terça-feira, 26 de março de 2024

Lembrar e preservar o passado:


Saio da Caixa Geral de Depósitos, em Angra do Heroísmo, atravesso a rua da Sé e no edifício que faz canto com a rua Direita, olho 
uma loja que vende roupa de homem mas, no meu pensamento, vejo a loja Berbereia & Lourenço, que funcionava  naquele espaço na década de cinquenta do século passado, da qual exalava um cheiro a café do outro mundo! Entro pela mão de minha mãe  e então, admiro-me  e delicio-me com a profusão  de diferentes produtos e com o agradável odor a café. Após algum tempo de espera, pois o espaço era muito procurado, lá atendem a minha mãe que sempre que vinha "à cidade", aproveitava para se abastecer e lá pede:  - cevada, café para misturar com a cevada, para ficar mais barato e algum café em grão que mais tarde poderia torrar e moer, tudo embrulhado em papel que o empregado fechava com um jeito de dedos muito hábil e peculiar,  que eu apreciava encantada. Já em casa,  toca de ferver água e pôr sobre a cevada com uma colher de sopa de café misturada, que depois punha a coar num saco branco, com feitio de funil que, estava sempre preparado para exercer as sua funções. E, pronto, era a nossa bebida misturada com leite.

O que te conto, faz  parte da minha herança, da minha cultura e até certo ponto da cultura de Angra do Heroísmo. Acredito que, todas as famílias têm histórias que, se forem contadas, passam a fazer parte da história de todos e ajudam os mais jovens a ter a noção do  passado mais afastado ou mais recente... Ou pensam que foi sempre sentar à mesa de um café e pedir uma bica ou um  galão?!

E a comprovar tudo isto aqui vai o meu vetusto moinho que moía os acima citados grãos, cujo pó ia caindo na gavetinha !



sexta-feira, 8 de março de 2024

 

No dia da Mulher:


-Monólogo de uma Mulher inquieta:
Muitas vezes me enfrento e interrogo se estarei à altura, se sou uma mulher na verdadeira acepção da palavra, uma mulher perfeita, em plenitude, e claro que concluo que estou muito longe disso. Na verdade, penso que essa é uma tarefa inglória e praticamente inatingível, por isso dou por mim a dizer para os meus botões:
- Deixa para lá, Clara, ninguém é perfeito neste mundo, o que deves é enfrentar os teus defeitos, tentar melhorar, e vive a vida com alegria!
Mas, bem lá no fundo, há uma vozinha que me "azucrina" a cabeça e me diz:
-Clara, para seres uma mulher perfeita tens que te referenciar pelos valores e sabedoria legados pelas gerações anteriores.
-Mas, como posso fazer isso, penso eu, se não sou lá grande coisa, se muitas vezes, mesmo sem me dar conta, sou voluntariosa, preguiçosa ingrata, pouco tolerante, imperfeições a que poderia juntar muitas mais...
-Já é muito bom quando reconhecemos os nossos defeitos, as nossas imperfeições, e quando nos interrogamos se estamos à altura do que os outros esperam de nós! - Sussurra a vozinha, lá muito no fundo do meu eu.
- Na verdade, penso eu, tenho sorte, pois apesar dos meus defeitos, sou tolerada pelos que me conhecem e contactam comigo , sou aceite com as minhas imperfeições!
-Pois é, diz-me a voz, a Mulher não tem que ser perfeita, impecável, adorada, reverenciada, tem é que ser amada, percebida e respeitada pelo que é e como é, com as suas virtudes e os seus defeitos.
-Ainda bem, concluo eu, assumo as minhas imperfeições e reconheço a sorte de ser amada, tolerada e compreendida; É esta sensação que me dá segurança e vontade de enfrentar os vendavais com que me tenho deparado ao longo da vida, nesta minha situação e qualidade de "Mulher imperfeita".
Que sejamos felizes, na nossa imperfeição, como somos , na nossa tentativa de acertar, é o que desejo a todas as mulheres, afinal não somos amores-perfeitos!

quinta-feira, 7 de março de 2024

 


Não escolhi!


