Esta história remonta aos finais do século XIX quando os bisavós maternos do meu marido emigraram para os Estados Unidos da América onde trabalharam por largos anos e onde lhes nasceu uma filha, ao regressarem fixaram residência na freguesia do Raminho onde a menina, Chamada Maria, se fez mulher e constituiu família. Sendo muito trabalhadora e prendada, dedicou-se a vários trabalhos manuais e cultivou linho para fazer os seus trabalhos, isto na década de trinta do século passado, mais tarde, na década seguinte, a sua filha Angelina, mãe de meu marido, fiou esse linho, para vários fins, tendo feito uma toalha que me ofereceu, isto já no século XXI. Então resolvi bordar a toalha a ponto de grilhão e registar na própria esta história que documenta o facto importante das pessoas fazerem planos a longo prazo como se fossem viver para sempre! Afinal comemos frutos de árvores que foram plantadas pelos nossos antepassados...
Li algures que o Mundo só é uma selva para os que querem saquear e destruir mas ele pode transformar-se num jardim se soubermos e quisermos plantar e regar...
1935-1940
Maria semeou,
Angelina fiou,
2007
O tempo passou,
A Clara bordou!
E cá está, posta na mesa, a minha histórica e quase centenária toalha, à espera que venhas tomar um cházinho comigo, os bolinhos hão-de aparecer!