sábado, 1 de outubro de 2016

Faz Hoje um mês...


À Margarida e José Humberto Sousa:

Nas suas bodas de prata
O casal muito dançou,
Nas suas bodas de prata
O casal muito rodopiou,
Porque era dia de louvor
À vida, à amizade e ao amor!
Naquelas bodas de prata 
Toda a gente estava grata
Porque a felicidade abundava,
E porque o casal abraçado 
Sereno, o futuro esperava,
E grato o passado guardava!
E naquele dia especial,
Naquele dia sem igual...
O casal sonhava,
O casal dançava,
E imaginava, 
E desejava,
Que a terra fosse sua,
Que seu leito fosse a lua,
E que nos braços do seu par
Eternamente iam ficar!

Clara Faria da Rosa



Um ponto a seguir do outro...









Faz hoje um mês, o casal Cecília e João Couto celebraram as suas bodas de ouro, em simultâneo com a sua filha Margarida e o genro José Humberto Sousa que festejaram as suas bodas de prata. Depois da missa de acção de graças na igreja da sé seguiu-se uma recepção  aos familiares e amigos.
No pátio empedrado de uma casa solarenga, onde funciona o clube de ténis de Angra do Heroísmo, de cujas varandas pendiam lindas e alvas colchas de crochet, a minha amiga Cecília numa atitude muito pedagógica, como não podia deixar de ser, atendendo à sua longa carreira de professora e educadora, quis dar testemunho da experiência dos seus cinquenta anos de casada e fê-lo, ladeada pelo seu marido, e acompanhada pelos seus filhos, comparando a vida às ditas colchas de crochet que se foram executando ponto por ponto e que quando um ponto caía havia que levantá-lo para que tudo saísse na perfeição; e foi assim a vida deste casal ao longo destes cinquenta anos " Crochetada" um dia de cada vez, levantando-se corajosamente, quando alguma coisa corria mal, alegrando-se com os sucessos, e deste modo, ponto a ponto, foram passando os anos, construindo uma família maravilhosa, e granjeando muitas e verdadeiras  amizades.
Um bravo  e um aplauso muito grandes, e um obrigada pelas palavras e pelo exemplo, que estou certa, muitos dos presentes prometeram, lá bem no íntimo, seguir porque compreenderam que o casamento não é  o meio de homens e mulheres se abrigarem das tempestades da vida, antes porém, é a oportunidade de enfrentarem essas tempestades juntos , com esperança e serenidade!
   

Ser idoso:

Celebra-se hoje o dia internacional do idoso.
Mas afina,l quando é que se considera um ser humano um idoso?
Acho que, quando chega aquela etapa da vida em que a pessoa se sente trôpega, vacilante, se segura aos móveis, em parentes e amigos e lhe oferecem como presente de aniversário uma bengala, entrou naquela idade geriátrica em que nos hospitais se aconselha a ter paciência, a adaptar-se, a aceitar, a conformar porque afinal ter muitos anos é bom, é sinal que se sobreviveu...
É verdade que existem pessoas entre os setenta e os cem anos que conseguem viver eficientemente e sozinhas e funcionam sem esforço mas isso são raras excepções.
Fala-se em sabedoria adquirida, em serenidade, diz-se que ter sobrevivido é uma bênção mas o que os anos acarretam geralmente não é aquela tranquila doçura enquanto se percorre o caminho do crepúsculo, que muitos livros, que falam do assunto, anunciam .
As deficiências, as dores, a dependência dos outros, a diminuição da mobilidade, da visão , da audição são condições e características desta etapa da vida que preocupam os que dela se aproximam .
Creio que apesar disto, há sempre um raio de luz interior que faz a pessoa sentir-se jovem, aquele jovem que nunca cresce !
A esse raio chamaria saudade, realização pessoal, doação, experiência vivida enfim...VIDA.