Não escolhi,

Mas mulher nasci

E aceitei...

As dores, os sofrimentos,

As alegrias e bons momentos,

O perfume da maternidade,

A bondade e a maldade...

Não escolhi,

Mas mulher nasci

E aceitei...

As flores que me foram dando,

Os espinhos que foram picando,

Com força , com vontade

De a vida melhorar,

De as mulheres valorizar...

E se pudesse renascer, 

E se pudesse escolher,

Escolheria ser mulher,

E passar o que já passei,

Hoje, dia da mulher,

E todos os dias, meses e anos,

Porque as mulheres são árvores

Com raízes profundas e fortes,

Que se espalham... 

Nos dias, nos meses, nos anos,

Na vida! 


 CLARA FARIA DA ROSA,

DIA DA MULHER.

sábado, 24 de fevereiro de 2024

As voltas da vida:

















O meu pai era agricultor, pelo que vivíamos do produto do seu trabalho na terra e da criação dos animais, comprávamos poucas coisas, tínhamos produtos hortícolas com abundância, frutas da época, milho e trigo que depois de moídos eram transformados em fornadas de pão, tínhamos sempre galinhas em abundância , porcos e vacas. Logo pela manhã o meu pai saía de casa com o seu traje de cotim e "Jaqueta" no ombro para ir tirar leite às vacas depois do que ia até ao engenho/desnatadeira deixar o leite para ir para a fábrica dos laticínios, não sem antes apartar o necessário para o gasto de casa, lá trazia uma bilha reluzente com o leite ainda quente, do mojo da vaca, para a minha mãe preparar as sopas de leite com pão de milho migado que eram acompanhadas com peixe frito, linguiça frita, algum torresmo que a minha mãe tirava da gordureira ou outra iguaria, também fazia queijos e fervia o restante que, depois de frio, formava à superfície uma crosta de nata que era guardada numa tigela com um pouco se sal. A tigela ia-se enchendo até quase a transbordar aí, a minha mãe fazia biscoitos de natas ou  anunciava: - Está na altura de serem batidas! Então, eu sentia um calafrio na coluna porque percebia logo que era tarefa que me estava destinada!

Batia, batia, batia - não havia batedeiras eléctricas - até que, como que por magia, aquele creme se transformava na mais bela manteiga que jamais viria a comer. Pode haver manteiga de muitas marcas, de muitas fábricas , com sal, sem sal,  gorda  e magra, se bem que eu não compreenda como é que a manteiga possa ser magra, mas não há nada que se compare àquela manteiga sobre uma fatia de pão caseiro, penso que os da minha geração me compreenderão!

Foi-se a lavoura, a vida mudou, e eu comecei a frequentar a casa dos meus sogros e não é que por acaso deparo-me com um objecto que me era estranho, um grande frasco de vidro, com umas pás de madeira na tampa, que eram introduzidas no interior do frasco e que giravam quando se rodava   uma manivela com cabo também de madeira. O desconhecido objecto, segundo me disseram, fora trazido da América pelos avós do meu marido no início do século passado, década de 20, com a inscrição: DAZEY CHURN M.F.G.  Nº20 - MADE IN ST. LOUIS - U.SA. 2QT e tinha a finalidade de bater manteiga.

Fiquei espantada e desiludida. Afinal, quando tínhamos  vacas a dar leite do qual obtínhamos, artesanalmente, manteiga, não conhecia este precioso objecto, quando o descobri, já não havia vacas...  a vida, muitas vezes, dá-nos a volta! 

sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Presentes de Natal:






Estas pequenas peças de alumínio, metal branco, leve e inoxidável, que guardo religiosamente desde a década de 50, muito bem embrulhadas, no fundo de um armário, fizeram-me pensar e interrogar sobre os presentes que as crianças de hoje recebem pelo natal e se lhe darão tanta alegria, como este presente me deu. Muito foi o que brinquei, muito imaginei , muitas sopas imaginárias fiz nestas pequenas panelas que punha sobre o fogão a petróleo, cópia do fogão "primus", antepassado do fogão a gás e substituto do fogão a lenha. Sim senhora, euzinha, servi muitos almoços e jantares, muitos cafés e estrelei muitos ovos nestas miniaturas!

