quinta-feira, 13 de setembro de 2012

À minha colega e amiga Conceição Valadão que já não está entre nós.

No longínquo ano de sessenta e oito do século passado,  terminou  na escola do Magistério Primário de Angra do Heroísmo, o seu curso, um grupo  de jovens  de brilho e firmeza no olhar, que acreditava conseguir fazer tudo com o entusiasmo que lhes ia na alma porque, para os mesmos, esse entusiasmo era o fermento que os faria concretizar sonhos e esperanças e vislumbrar as estrelas com o irresistível impulso da sua juventude e da força de vontade para pôr em prática  ideias, teorias e novos conceitos de ensino  bebidos naquela escola. Eram eles .
-Alda Maria  de Almeida Nunes
-Bertilde Marília Miranda Pereira
-Clara Maria de Meneses Fernandes
-Elvira da Conceição Bretão Bulhões
-Humbelina Maria da Silva Costa
-Ivone Maria da Silva Costa
-Lourdes Maria Soares Pereira
-Maria Adelaide de Simas Borges Marcos
-Maria Bernardete Azevedo Raimundo
-Maria da Conceição Borges Dias Martins Valadão
-Maria da Conceição Borges Rodrigues
-Maria Guida Borges Ribeiro de Carvalho Duarte
-Maria José Andrade Soares
-Maria Lúcia Alves da Costa Romão
-Maria dos Santos Balra
-Nair do Carmo Costa Correia
- Pedro Graciliano Melo Cabral
-Rafael Henrique Ferreira Cota
-Raquel Maria de Melo Valadão Toste Paim

Acabado o curso, foi tempo de ir à luta, de pôr mãos à obra e assim, cada um partiu à aventura, seguindo o respectivo destino, com entusiasmo de uma realização pessoal e social que lhes trouxesse felicidade.
O tempo foi passando, foram-se perdendo nos dias , nos anos na vida, até que vinte e cinco anos volvidos, em 1993 se voltaram a reunir numa efeméride  que reavivou laços,  saudades, amizades e vontade de voltarem a estar juntos. Mas a vida é como um buquê de muitas cores , sonhos, decisões, fantasias, vontades que são  muitas vezes abafados pelos   trabalhos, pelejas, problemas... que não permitiram que essa vontade se concretizasse.
Tudo isto e muito mais me veio à mente e passou como um filme na minha memória quando  abri o jornal  e tive conhecimento de que a minha colega  Conceição Valadão já não faz parte deste grupo, não está mais entre nós!
Senti uma Tristeza e uma saudade que não consigo explicar...
Eu era tímida, calma e pouco exuberante e ela alegre, inteligente, segura, brincalhona com um sentido de humor de fazer inveja, era um exemplo de amiga e creio que continuou a espalhar essas qualidades pelas pessoas que foram convivendo com ela ao longo da vida.
De tempos a tempos precisamos presenciar uma grande  tempestade que abale a nossa vida para nos lembrarmos de como não valemos nada e de como era bom tudo o que tinhamos ; Pois foi assim, esta tempestade,  esta triste notícia, abalou-me imenso, lembrou-me a minha vulnerabilidade de " rapariga " da idade da Conceição Valadão e de como foi bom ter convivido com ela e de ter possuído a sua amizade que nunca esquecerei.
Resta-me , assim como a todos os antigos colegas, a lembrança de bons tempos e de boas amizades pois, ninguém é suficientemente rico que possa passar sem uma amiga como a saudosa Conceição.
Descansa em Paz, amiga! 
   
  Eu, com dezoito anos, e a Conceição Valadão ( à direita) nos nossos tempos de juventude. 

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