terça-feira, 16 de outubro de 2018




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No dia mundial do pão
Pela televisão, fiquei sabendo que se comemora hoje dia 16, o Dia Mundial do Pão; Curiosamente, nem sabia da existência desta efeméride, mas afinal , nada é mais justo, pois o pão é a base da alimentação de muita gente e, tanto é verdade e tão grande a sua importância, que quando rezamos a oração do pai nosso, pedimos a Deus: " o pão nosso de cada dia nos dai hoje"
Por coincidência, comprei hoje , um pão de milho, a chamada broa, ainda quentinho, e que prevejo delicioso!
Naturalmente, não encontraria maneira melhor de celebrar este dia, dedicado ao pão, do que a saborear uma boa fatia do mesmo, com chicharros fritos, pensava eu, enquanto em simultâneo ouvia algumas crianças que ao serem questionadas, por um programa de televisão, sobre a origem do pão dizerem que o mesmo vinha do Pingo Doce, do padeiro, da pastelaria etc. Claro
 que falavam das suas vivências, do que vêem, do que é a vida actual...
Então, divagando, o meu pensamento leva-me à minha infância, vejo o meu pai a semear o trigo e o milho,vejo estes cereais crescerem, o dia de ceifar o trigo e as desfolhadas que se faziam no nosso quintal, ouço o chiar do carro de bois carregadinho de molhos de trigo a caminho da debulhadora, e vejo sacos de trigo, como os da foto, empilhados a um canto, donde a minha mãe ia tirando o suficiente, que media nas "rasoiras " cuja foto mostro, para o moleiro levar e transformar em farinha, ficando o sobejante para a sementeira do ano seguinte. Lembro a minha mãe toda empoada peneirando a farinha para fazer o pão que amassava, de mangas arregaçadas, em alguidares de barro, sobre rodelas de trabalho louco, que fazia aos domingos , sentada no canto do estrado e lembro o cheiro do pão quentinho ao sair do forno, que a minha mãe abafava com os abafadores, também feitos por ela, para que o pão ficasse muito maciinho, como dizia .
Então dou por mim a pensar:
- Que infância enriquecedora foi a minha! Como estou grata por ter tido oportunidade de vivenciar tudo isto! Eram tempos difíceis, se compararmos com as actuais facilidades, contudo, não podemos esquecer que "sem os rochedos as ondas nunca seriam tão altas"!