O que eu gostava de saber é se  as crianças de hoje guardarão alguns dos seus presentes ou se porventura se lembrarão deles daqui a sessenta ou setenta anos com o mesmo carinho que eu sinto pelo meu presente de natal de há setenta anos...

Concluo dizendo que, entre as minhas riquezas mais estimadas estão coisas sem valor material mas que fazem grande sentido para a pessoa em que me tornei!







 

segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

SINOS DE NATAL:

DLIM, DLIM, DLIM, DLIM...













 Dlim, dlim, dlim, dlim...

Tocam os sinos pequeninos,

Anunciando à pequenada,

Que nasceu o Deus Menino

Numa gruta encantada.

Dlim, dlim, dlim , dlim...

Estes sinos pequeninos

Espalham  à nossa volta  magia,

Tornam os tempos perfeitos,

Imbuídos  de  doce alegria.

Dlim, dlim, dlim, dlim...

Embora com suave som,

Os sinos lembram os adultos,

Que devem fazer melhor,

Que devem ser mais sensatos,

E ignorar os insultos.

Dlim, dlim, dlim, dlim...

Estes sinos pequeninos,

 Acordam os homens da guerra,

E lembram suavemente,

Que querem paz de volta à terra,

Paz, paz, eternamente!


Clara Faria da Rosa,

Natal de 2023







domingo, 24 de dezembro de 2023

A simplicidade do meu presépio











 O meu presépio não tem gruta

Nem o galo nem galinha

Tem o Menino na palhinha

E tem  uma vontade bruta

De um nascimento festejar...

Ao meu presépio faltam os reis

O burrinho e a vaquinha

Faltam os musgos e as leivas

Mas tem uma simplicidade serena

Que um nascimento requer...

E é com esta forma simples

Que a todos quero desejar

Uma consoada  serena

Semelhante à desta família

Que há dois mil anos  se formou!


Clara Faria da Rosa 

Natal de 2023



sexta-feira, 25 de agosto de 2023

O meu septuagésimo quinto aniversário:


Como alguns saberão, fiz anos no passado dia doze, já são muitos mas, tenho resistido às intempéries...
Nesse dia tenho por hábito tirar uma fotografia, gosto de comparar com a do ano anterior, de contar as rugas que ganhei e de ver se ainda posso ler alguma alegria e entusiasmo nos meus olhos, enfim, coisas da Clara... 
Na verdade, embora me custe acreditar, são muitos anos, muitas vivências, muitas derrotas e alguns sucessos. Pensando nisso vem-me à memória a história de um professor que morava perto da escola pelo que  habitualmente ia a pé, num certo dia resolveu acender o cachimbo mas, como o vento estava de feição teve de se voltar de costas, cachimbo aceso, começa distraidamente a caminhar até que chega a casa sobressaltando a mulher que não o esperava tão cedo. Alertado, volta pelo mesmo caminho encontrando os alunos admirados com a demora pois era, habitualmente, assíduo e pontual. Explicação do professor: -Andei a pensar na vida!
Embora não fume, gostaria de ter um cachimbo, para acender e para que, como por magia, pudesse voltar ao início desta aventura de setenta e cinco anos, para ter oportunidade de refletir e de fazer escolhas quiçá  mais acertadas. Não sei se mudaria muita coisa, talvez mudasse alguns caminhos, algumas estradas secundárias, algumas canadas... sei lá!  do que tenho a certeza é que tentaria ser mais educada e já teria agradecido a delicadeza de todos os meus amigos, amigas e conhecidos que,  quer por mensagens escritas, quer através de telefonemas ou presencialmente me felicitaram por ter atingido esta venerável data. Não peço desculpa porque, como disse uma amiga que hoje me telefonou a felicitar-me " entre amigos não há que pedir desculpas".
Vamos vivendo e, como o professor da história, pensemos na vida e aproveitemos as coisas boas que ela nos vai dando, quer tenhamos vinte, trinta, cinquenta, setententa ou noventa anos...
OBRIGADA A TODOS PELA AMIZADE E CARINHO!
 

