segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Majólicas ou Maiólicas:


Merecem, sem dúvida, um lar que aprecie a sua beleza e o requinte de tempos idos, estes tabuleiros redondos ou ovais em majólica ou maiólica, com decorações florais, e rodeados por gradinhas com duas pegas.                                                  Majólica é o nome dado à faiança italiana do renascimento e o termo vem, segundo pesquisa que efectuei, da ilha de Maiorca, no Mediterrâneo. Estas cerâmicas porosas são sujeitas a revestimentos opacos, pintadas, cobertas com um verniz e posteriormente são sujeitas a altas temperaturas.                   Tendo uma certa visão romântica da vida e apreciando coisas com história, com memória, não posso deixar de apreciar estas peças que estão em oposição à frieza minimalista da decoração contemporânea...                                                 

Coisas da Clara!











terça-feira, 22 de outubro de 2019



Toucados e Toucadores...

Quando vi a apresentadora Cristina Ferreira , nos globos de Ouro da SIC com o seu extravagante toucado, palavra que designa um adereço para a cabeça, gostei porque gosto de coisas diferentes e aprecio a criatividade na moda mas, logo me lembrei de uma palavra da mesma família de toucado que é toucador a qual designa uma peça de mobiliário, em desuso, que é um pequeno móvel que se usa sobre uma cómoda, havendo também alguns que se sustentam com pés mais ou menos trabalhados, tendo em comum o facto de possuírem um pequeno espelho basculante apoiado em elegantes e, por vezes, trabalhadas traves, sobre uma pequena caixa com uma gavetinha onde as nossas antepassadas guardavam as suas escovas, pentes, fitas, ganchos e outros adereços e que serviam para as senhoras arrumarem os seus cabelos, ajeitarem os seus toucados ou retocarem o ruge que lhes dava um ar saudável às faces deslavadas, por falta de sol.
Adoro estes pequenos móveis, muitas vezes relíquias, que estavam muito em moda nos séculos XVIII e XIX, mas entraram em desuso, sendo substituídos por riquíssimas casas de banho e vestiários com enormes espelhos, e ainda bem, porque como podes ver não haveria toucador que suportasse o toucado de Cristina Ferreira!

Vê lá se não tenho razão!!?

























quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Galhetas e galheteiros

Levas um par de galhetas!
Iam os dois jovens, à minha frente, discutiam futebol e não se entendiam... A certa altura, e porque as palavras já não eram suficientes, o mais agressivo volta-se para o companheiro:
- Só um cego é que não vê. levas um par de galhetas e logo, logo, concordas comigo!
Vai daí, começo a pensar:
- Galheta? O que é que pequenos frascos de vidro ou de louça para o azeite e vinagre têm a ver com este desentendimento futebolístico?
Pensando bem, as galhetas andam sempre aos pares e vão à mesa num suporte a que chamamos galheteiro, portanto, compreende-se que, coloquialmente, se use a expressão, visto que se dá uma bofetada de cada lado da cara, ficando no meio o nariz que é , como quem diz, o galheteiro.
E pronto, está explicada a expressão, embora a sua prática seja desaconselhada, há sempre outras vias para se chegar a consenso...
Há também quem defenda que o termo galheta vem do espanhol galleta que significa: - bolacha.
Com azeite, com vinagre ou comestíveis as gallhetas são sempre melhores do que na cara embora, já tenha ouvido dizer muitas vezes, e a muito boa gente, perante determinada e delicada situação:
- Fiquei pior do que se me tivessem dado duas galhetas!
E aqui vão elas!!!







sábado, 5 de outubro de 2019

Dia da Procissão
na Vila das Lajes/Terceira

Nas Lajes eu nasci,
Nas Lajes me fiz mulher,
Nas lajes alegre vivi,
Até meu caminho escolher.

Sou lajense, com orgulho,
Nas Lajes encontro raízes,
Se na saudade mergulho,
Lembro tempos bem felizes!

Lembro carinho e amizade,
Abnegação e tolerância
E com abertura e verdade
Sinto o tempo sem distância.

Lembro o sino a repicar,
Na torre alta de igreja,
A novos e velhos chamar,
Assim o céu me proteja!

Lembro a linda procissão
E os homens com lanternas
E à frente o grande pendão,
Ai que saudades, eternas...

E dos Andores enfeitados,
Muito bonitos, um primor!
Pelos homens transportados,
com respeito e muito amor.

E do arcanjo S. Miguel
Levando sua balança,
E de S.Gabriel e Rafael
Que transmitiam esperança.

Da Senhora do Rosário
Com seu menino nos braços,
E depois lá vinha o pálio
E nós todos de joelhos!

Nas alas mulheres lindas...
Vestidas muito a rigor,
E um grupo de meninas
Logo a seguir ao andor.

Stª Teresinha sorria
E nas mãos flores levava
Muito alegre parecia
E a todos abençoava.

Ai que saudades eu tenho,
Ai não escondo nem minto,
Faltam-me jeito e engenho
Para transmitir o que sinto!

Clara Faria da Rosa