sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Não sou malacozoófaga!


Apetecia-me ler, mas não tinha nada de novo, atendendo à  minha idade, estou a esforçar-me para não comprar mais livros, o que para mim, leitora compulsiva, é um grande sacrifício! Olho para as prateleiras dos livros lidos, relidos e alguns trelidos e lanço mão de "Uma Família Inglesa" de Júlio Dinis, embrenho-me na leitura quando a certa altura  Júlio Dinis diz: 
-" O mercado do Porto a custo pode satisfazer as exigências dos numerosos malacazoófagos da colónia inglesa entre os quais Mr. Richard Whitestone ocupa lugar eminente"
Ups! Grito no meu subconsciente, malacazoófagos, que palavra tão estranha, e logo os meus olhos "voam" até às notas de rodapé e lá está a definição: - malacozoófago - O que gosta de mariscos.
Não sou malacozoófaga pois não fui habituada a comer  mariscos, comíamos o que a terra dava que era fruto do trabalho árduo do meu pai e que a minha mãe se esmerava a pôr na mesa e não havia, ao contrário da família  Whitestone, posses para comprar os produtos do mar que eram muito caros. Contudo, actualmente, por vezes compro, para o meu marido que  aprecia ou quando recebemos visitas e amigos e nessas alturas uso este serviço da V.A. com lindos desenhos de mariscos que só por si despertam os sentidos!
Ora digam lá se não  vale a pena ler e reler os clássicos, temos sempre oportunidade de aprender qualquer coisa, temos é de manter a mente e os olhos bem abertos...

















domingo, 23 de fevereiro de 2020

Carnaval no Teatro Angrense


É neste teatro que festejo o Carnaval.  Situado na rua da Esperança em Angra do Heroísmo e que faz esquina com as escadas que dão acesso  ao mercado Duque de Bragança desta mesma cidade,  edificado num terreno  onde em  1534 existia um prédio que servia de armazém para  mercadorias, tendo sido numa caixa de fazenda,  originária da Índia,  que deflagrou a epidemia da peste, nesta ilha, que vitimou milhares de pessoas,  tendo sido o edifício, como medida profilática,  destruído pelo fogo. Passados os anos deliberou a Câmara de Angra, em 1851, aforar o dito espaço,  para ali se construir um teatro "onde pudessem os cidadãos achar decente divertimento e simultâneamente presenciar exemplos de virtude, como existiam em cidades de maior civilização". A 22 de Novembro de 1860, depois de muitas peripécias, foi finalmente inaugurado o dito "entre os acordes musicais da Harmonia Terceirense, girândolas de foguetes e um indescritível entusiasmo da população", foi reinaugurado em  1993, após cinco anos de obras, necessárias pelos danos causados pelo cismo de 1980
Este teatro tem, ao longo dos anos, conhecido noites de glória e contado com os aplausos do público que a ele acorre como os que se têm feito sentir neste Carnaval de 2017, cujos espectadores não se fazem rogados a manifestar a sua aprovação perante esta grandiosa mostra de teatro popular tão característica do nosso Carnaval terceirense.
 Este é um resumo muito pobre da interessante história deste nobre edifício onde passo quatro noites seguidas, mas foi dela que me lembrei, quando confortavelmente sentada, esperava, a noite passada, as danças de Carnaval, das quais te mostro alguns aspectos:

sábado, 22 de fevereiro de 2020


Baú das memórias: 

Nenhum ano, nenhum mês nem nenhum dia é igual ao outro, contudo, não podemos fugir deles, ficam a fazer parte de nós, da nossa história depois de os vivermos, não podemos fugir disso e muitas vezes, é difícil esquecer o nosso passado, os momentos da nossa vida que já acabaram .Hoje deu-me para relembrar, para visitar o baú das minhas memórias e este dia em que com os alunos da escola Infante D. Henrique  e as suas professoras percorri a rua da Sé, em Angra do Heroísmo com a minha colega e amiga Cecília Couto e a Fátima Couto, num quadro que pretendia  representar uma família antiga, isto em 1999, nessa passada sexta feira que antecede o Carnaval.Não tendo grande habilidade/ criatividade para fantasias, fui ao sótão da minha sogra e o resultado foi este. Saudades!








quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Dia de comadres


Dia de comadres:
Por cá, nos Açores, é tradicional festejarem-se as quatro quintas-feiras que antecedem o Carnaval , as quais são conotadas, com esta ordem, com o dia das amigas, dos amigos, dos compadres e das comadres.
Hoje, comemoram-se as comadres isto é a madrinha em relação aos pais do afilhado/a ou a mãe do afilhado/a em relação aos padrinhos. Então, juntam-se comadres, em almoços, jantares e lanches, fazem-se telefonemas e trocam-se mensagens e prendas para lembrar uma função tão importante, pois se pensarmos bem na palavra, concluímos que a mesma significa estar com a mãe ou no lugar desta para a ajudar, coadjuvar ou substituir nas suas funções. Que isto não seja necessário, mas se pensarmos a sério no assunto é isto mesmo que significa.
Quanto a mim pensei a sério nas minhas comadres quer nas madrinhas do meu filho, quer nas mães dos meus afilhados/as que no fundo acumulam essas funções fazendo o favor de serem minhas amigas...
Esta é a minha maneira singela de lembrar o dia, embora não seja uma comadre conforme estipula a lei, mandando a todas, à minha cunhada Nélia Faria da Rosa que é uma madrinha na verdadeira acepção da palavra, à Srª enfermeira Gorette Mendes na Fonte do Bastardo, à minha prima Hercília Aguiar nas Lajes, à velha Amiga Guida Gomes na Ribeirinha, S. Miguel, à Isabel Sousa em São Bento, um abraço desta comadre com votos de que vivam muitos dias de comadres !
Lembro também com saudade, neste dia de forma especial, as minhas comadres que já não estão entre nós.
Já agora, cito alguns ditados populares usados em relação a este parentesco, acrescentando que o substantivo também se usa para classificar uma amizade por vezes associada à coscuvilhice ou maledicência.
-Comadres,comadres, segredos à parte...
-Brigam as comadres, descobrem-se as maldades...
-Comadre zangada o que viu e ouviu transmitiu...

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

No Dia Mundial do Doente

                                            

Rangem os ossos,
Roda a cabeça
E falta o pé?
-É a doença!
Temos tremores,
Dores Atrozes
E o coração acelera?
-É a doença!
A cama chama,
Falta a alegria
E sobra a tristeza?
-É a doença!
Já não se pode
 Responder à vida
Com prontidão?
-É a doença!
Começa a luta,
Procuram-se médicos 
E tomam-se drogas?
-É a doença!
...........
E uma infinita tristeza,
Uma insegurança e frieza,
Segredam muito mansinho...
-Que tudo se esvai devagarinho,
Que a juventude depressa voou,
Que a saúde também se esfumou,
E que agora só podemos contar
Com as recordações a passar,
Com nossas lembranças e sonhos
E com o apoio dos outros!


Dia Mundial do Doente,
Clara Faria da Rosa
Celebrando-se amanhã 11 de Fevereiro o dia mundial do doente, mostro-te esta pequena peça perguntando se sabes o que é. Algumas pessoas saberão para que serve, outras desconhecerão a utilidade deste objecto que é uma peça da vista alegre, muito fina e com um suave desenho,  conhecida por bule de acamados o qual possibilita que, o doente deitado, possa beber alimentos líquidos sem que estes entornem como acontece com um copo vulgar. 
Neste dia dedicado ao doente, formulo votos de que não necessitemos de o usar, mas se caso for, que a providência nos proporcione um caridoso cuidador que nos sirva um caldinho, leite ou um reconfortante chá que faça esquecer, por momentos, a difícil fase que vivemos!  

