Era uma vez, uma bonita jarra verde muito antiga, mas bastante estragada. Já alindara bonitas salas, de várias gerações e passara por mãos carinhosas de cuidadosas donas de casa. Contudo, parece que o seu fim estava à vista, a pintura, feita à mão, apresentava-se muito apagada e desmaiada, o seu rebordo, requintadamente trabalhado, mostrava sinais de muito uso e a sua base partida não lhe permitia que se aguentasse de pé, o que a deixava triste e acabrunhada prevendo um triste fim que não se adequava ao seu estatuto.
Foi aí que dei por ela prestes a ser rejeitada como jarra e talvez destinada a ser reciclada e transformada num objecto qualquer que ela , uma jarra daquela classe social, dificilmente previra.
Foi então que percebi a "tragédia" prestes a acontecer e apercebendo-me da importância do seu passado e da nobreza do seu material, lancei mão da dita, pensando em recuperá-la.
Do pensamento à acção foi um ápice. Pincéis, tintas, recuperadores, colas e um pouco de galão dourado e aí está ela toda airosa com o seu amor próprio em alta !
Ao olhar para a minha obra pensei numa frase que já ouvi muitas vezes:
- " Até prova em contrário todas as coisas são possíveis" e muitas vezes, acrescento eu, o que parece impossível não o é, se para isso contribuirmos com determinação, vontade, firmeza , gosto, sensibilidade e inteligência.
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