segunda-feira, 22 de agosto de 2016

 -O que é que é, que mal entra em casa, se põe logo à janela?


Como o título sugere, hoje vou falar de botões e é por isso, que estou aqui, toda pimpolha, com a minha pregadeira feita de botões, isto porque sempre apreciei estes objectos pequenos ou maiores, redondos ou quadrados usados para fechar e ajustar a roupa ao corpo ou e ainda por motivos estéticos.
Segundo a Wikipédia, há indícios da existência dos botões desde 3000 anos A.C. contudo, o fabrico efectivo dos mesmos, remonta ao século XIII, tendo-se desenvolvido e florescido esta indústria de fabrico de botões em França nos séculos XV e XVI.
No livro " O Botão ao Longo dos Tempos", pode ler-se que já no século XIV o botão fazia parte dos objectos úteis, e daí passou para ornamento; Conta ainda, o mesmo livro que, os gibões da nobreza, por volta do reinado de  Henrique III, eram guarnecidos com botões de ouro, prata e pérolas .
Vai daí, e depois de tantos anos  e tanta evolução, deu-me para procurar lindos e antigos  botões  em forma de flor, e de os colocar não à janela, mas numa renda antiga fazendo uma linda, sóbria e requintada pregadeira, que me preza muito. 
Gosto de guardar botões antigos, de roupa que já não se usa, porque eles lembram-me sempre uma história, uma roupa, uma festa, ou uma pessoa. Nesta caixa, se me debruçar a valer sobre o seu conteúdo, posso ver a minha vida passar, assim como  a da minha mãe,  porque contém botões de há muito tempo, apesar de eu gastar muitos, em trabalhos que faço.
E agora, vamos combinar fazer nas nossa vidas, o que eu faço com os botões, aproveitemos o que nos acontece de melhor, e façamos um "bouquêt" para pôr ao peito, o resto deixemos bem no fundo, mas bem lá no fundo, para que não nos incomode nem nos faça mal! 






Figos e gramática



Quando olho a minha enorme e antiga figueira lembro-me da minha mãe, que adorava figos com pão, lembro-me do Natal em que usamos comer figos passados, do melaço que faço com as suas cascas, dos figos pretos, que costumava ir untar e apanhar com a minha avó, numa figueira que ainda existe, mas que já não produz por não ser tratada, de figos pingo de mel, figos cristalizados,  figos secos...Lembro-me também de ter lido, não sei onde, que a figueira é a primeira planta descrita na Bíblia, quando Adão se veste com as suas folhas, ao notar que está nu, e nós a pensarmos que havia sido uma folha de videira! Enfim, lembro-me desses deliciosos frutos carnudos e suculentos que nos deliciam a todos. Mas isso é só lembrança, é só o que sucede quando olho de relance, acontece porém que hoje olhei e vi, sim porque há uma grande diferença entre o olhar e o ver...Vi que alguns dos figos da minha figueira já estão amarelinhos, macios, luzidios e de biquinho avermelhado a rir-se para mim... Foi então aí que entrou em acção  a dita gramática e, comecei a pensar com os meus botões, que é como quem diz comigo própria:
-Figos lampos, ou lampeiros, temporões, prematuros, antónimos de  frutos serôdios, aqueles que aparecem ou que amadurecem no fim da estação própria...
E para não ser serôdia, pois sempre gostei de estar em cima do acontecimento, aproveitando o que verifiquei hoje de manhã, logo, toda lampeira, temporã, isto é no tempo próprio, apressei-me a dar-te conta deste "importantíssimo" facto gramatical, que não salvará o Mundo, mas que teve o privilégio de me pôr a pensar, assim como a ti, espero, pois todos nós sabemos que uma das  principais e mais importantes vantagens do ser humano é pensar pela própria cabeça, o que  ajuda a que se mantenha lúcido e mentalmente activo!