentinho dourado do Sol...
Ontem foi o dia do meu 68º aniversário, deveria estar triste porque na sociedade actual sobrevaloriza-se sobremaneira a juventude e a beleza que lhe está subjacente, em detrimento da sabedoria, da experiência, da capacidade de amar, tolerar, desculpar e ajudar ; Contudo, não estou nada triste, pelo contrário, sinto-me contente e realizada. Embora saiba que não posso viver eternamente, isso para mim não é importante, o que quero é viver bem enquanto puder. Não quero nem devo queixar-me da vida porque não sei como será a morte...
Ao olhar para trás vejo que caí muitas vezes, mas que consegui levantar-me outras tantas, que disse sempre o que pensava ser o mais correcto, tentei dar sempre o máximo nos projectos profissionais ou comunitários em que me envolvi, tentando conservar-me fiel ao meu carácter, sempre consciente de que podia estar enganada mas que como qualquer cidadão tinha e tenho o direito de estar enganada .
É por tudo isto que digo que estou feliz, contente comigo própria, e com a minha vida, que vou pintando com as cores que mais me agradam, não esquecendo nunca que nas árvores, mesmo após chuvadas abundantes e fortes rajadas de ventos, há sempre folhas resistentes, que se agarram tenazmente aos ramos para nos darem exemplos de força voluntariosa e de grande tenacidade.
É isso mesmo, força, voluntariedade e tenacidade, nos sessenta, nos setenta, nos oitenta, nos noventa, até que o vento, de mansinho, leve a folha por entre as nuvens de algodão , raios de

 luar, brilhos de estrelas, até ao quentinho e dourado do Sol!