sexta-feira, 5 de abril de 2019

Búzio do mar

 O búzio do mar:

Ó lindo búzio do mar
Que lembras fuso de fiar,
Dá-me notícias do passado
que recordo com agrado.
Ó lindo molusco do mar
No teu constante marulhar,
Das ondas que batem sem parar
E que vão a areia beijar...
Sabes coisas de espantar
Que nos fazem rir e chorar
E que a mim podes contar
Para saber meu fim aguardar...
Diz-me tu, molusco mágico
No teu som Hipnotizador,
No meu ouvido, devagarinho
Muito suave e de mansinho...
- Como será o meu futuro
Se dorido, resignado e duro,
Ou suave, calmo e digno...
- Se as dores saberei enfrentar
Se terei noção do degradar,
Se saberei bom exemplo deixar
Quando deste mundo  me apartar?!

Clara Faria da Rosa,
05/04/ 2019


Ocupada a viver...

Coisas imprestáveis??
Não, para mim, não há coisas imprestáveis, quando olho para os objectos, por mais insignificantes que sejam, penso logo nos seus préstimos e, quando os vejo abandonados, penso no que se pode fazer com eles para que se tornem úteis. Foi o caso destes objectos que não faziam conjunto com nada, dois pratos antigos, muito bonitos, uma tigela de sopa  com umas flores muito alegres e apelativas, uma peça de estanho de um velho candeeiro e um pequeno mas mimoso "bibelot".
Vai daí, toca de os juntar e de fazer deles um conjunto utilitário e até certo ponto com um certo requinte, penso eu, tu o dirás!
Isto tudo para contrariar uma frase que li um dia destes, "aquele que não estiver ocupado a nascer, está ocupado a morrer!" 
Ora, não estando ocupada a nascer, já o tendo feito há muitos anos, se bem que se nasça todos os dias, mas isto são outros assuntos, pelos quais não quero entrar agora e, também não estando ocupada a morrer, graças a Deus, se bem que também se morra todos os dias, estou ocupadíssima a viver, e espero que ainda continue ocupada por largos anos, é por isso que me ocupo a dar préstimo  e valor às coisas...