segunda-feira, 20 de abril de 2015

Aqui na ilha Terceira, Açores, é hábito as pessoas oferecerem aos impérios peças de alfenim, em cumprimento de promessas feitas ao Divino Espírito Santo, em momentos de aflição e ou de dor. Estas peças depois são  arrematadas ( leiloadas ), normalmente à porta do império, momento que muitas vezes se reveste de imensa graça, atendendo ao clima de descontracção que se vive, porque normalmente todos se conhecem, e ao que o leiloeiro, diz para captar a atenção dos presentes para que  licitem e  entrem em despique para ver se o lance vai aumentando. 
Estas são algumas das peças que foram oferecidas  em anos anteriores ao império de Bicas de Cabo Verde, São Pedro de Angra, normalmente o formato das peças tem a ver com o tipo de promessa que se faz e então tomam a forma de membros do corpo, de animais e ou outros.
O alfenim é um doce de tacho, feito com açúcar e água suficiente para o cobrir e vinagre. Após tomar o ponto ideal é trabalhado quente de modo a serem modeladas as peças pretendidas. Este doce como o nome indica é de origem árabe (al-fenid).Alfenim e significa "aquilo que é branco".
O alfenim era uma guloseima oriental muito popular, em Portugal, nos fins do séc. XV e inícios do séc, XVI. Esta receita veio para os Açores trazida por elementos mouriscos que cá se fixaram. Era prenda de luxo, servindo para presentear pessoas distintas, também era usada para ornamentar as mesas dos noivos.



Alfenim:
As mulheres da terceira
Linda ilha dos Açores
Em jeito de brincadeira
Fazem do açúcar flores.

 
Flores, frutos e animais
Tudo branquinho e doce
Finura vista jamais
E prometidas em prece.

 
São mãos de fada ágeis
Que com habilidade e gosto
Fazem estas peças frágeis
De requintado bom-gosto. 


O calor suas mãos queima
Em tal artístico labor
Aquece o coração e teima
Fazer do trabalho louvor!


 


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