sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Não sou malacozoófaga!


Apetecia-me ler, mas não tinha nada de novo, atendendo à  minha idade, estou a esforçar-me para não comprar mais livros, o que para mim, leitora compulsiva, é um grande sacrifício! Olho para as prateleiras dos livros lidos, relidos e alguns trelidos e lanço mão de "Uma Família Inglesa" de Júlio Dinis, embrenho-me na leitura quando a certa altura  Júlio Dinis diz: 
-" O mercado do Porto a custo pode satisfazer as exigências dos numerosos malacazoófagos da colónia inglesa entre os quais Mr. Richard Whitestone ocupa lugar eminente"
Ups! Grito no meu subconsciente, malacazoófagos, que palavra tão estranha, e logo os meus olhos "voam" até às notas de rodapé e lá está a definição: - malacozoófago - O que gosta de mariscos.
Não sou malacozoófaga pois não fui habituada a comer  mariscos, comíamos o que a terra dava que era fruto do trabalho árduo do meu pai e que a minha mãe se esmerava a pôr na mesa e não havia, ao contrário da família  Whitestone, posses para comprar os produtos do mar que eram muito caros. Contudo, actualmente, por vezes compro, para o meu marido que  aprecia ou quando recebemos visitas e amigos e nessas alturas uso este serviço da V.A. com lindos desenhos de mariscos que só por si despertam os sentidos!
Ora digam lá se não  vale a pena ler e reler os clássicos, temos sempre oportunidade de aprender qualquer coisa, temos é de manter a mente e os olhos bem abertos...