segunda-feira, 7 de agosto de 2023

Do trigo dourado aos pássaros de ferro:

 Do trigo dourado aos pássaros de ferro:

Tema do cortejo das festas da Cidade da Praia da Vitória muito bem escolhido, quanto a mim, sobretudo pelo seu aspecto pedagógico que tem sido bastante descurado na voragem dos tempos, outros valores se levantam, não é agradável lembrar certas coisas e, como referiu a professora Judite Parreira, organizadora e criadora do evento, as escolas da Terceira inexplicavelmente não se têm dedicado a explorar o assunto...Os programas e compêndios são feitos a  nível nacional e assim vamos nós nesta ignorância da nossa história e das nossas raízes.

Quanto a mim, embalada nesta história que é a história da minha família "bebi" todos os pormenores, todos os apontamentos e lembrei-me  desta fotografia  que trouxe  de casa dos meus falecidos pais: 

Carros de pacientes bois, bem carregados de molhos de espigas de trigo, na debulhadora à espera de serem debulhados para serem transformados no trigo que depois daria o pão alvo como diria Vitorino Nemésio.






segunda-feira, 24 de julho de 2023

Até ao lavar dos cestos:


 Até ao lavar dos cestos:

Dizem os  antigos que até ao lavar dos cestos é vindima, estou a lembrar este adágio para fazer referência à festa das Bicas de Cabo Verde na freguesia de São Pedro  de Angra do Heroísmo que se realizou no passado mês de junho mas que,  na realidade, foi encerrada em assembleia geral no dia 22 com a prestação de contas pela comissão de festas cessante e pela nomeação da nova comissão para as festas de 2023/2024. Deste modo, "lavaram-se os cestos! e, em jeito de despedida, aqui vai esta fotografia tirada depois do terço, à porta do império, pedindo saúde e vida, para que nos possamos reunir no próximo ano unidos na fé ao Divino Espírito Santo.

sexta-feira, 7 de julho de 2023

 Coroação das Sanjoaninas :

Foi coisa linda de se ver
Foi coisa para comover ,
A ilha disse presente
E o povo esteve contente.
Nuvem branca vestiu a criança
A freguesia trouxe a "briança",
As bandeiras de brocado carmim
Abanavam num saudar sem fim,
Com laboriosos bordados
De fios ricos e dourados,
E as coroas de prata reluzente
Abençoavam o crente e o descrente
Porque:
A ilha esteve presente
E o povo ficou contente!
Clara Faria da Rosa

Foto da Net.

segunda-feira, 12 de junho de 2023

 

O QUE ESTÁ NO ALTO:

A palavra altar, vem do latim "altare" com o significado de altear, elevar, destacar no alto, pelo que aqui vos mostro o nosso "altare "  2023 no Império das Bicas de Cabo Verde, São Pedro de Angra do Heroísmo, muito bem decorado pelas mãos habilidosas de Ana Soares, isto porque o que está  no alto é merecedor das mais lindas e ricas flores e sobretudo da nossa veneração, da nossa devoção e da nossa adoração e das nossas orações.

Foi por isso que ao longo da semana que se passou nos acercámos deste altar e elevámos os olhos até ao que está no alto, dirigindo-lhe as nossas orações, pedindo perdão pelas faltas cometidas e forças para continuarmos a nossas caminhada até   ao próximo ano.



