segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Eu bem que desconfiava!

 Eu bem que desconfiava, quando colocava esta manta ou colcha, na minha varanda para a engalanar por ocasião da festa da localidade que ela, embora na minha posse há muito, não tinha nada a ver com o artesanato local...
 Fui adiando esta dúvida até que agora, depois de uma  conversa com uma amiga muito entendida nestas matérias, e de a seu conselho fazer uma pesquisa no Google, concluí que esta linda peça, é uma colcha de feltro, artesanato de Nisa, que é uma vila alentejana situada no distrito de Portalegre em Portugal Continental.
 São os únicos trabalhos de Nisa onde se utiliza a máquina de costura para, após um minucioso trabalho de recorte de folhas, cachos de uvas e outros temas relativos à flora local, em feltro, serem aplicados sobre a peça chave. 
Segundo me apercebi, esta arte tradicional e popular aplica-se em toalhas de camilhas, mantas ou cobertores, barras de saias. panos para mesas, almofadões e outros.
Eu bem que desconfiava, que tinha na minha arca, uma peça muito original e de valor cultural! 

sábado, 25 de agosto de 2018

Com vinagre não se apanham moscas!




 Sempre que, nas andanças pela minha casa, os meus olhos dão com  esta lindíssima peça que, à primeira vista parece um licoreira, penso no ditado antigo:
- Com vinagre não se apanham moscas, porque afinal este utensílio em forma de garrafa de vidro transparente, muito fino, bojudo, com ressalto no fim do gargalo alongado e que apresenta uma reentrância, no fundo, para o interior, aberta na parte central, possuindo três pequenos pés em vidro e uma rolha também de vidro, muito elegante, é um mosqueiro dos princípios do séc. XX no qual se introduzia uma substância  doce que atraía as moscas que lá ficavam presas. Penso que a rosca no gargalo servia para se pendurar com um barbante no tecto e lá ficava, o dito cujo, à espera das moscas... 
Pois é, ao olhá-lo, dou comigo a dizer para mim própria:
Clara, deixa-te de azedumes, pois a vida é como um mosqueiro, não se compadece com azedumes que só atraem dissabores, inimizades e mal-estar afinal até as moscas são atraídas pela doçura, embora isso seja nefasto para elas!

























domingo, 19 de agosto de 2018

INCRÉIA - Uma palavra nova!

 Estou deveras incréia!
Toda a gente sabe, que fiz setenta anos no passado Domingo, não fiz segredo disso e encarreguei-me de o divulgar aos quatro ventos, que é como quem diz no meu blog e no facebook. Sendo uma data especial, um número redondo, como se costuma dizer, aproveitei para juntar vários familiares aqui de passagem, numa pequena festa. Encomendei o bolo da praxe, com o número bem presente, não fosse alguém duvidar, e toca a festejar!
Acontece, que me ofereceram um livro de uma escritora que muito aprecio: Helena Sacadura Cabral, que me apressei a ler! Logo na primeira parte encontro um termo que nunca usei nem me apercebi de alguém o ter pronunciado, até aqui, a palavra " INCRÉU" como sinónimo de incrédulo, herético ou herege. É caso para dizer que  - Até velho se aprende! ~
Apresso-me a  usar a palavra no feminino, e a dizer que me sinto "INCRÉIA" isto é incrédula com o facto  de muitas pessoas terem gasto o seu precioso tempo para me felicitarem, quer por esta via quer telefonando ou pessoalmente expressando o seu carinho com palavras doces que me fizeram muito feliz!
A todos os meus sinceros agradecimentos...
 Estou deveras incréia, nunca pensei ser merecedora de tanta amizade! 

sábado, 11 de agosto de 2018

                                                      No meu septuagésimo aniversário

Eu vos dou graças Senhor
Pelos meus setenta anos
Sinto-me muito feliz e grata,
Por tudo o recebido
Por uma vida completa...
Pelos meus setenta anos
Agradeço e dou vivas,
Pelo carinho amor e saúde
Nos meses semanas e dias...
Pelos meus setenta anos
Humildemente louvo o Senhor,
Pelas dores tristezas e mágoas
Ingratidões e faltas de calor...
Pelos meus setenta anos
Prometo, firmemente, Senhor,
Ser forte e corajosa
E fazer da vida louvor...
Pelos meus setenta anos
Prometo ainda Senhor,
Colorir e alegrar os meus dias
E dos que estão ao meu redor...
Pelos anos que me restam
Muitos ou poucos? Não sei!
Lutarei com todas as forças,
Farei da bondade lei
E pela vida darei graças

12/08/2018
Clara Faria da Rosa