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

DIA DE AMIGAS 2020

Por se festejar a amizade
Na nossa ilha Terceira,
Digo com sinceridade:
- A nossa ilha é a primeira!

Encontram-se mulheres novas
Casadas. viúvas e solteiras,
Em almoços e jantares
Chás. tertúlias e lanches...

E porquê isto tudo?
- Porque a amizade é um valor,
Que está acima de tudo
E é parente do amor...

A amizade é um laço
Para manter bem apertado,
É mão estendida, é abraço
É ajudar com agrado.

É nó, é fita, é corrente
Que transmite segurança,
Ao velho, ao novo, a toda a gente...
Trazendo ao Mundo esperança .

A amizade não é falsa
Soberba, mesquinha ou invejosa,
A amizade a tolerância realça
De forma meiga e graciosa.

Amizade é orquídea em haste
Exótica, colorida e perfumada,
Envolta em carinho que baste
E de respeito acompanhada.

Clara Faria da Rosa



sábado, 1 de fevereiro de 2020

Espelho meu, espelho meu...


(À minha colega e amiga Liana Pimentel)

Adquiri há pouco este  espelho antigo, de toucador,  de que gostei muito, claro que não é de material nobre como o mármore ou a prata ou ouro, nem de  limoges ou vista alegre, mas a sua moldura, de plástico, é tão delicada e requintadamente trabalhada  e fez-me transportar a uma certa época, anos cinquenta do século passado que não resisti e lá o comprei, pois  dou muito valor às coisas e à sua história.
 Por curiosidade, consultei a Wikipédia para saber mais um pouco sobre este material e, muito resumidamente, fiquei sabendo que plásticos são matérias orgânicas, poliméricos ( Compostos químicos de elevada massa molecular ), sintéticos e maleáveis que se adaptam a diferentes formas mediante o emprego de calor e pressão.
A matéria prima do plástico é o petróleo e a palavra plástico deriva do grego "plassein".
Na origem do plástico esteve em 1839 Charles Goodyear quando adicionou enxofre à borracha bruta e ela se tornou mais resistente ao calor.
Em 1846 Christian Schonbein criou a nitroceluloide e em 1909 Leo Baekland criou a baquelite.
Na década de 30 foi criado um novo tipo de plástico o nylon, após o que apareceram outros tipos de plásticos como o drácon, o isopor, o poliesterino, o polietileno e o vinil.
Este material integrou-se de tal modo no mundo actual que não se pode imaginar o mundo sem ele.
Os plásticos são usados em diversas aplicações como na moda, no trabalho, agricultura, odontologia, decoração entre outros.
No princípio da década de 70 do século passado fui leccionar para a escola de Porto Judeu de Baixo, na ilha Terceira, Açores onde privei com a colega Liana Pimentel, encontrávamo-nos ao almoço e eu gostava da falar com ela porque era muito engraçada e ainda é, graças a Deus, mais experiente e eu mais nova, com muito para aprender. Nunca me esqueci o que me contou certo dia:
- Quando me casei - Dizia ela - estava no auge a moda dos plásticos e eu decorei a minha cozinha com os mais modernos e brilhantes artigos, eram os electrodomésticos da altura! Certo dia, não sei como, o lume saltou a um objecto  e ardeu tudo, tudinho!
 Isto marcou-me muito, porque havia casado há pouco tempo e apetrechado a minha casa e nem queria pensar num acidente semelhante!
Pois é, este material arde com facilidade e levanta o problema do descarte, embora haja sempre a possibilidade da reciclagem o que felizmente não aconteceu ao meu lindo espelho de mão que conseguiu resistir intacto e sem qualquer " beliscadura" a várias décadas, mais de meio século, espelhando tanta coisa que se falasse não conseguiria revelar ao mundo todas as transformações  que presenciou ao longo da sua vida...
É caso para concluir, parafraseando a malvada da madrasta da Branca de Neve, no conto infantil que todos nós conhecemos, deste modo:
-Espelho meu, espelho meu, não há nenhum mais bonito do que tu!!!