Foto de Susana Semião

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sábado, 27 de maio de 2023

Em Sábado de bodo:

VIVA O SENHOR MORDOMO!




 Por esta ilha em redor tem-se vivido uma festa que eu diria "Festa Redonda", pois não há freguesia nem localidade que não  celebre o Divino Espírito Santo, que culmina com os domingos do Espírito Santo e da trindade que designamos pelo 1º e 2º bodos.

O mordomo é o encarregado de providenciar o pão que dará à despensa um colorido e odor especiais. Deste modo, em tempo apropriado, passou por todas as casas da freguesia a "pedir para o bodo" e cada um se comprometeu a colaborar conforme as suas possibilidades.

No Sábado que antecede estes dias é uma alegria, o mordomo convida amigos e familiares para um almoço, ao qual  se segue um cortejo  com carros enfeitados  que transportam açafates decorados com alvas e ricas  toalhas,  carregados de brindeiras de pão de água com as suas airosas cabeças a espreitarem a paisagem.

Então, a criançada, numa alegria própria do dia que cumpre uma tradição que celebra o sagrado e o profano, que eles não entendem, mas sentem, através das pegadas dos pais e outros familiares, sobem aos carros de bois e vão gritando:

-VIVA O SENHOR MORDOMO, VIVA O SENHOR MORDOMO!!!

E ele bem merece, não fora o seu árduo trabalho, a sua fé, devoção e espírito de cidadania, no dia do bodo não haveria pão nem vinho a distribuir em abundância...


domingo, 21 de maio de 2023

BODAS DE OURO:


As estatísticas dizem que, nos E. U. A., só cinco por cento dos casais chegam às bodas de ouro, por cá talvez as estatísticas se assemelhem, não sei, o que sei é que este casal, os nossos primos Maria Adelaide e Manuel Enes tiveram a força, a saúde e a resiliência para lá chegar e ontem estiveram em festa para celebrar esse feito. Não pudemos estar com eles, mas não os esquecemos. Por isso, brindamos ao seu duradouro casamento, um brinde bem terceirense com as tradicionais donas amélias e um licor de maracujá ou um chá bem quentinho, conforme a preferência.
À vossa saúde e que sejam felizes por muitos mais anos. 
Abraço muito amigo!







 

domingo, 14 de maio de 2023

Da cantaria à máquina de lavar:


 Quando, em Novembro de 1943, os ingleses chegaram à ilha Terceira, nos Açores, para construírem a pista da futura base das Lajes , as casa localizadas na àrea da pista foram desocupadas e posteriormente demolidas. O meu avô paterno Joaquim Fernandes Homem vivia no local, nas Bugias,  com a sua família e viu a sua casa ser demolida em 1944. Entretanto, os ingleses construíram habitações para os desalojados, duas aldeias, a aldeia Nova Das Lajes e a Aldeia Nova do Juncal.

Lá veio a minha família paterna, para a Aldeia Nova das Lajes,  com os seus carros de bois atulhados com os "trastes", porcos e galinhas, trazendo também algumas cantarias entre as quais uma enorme onde havia sido escavada uma pia para se lavar a roupa.
Dois anos depois casam os meus pais e a minha mãe "ganhou" uma máquina de lavar roupa... Muito lavou e esfregou nela e muita sabonária fez, com sabão azul e branco, que era o que havia, até eu também lá pratiquei e milagre dos milagres nunca avariou nestes  cerca de 80 anos! Portanto, se tens a tua máquina de lavar roupa avariada, empresto-te esta, é do coração!

sábado, 6 de maio de 2023

EM LOUVOR DO DIVINO ESPÍRITO SANTO:

 Ceia dos criadores,

Está tudo a postos  na dispensa do Império de Bicas de Cabo Verde para a tradicional ceia dos criadores. A comissão esmerou-se e empenhou-se e espera a presença de todos os convidados e familiares para abrilhantarem e colorirem este evento, tudo em louvor do DIVINO ESPÍRITO SANTO...