Por esta ilha em redor tem-se vivido uma festa que eu diria "Festa Redonda", pois não há freguesia nem localidade que não celebre o Divino Espírito Santo, que culmina com os domingos do Espírito Santo e da trindade que designamos pelo 1º e 2º bodos.
O mordomo é o encarregado de providenciar o pão que dará à despensa um colorido e odor especiais. Deste modo, em tempo apropriado, passou por todas as casas da freguesia a "pedir para o bodo" e cada um se comprometeu a colaborar conforme as suas possibilidades.
No Sábado que antecede estes dias é uma alegria, o mordomo convida amigos e familiares para um almoço, ao qual se segue um cortejo com carros enfeitados que transportam açafates decorados com alvas e ricas toalhas, carregados de brindeiras de pão de água com as suas airosas cabeças a espreitarem a paisagem.
Então, a criançada, numa alegria própria do dia que cumpre uma tradição que celebra o sagrado e o profano, que eles não entendem, mas sentem, através das pegadas dos pais e outros familiares, sobem aos carros de bois e vão gritando:
-VIVA O SENHOR MORDOMO, VIVA O SENHOR MORDOMO!!!
E ele bem merece, não fora o seu árduo trabalho, a sua fé, devoção e espírito de cidadania, no dia do bodo não haveria pão nem vinho a distribuir em abundância...
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