Lembro-me muito da minha infância, época calma em que era tratada com mimo e carinho e que, a esta distância, me parece ter sido maravilhosa. Quando a recordo sinto-me como que iluminada por uma luz interior que me deixa muito feliz.
Guardo uma recordação muito viva de Páscoas distantes em que não havia essas deliciosas amêndoas nem os coloridos ovos de chocolate que nos deliciam, ou talvez existissem só que não era com tanta abundância e também não abundava o dinheiro para os comprar que, como dizia a minha mãe, não era para gastar nessas "frescuras" mas em coisas mais necessárias! Pronto e lá ficávamos pelos folares, que ela cozia no formo de lenha, nos quais punha ovos em abundância porque não eram comprados.
Portanto a nossa Páscoa era: folares. igreja, igreja, igreja, a ceia grande e o dia de Páscoa com um almoço melhorado, mas tudo de casa... Lá ia a minha mãe ao curral e agarrava a melhor galinha para esse dia!
Porém, na primeira metade da década de cinquenta, calculo eu, aconteceu uma coisa extraordinária para mim, recebi de presente duas pequenas galinhas de plástico duro, uma branca e outra amarela, que ao serem pressionadas abriam as asas e punham pequenos ovos de plástico !
Passei toda a Páscoa sentada na mesa da cozinha a brincar, de tal modo que um dos brinquedos se partiu, ficou o que te mostro, que considero um brinquedo raro e histórico, quando o olho, um sorriso enorme desenhasse-me no meu rosto e rodeia-me um cheiro da minha infância que me lembra tudo o que se tinha apagado da minha memória!
Boa Páscoa!
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